Capítulo 25

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-Tem certeza que não tem a minha idade?

-Já disse que tenho 32, quem me dera ainda ser um bebê.

-Não sou um bebê!

-Voce falou com alguém sobre o que aconteceu no barco? - indaga.

As portas automáticas da entrada da CIA se abrem, e ela me da um leve empurrão nas costas para que andasse mais rápido.

-Por que a mudança repentina de assunto?

-Estava esperando uma oportunidade para lhe perguntar isso.

-Miller, o fato de não te odiar mais, não significa que confie em você. Não somos amigas.

-Adoro sua sinceridade. E saiba que continuo sendo sua chefe. E estou perguntando isso, porque não quero que perca tempo indo até uma psicóloga.

-Psicóloga? Não sou louca!

- Você vai a uma psicóloga Natasha, não a um psiquiatra.

-É a mesma coisa.

- Bom... no seu caso, os dois resolvem.

-O que quer dizer com isso?

-Não importa. Não diga nada, a menos que eu permita. - sussurra, assim nos aproximamos do agente que autorizava a entrada pelas catracas.

-Olá, sou a Agente especial Miller, do FBI. Estou aqui para falar com o agente Michel Miller.

-A Senhorita marcou horário? Ou tem o cartão temporário?

-Não eu...

-Então não posso deixa-lá entrar.

-É importante, e ele é meu irmão.

-Só um minuto...

O Baixinho careca do outro da mesa apertou alguns botões da mesa e colocou o telefone na orelha, falando com alguém do outro lado da linha, que pela cara de Miller, provavelmente era o seu irmão. Ele devolveu o telefone ao gancho e cruzou as mãos sobre a mesa.

-Desculpe, a senhorita não tem autorização para entrar.

-Posso dar uma surra nele? -indago, auto suficiente para chamar sua atenção.

-Espera? Você é... Natasha? A garota das bombas?

-Nunca me chamaram assim.

-Me de dois minutos! - pede apressado.

Franzo a testa, e olho para Miller.

-O que está acontecendo? - sussurro.

-Queria saber o por que trouxe? Está aí a resposta.

-Pensei que fosse pelo meu rostinho bonito. - digo sarcástica.

-Me poupe Morgan.

-Vocês podem entrar! - autoriza o agente, destravando as catracas.

Seguimos em direção ao elevador, e Miller apertou o botão do andar onde provavelmente seu Irmão trabalhava. Ela parecia já ter estado aqui, afinal, o agente não nos disse a qual andar deveriamos ir.

-Um "obrigada" não mata ninguém. - debocho.

-Você não fez nada Morgan. A ideia foi minha.

-Vou começar a cobrar pelo uso da minha imagem.

As portas se abrem novamente, e desta vez, Miller volta a assumir sua postura séria e rígida. Caminho logo atrás dela, observando cada detalhe do que acontecia ao meu redor. Criei esse costume durante meu tempo como fugitiva, e não sei exatamente se isso é bom ou ruim. Talvez esteja ficando paranóica.
Ela abre uma porta com as iniciais do nome Michel Miller e tensiona ainda mais os músculos ao encarar um homem sentando do outro lado da sala. Assim que a viu, depositou a caneta com a qual preenchia a folha em branco e parou sua atenção sobre a irmã.

-Maninha. A quanto tempo?

-Infelizmente, não tempo o suficiente.

-Foi você quem veio me procurar...

-Vim a trabalho.

-Ficaria feliz em ajuda-lá, se meu interesse não estivesse totalmente voltado a presença da Srt. Morgan. Já á um tempo que desejo conhece-lá.

Ele olha para Miller, e sorri debochado.

-Ela é mais uma das suas cachorrinhas? Só fala quando você permite?

-Pela cara dela, só está impressionada com o tamanho da sua babaquice. - diz Miller.

- Podemos ir direto ao ponto? - questiono, encarando diretamente a minha "chefe".

-Como quiserem... a que devo a honra da sua presença, Abby?

- Pra você é Agente Miller. - corrige. - Estou aqui porque preciso da localização de Ducler. Sei que vocês estão com ele, mas preciso saber onde.

- Isso é sério? - ri debochante. - Isso é classificado! Você nem sequer é da CIA, e para conseguir uma informação dessas precisaria de autorização jurídica.

-Sem joguinhos Michel, nós dois sabemos que essa prisão está fora dos arquivos, portanto, meios jurídicos não ajudariam em nada!

-Sinto muito, mas não posso ajudar.

-Você sabe que vou descobrir isso por conta própria.

-Nem ao menos sei porque precisam tanto desse cara! É alguma missão secreta? Ou vão interroga-lo?

-É confidencial.

-Se dissermos o motivo, você nos da a localização?

-Não estou muito seguro disso... como saberei se vocês não vão mentir?

Bufo irritada.

-Ok, então você diz se acreditou ou não. Estamos aqui porque recebemos uma denúncia de fontes confiáveis que Ducler será resgatado. Sabemos que o detento comprou algumas casas no Oriente médio. Por que? Não sabemos. Mas vindo desse homem, e daquele lugar, não será bom!

-Acha mesmo que acredito nessa história? Você não é burra o suficiente para entregar os pontos sem nenhuma garantia Morgan. Assisti sua fuga durante três meses, eu mesmo comandei algumas buscas. Sei que você nunca age sem pensar. O que me leva a crer que, as duas tem um plano, e que estão me enrolando!

-O que você quer em troca? - Questona Miller.

-Eu? Algo simples... A cada ano, o diretor da CIA promove uma reunião. E somente os chefões são escalados para a pequena "festa". Essa é a oportunidade perfeita para conhecer gente poderosa e influente, e talvez, conseguir um cargo maior. É uma lista de vinte pessoas guardada na sua casa. Quero que meu nome esteja naquela lista.

-Isso é impossível! A casa dele é cercada por agentes! Sem contar o sistema de segurança!

-Não tão impossível assim irmãzinha, vocês tem uma chance. Amanhã anoite iremos a uma festa beneficente organizada pela esposa dele em sua casa.

- Não podemos adúlterar a lista de convidados!

-Sem problemas... você será meu par. O que acha? E quanto aos seus agente... Eles poderam entrar com o pessoal da limpeza, sei lá, vocês se viram! Mas quando tudo isso terminar, e meu nome estiver naquela lista, aí sim darei a localização.

O mundo quase explodindo por um idiota psicopata e esse maluco preocupado com uma lista!

-Trato feito! - murmura Miller.

Reviro os olhos.

-Agora se me der licença, tenho que trabalhar. Passo para te pegar as oito horas, Abby.

-Está bem.

-Ah, Srt. Morgan? A CIA ficaria feliz em te-lá como uma agente. Nossas portas estão abertas. Você quase me fez acreditar naquela mentira.

-Já escolhi o meu lado, obrigada. E não seja mentiroso, sei muito bem que duvidou na primeira sílaba.

Saio logo atrás de Miller, ou Abby? Esse é o nome dela? Bom saber...

-E agora, qual o próximo passo "Abby"? - questiono sarcástica.

-Pra você é Miller.

-Miller, Abby, tanto faz.

-Soube que seu apelido é vaporzinho...

-Nem pense nisso!











Agente Morgan 3Where stories live. Discover now