Agente Morgan 3

Capítulo 52

-Simon. - falo levantando, assim que o vejo passar por mim.

O abraço apertado, sussurando no seu ouvido.

-Já fiz muita coisas errada nessa vida... se não fosse pelo perdão de Alfie, talvez ainda não estivessemos juntos... você ainda á ama, e ela te ama. Nem tudo foi mentira. Temos poucas coisas boas, e isso é uma das coisas pelas quais vale a pena se arriscar.

Solto seu corpo e me dirijo até uma mini sala da minha casa, toda preparada com equipamentos de ginástica e sacos de boxe. Posiciono meus punhos e firmo os pés, antes de iniciar uma sequência de socos contra o saco.
Sinto meu coração se apertar, pensando em tudo o que deixaria para trás hoje, e minhas investidas se tornam ainda mais fortes. Minhas mãos doiam cada vez mais e só me permiti parar, quando senti uma mão no meu ombro.

-Descontar no saco de areia não fará você se sentir menos culpada.

-Não estou me sentindo culpada.

-Serio? - ironiza. - Não vai mesmo contar ao Alfie?

-Tudo precisa parecer real.

-Você vai estragar tudo.

-Eu sei.

-Estamos só nós duas aqui! Não acredito nem um pouco nessa sua postura durona!

-Eu só... estou cansada! - murmuro desferindo mais um soco com raiva contra o saco. - Pensei que finalmente as coisas seriam tranquilas... mas vou ter que fugir de novo e perder tudo o que contrui! As vezes penso que a vida debocha da minha cara!

-Não é com fugir que você se importa. - murmura me analisando.

-Só não quero perder vocês de novo. Perder Alfie de novo, perder meus pais de novo! Eu... amo ele! - sussuro, sentindo uma lágrima quente descer pela minha bochecha.

-Você vai se não disser á ele.

-Que eu o amo? Sabe que não sou esse tipo de garota.

-Não, falo do seu plano maluco.

-Alfie conseguiu uma nova promoção. Não posso pedir que ele largue tudo!

-Então o seu plano é fugir e magoa-lo?

-Ele vai saber da verdade...

-Saberá tarde demais para fazer alguma coisa. Ainda dá tempo de desistir dessa idéia maluca, não é justo você se sacrificar por todo mundo, não depois de tudo o que passou!

-Mas é o certo a se fazer, ainda mais quando não há mais opções.

-E o que pretende fazer?

-Me camuflar, serei uma cidadã como qualquer outra.

-Onde?

-Prefiro que vocês não saibam. A final todos passarão pelo polígrafo, o quanto menos souberem, melhor.

-Vai vir nos visitar?

-Você sabe que é arriscado... pelo menos no início.

-Seus pais não estão bem.

-Depois vou conversar com eles. Posso fazer um pedido?

-O que você quiser, morena. - sorri.

-Cuida deles pra mim, do Taú também.

-Ele não vai com vocês?

-Esse é outro assunto que preciso resolver...

-Fica tranquila, cuido daquele bombom!

Reviro os olhos.

-Ele é um bom cara, Katye.

-E eu sou o que?! - questiona, fingindo estar ofendida.