Capítulo 11

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Nimay estava magoado. Quando a celebração do Equinócio acabou e ele se aproximou de Jake e Victor, levou um tapa na cara sem nem saber o porquê. Até Victor arregalou os olhos. Ele também tinha visto o seu ômega com o General Naoki. Jake estava com ciúmes?

Passou os últimos dois dias com as bruxas. Fugindo dos dois alfas. Não queria olhar na cara de Jake por um tempo. Só de lembrar dava vontade de chorar. A caravana movimentava-se lentamente rumo ao norte. Andariam por uns dias pelo que entendeu. Até a próxima vila depois da floresta.

Foi muito difícil deixar Taki para trás. Hykaru levou um galho. Mas, era ali que realmente estava. Seu corpo transformado. Nimay começou a questionar o destino de pessoas como ele, como Jake e Victor. Ele não era um dragão puro. Não se transformaria em árvore. Tudo o que ele é vai se perder para sempre um dia. Sem deixar rastros e lembranças. Isso pareceu muito triste e ao mesmo libertador. E ... confuso.

Duas semanas sendo maltratado. Uma semana paparicado e agora ignorado. Falava com Vic mentalmente, explicou que estava tudo bem. Só queria ficar sozinho. Nimay estava numa crise existencial. Normal num dragão quando atinge a adolescência aos 100 anos.

Jake recebeu uma mensagem de Naoki o convocando para uma reunião. Seu coração estava apertado. Um mau pressentimento o fazia ficar apreensivo e carrancudo. Chegou no local combinado e alguns minutos depois o general estava lá. Jake curvou-se levemente em uma saudação ao mais velho e de patente mais alta.

- Por que me chamou, general?

- Não sabia que tinham matado um dragão. Com que propósito trouxe o corpo dele ao seu acampamento? E por último, nosso trato não foi esse. Minha aliança com sua alcateia está por um fio. E espero explicações satisfatórias.

- O senhor pediu para desentocar os dragões, mas não falou nada de não matar algum. Portanto, o peguei para minhas experiências.

- Hmm! Que tipo de experiência? Espero que não tenha sido por causa das lendas sobre o coração de um dragão conceder imortalidade ou coisa parecida.

- E se for? Você não tem nada de se meter no modo como conduzo minha vida e a minha alcateia.

Uma explosão de gargalhadas chocou Jake. Naoki até se dobrava de tanto rir. Tentando voltar a compostura militar, enxugando as lágrimas, ele virou-se para o híbrido de lobo.

- Minha Deusa Tiamat. Qualquer dragão sabe que um coração morto não vale de nada. Ele deve ser ofertado com amor para a pessoa a ser salva. É uma doação. E não mata o doador. É só uma pequena parte. Se você não fosse tão teimoso e me perguntasse eu teria te falado.

- Eu não sabia. – Jake estava muito sem graça. E preocupado com o rumo da conversa. – Mas, não foi pra me ver envergonhado e sem graça que me chamou aqui. Fala logo, Naoki.

- Tsc. Desde que resgatou aquela cobrinha peçonhenta você não me respeita mais. Eu cuidei de você como um filho por quase 200 anos. Ensinei tudo que eu sei para depois ser tratado com tanta desconfiança. Vamos deixar essa discussão familiar para outra ocasião. Vou ser direto. Quero que me entregue aquele ômega.

- DE JEITO NENHUM!! – Jake tremia, seu rosto estava vermelho de raiva. – Ele é meu, eu o marquei. Como poderia entrega-lo a você com suas experiências doentias.

- Fiquei intrigado por ele ter sido marcado por dois alfas e, também, por ser um mestiço de dragão. Filho de Ryusei. Você não me disse que tinha mais dragões por lá. Uma família. Pensei que encontraria um, no máximo dois dragões. Minhas informações estavam defasadas. Eu o quero aqui até o próximo pôr do sol. Ou vou pegar seu amado Victor, preciso fazer soro antiofídico. Mesmo, que às vezes o doador do soro morra no processo. Você escolhe qual é sua prioridade Jake, o ômega ou o Victor.

Equinócio de Outono [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora