18 • Harry

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Não dormi direito naquela noite, tomei três banhos, um para cada vez que eu começava a chorar descontroladamente, por algum motivo ele fazia isso comigo, me fazia sentir isso e eu não suporto, não suporto ficar assim por alguém de novo.

Talvez hoje ele desistiria de tudo, tudo que nem começou. Rezei para que não, mas não sabia o que esperar dele, não sabia o que se passava na sua mente. Sabia que a minha só pensava nele.

Pensei em ligar para Shailene e xingá-la, talvez até a demitir, mas sua voz vinha na minha mente, ela não tem culpa de nada, estava apenas fazendo o trabalho.

Cada vez minha mente me socava mais, não sabia o que era pior naquele momento, a visão dele contra a mesa na sala de reuniões, ele com aquele maldito blazer ou os seus lábios suaves nos meus depois do jantar, quanto mais eu pensava, mais eu me socava.

Agora eu estava indo para um maldito hospital, Deus sabe o quanto eu odeio hospitais, novamente por sua culpa. De qualquer modo, fui antes para resolver a porcaria de todos os assuntos que Ray queria tratar.

Vi o maldito sorriso em seu rosto quando entrei e me soquei mentalmente por não ter vindo antes, mesmo sabendo que quando aquele sorriso se fosse eu iria voltar a ter a mesma opinião sobre hospitais.

— É bom ver você Harry — nada a abalava, no momento ela estava em uma maldita cama de hospital e ainda sorria, além de estar com argolas e maquiagem.

— Se produziu para algum evento? — Perguntei e sentei na poltrona ao lado de sua cama.

— Deus me livre morrer feia, você sabe que eu não aceitaria. — Ela riu diante do que falou, mas eu ficava ainda mais triste quando ela falava de morte.

— Quanto tempo?

— Acho que mais um mês. Mais um mês de incríveis aventuras deitada em uma cama de hospital. — Dessa vez eu dei um leve sorriso também, era contagiante.

— Você está pálida. — Observei e ela estreitou os olhos.

— Então ainda bem que não sou um branquinho que fica da cor de um papel igual você, mas não foi sobre isso que você veio falar comigo, diga-me o que queres senhor Styles, mas depois pois agora eu falarei, se é que me concede essa honra. — Sorri e afirmei com a cabeça. — O câncer está me matando, cara eu não posso mais dançar porque minhas pernas se foram antes da minha vida, como eu já disse, tenho um mês, como você espera que seja sua relação com seus filhos depois disso Harry? Eles me visitam toda semana, mas depois que eu me for pra ser da santíssima trindade no céu eles não poderão viver com a porra de uma babá, eu juro que vou fazer da sua vida um inferno lá do paraíso, aja como a porra de um pai caralho. Terminei, pode falar. — Haviam algumas lágrimas acumuladas nos seus olhos, nenhuma escorrendo, Ray não iria se perdoar por borrar a maquiagem. Pensei e repensei antes de uma resposta para ela e novamente Louis estava na minha mente, mas dessa vez não pensava em seus lábios ou em seu corpo, pensava no quanto ele poderia me ajudar agora.

Ray e eu nos conhecemos na faculdade, logo depois da nossa formatura, no auge dos nossos 22 anos, transamos, aparentemente não estava nada fora do normal, mas mais tarde descobrimos no que um preservativo furado podia resultar, não namorávamos, era somente uma amizade que diante da bebedeira resultou em algo a mais, dois algo a mais.

Minha família sempre foi rica, enquanto eu me estabelecia com uma editora, meu maior sonho, eles enviaram dinheiro para Ray cuidar delas, minha mãe chorou quando soube que sua neta se chamaria Ane, era praticamente o mesmo nome, ela considerou uma grande homenagem. Eu escolhi o de Ben.

Agora, cinco anos depois, cá estávamos nós em um hospital, Ray prestes a morrer e as crianças mal me conhecem, elas só me viram algumas vezes na vida, assim como Anne e Gemma, assim como qualquer pessoa que não fosse Ray, que, antes deles, não tinha família.

Engoli em seco antes de respondê-la. — Uma pessoa está vindo, talvez ela possa me ajudar a ter uma relação melhor com as crianças.

— Outra babá?

— Não. — Neguei com um sorriso, Louis com certeza não era uma babá.

— Ah meu Deus você está apaixonado — ela disse colocando as mãos na boca. —, me fale tudo sobre ela.

— Na verdade é ele, Louis Tomlinson.

— Então é verdade que ninguém é cem por cento hétero, às vezes eu sinto saudades dos dedos da Alice. — Rimos juntos e depois ficamos em silêncio, acho que Ray entendeu o que eu quis dizer. Duas crianças entraram correndo no quarto para abraçá-la logo depois.

Às vezes eu pensava que era impossível eles serem gêmeos, Ane era negra, seu cabelo em um afro lindo e seu estilo absolutamente igual ao da mãe, além dos seus olhos verdes que a deixavam irresistível, todos queria abraçar e beijar ela. Ben era mais contido, sua pele era clara como a minha e seus olhos eram castanhos, tínhamos duas cópias com olhos trocados, além de que ele era mais alto que ela, não parecia ter cinco anos. Ane me cumprimentou com um leve aceno de cabeça, aquilo doeu no meu coração, mesmo que eu soubesse que não era culpa dela não saber direito quem eu era. Já Ben me abraçou, beijou minha bochecha e disse que estava com saudades, o que estava me fazendo tão emotivo hoje? Simplesmente as lágrimas ameaçaram descer pelo meu rosto, era a minha deixa para dar uma saída, fui até a entrada do hospital esperar por ele.

•••

Vê-lo entrando no hospital com aquele moletom gigante e calças apertadas quase me matou, cada vez ele superava-se na arte de me atrair.

— O que tem para eu entender? — Ele perguntou friamente enquanto caminhava na minha direção.

— Você gosta de crianças? — Perguntei e senti a confusão se instalando na sua mente. — Ray vai te contar tudo, não vou ficar lá, não acho que seja uma boa ideia. — E com confusão na mente dele, simplesmente o deixei entrar e fechei a porta, agora era tudo ou nada.

•••

Horas se passaram, horas agonizantes onde eu me recusava a entrar no quarto, mesmo escutando risadas lá de dentro, mesmo sabendo que as crianças gritavam o seu nome enquanto riam.

A porta se abriu e Ben estava de mãos dadas com Louis. — Tio Lou disse que vamos comer pizza na sua casa hoje! — Ele disse sorridente e eu olhei para Louis, ele piscou e sorriu antes de continuar andando com Ben agarrado nele, Ane saiu correndo atrás deles e eu fui junto, quando virei para trás vi Ray mexendo os lábios. Ele é ótimo, vi seus lábios dizerem.

Louis: Preciso do endereço da sua casa!

Sorri para a tela do celular e enviei o endereço, fui sozinho e as crianças quiseram ir no carro dele.

***

pronto agora vocês sabem quem é Ray rsrsrsrsrsrsrsr.

aiai agora vai.

gente, publiquei uma nova fanfic chamada “Runaway With Me” ou, em português, “Fuja Comigo”, mais conhecida como o livro que o Louis publica em Irresistible. É a mesma história do livro dele, mas com os larry, vê se não é perfeito? Tá no meu perfil, vão dar uma olhada se quiserem nenês.

meu twitter é heslwthead.

Love, Ádrian.

Irresistible • LarryOnde histórias criam vida. Descubra agora