3.

18 3 4
                                    

- Que estranho, não é? - Oliver murmurou, enquanto Grace e eu dividíamos um brownie. Ele observava Apollo sentado, sozinho, olhando o movimento.

- Nem vou falar nada porque olha só para nós! - Grace balançou a cabeça várias vezes. - Vai ver ele só odeia todo mundo.

- O que é natural por aqui, - dei de ombros. - Cadê o Steve?

- Vai saber. Steve interage com todo mundo desse inferno. - Oliver disse.

Minha irmã, então, apareceu sorridente com Steve do lado e se sentou na nossa mesa.

- E aí, galerinha? - ela deu um sorriso. - Tive uma ideia.

- Ai, não gosto quando você me olha assim. - suspirei.

- Mamãe vai passar o final de semana fora e eu passei o dia pensando: cara, não estamos vivendo a verdadeira experiência de ser adolescente! - Alexa começou a discursar e eu a observava com atenção, sabendo a onde ela ia chegar. - Então, achei que seria uma boa ideia dar uma festa.

- Como é!? - falei, com raiva. - Alexa, vai ser eu e você cuidando de uma casa cheia de pessoas!

- Ai, Ramona, o Steve vai nos ajudar e com sorte, - ela deu um sorriso para os meus amigos. - Grace e Oliver também.

- O que ganharíamos com isso? - Grace arqueou a sobrancelha.

- Sem negociação! Não vai ter festa! - interrompi, porque sabia que eles fariam um acordo entre si. - Podemos, por favor, nos contentar com nossas tristes e calmas vidas? Porque, olha, eu tô muito satisfeita.

- Pela primeira vez, acho que Alexa tem razão. - Oliver me surpreendeu, ficando do lado da minha irmã. - Ramona, pensa só! Você vai viver com medo se não se arriscar!

Quis dizer que não queria se quer viver, que dirá me arriscar, mas Oliver me leva muito à sério, então fiquei calada, o encarando de braços cruzados.

- Pode ser uma boa ideia... - Grace colocou a mão no meu ombro. - E se você quiser, Alexa se responsabiliza por tudo o que der errado.

- O quê!? - Alexa franziu o cenho, mas Steve a cutucou com o cotovelo e ela sorriu. - Sim, sim, claro!

- Eu não tenho escolha... - suspirei, enquanto eles comemoravam. - Mas não quero ter que limpar a casa e nem nada disso, okay? E se chegarem perto do meu quarto... Alexa, você já sabe.

- Relaxa, Ramones, vai dar tudo certo! - ela deu um sorrisinho.

Revirei os olhos e me levantei.

- A onde você vai? - Steve perguntou.

- Na biblioteca, tenho um livro pra devolver. Vejo vocês mais tarde? - perguntei e todos assentiram. - Okay. Até depois!

Dito isso, sai sozinha em direção à biblioteca, mas antes que eu pudesse sair do refeitório, uma cena estranha me chamou atenção.

Katherine, uma garota da minha sala, que adora conversar com as pessoas e é sempre tão legal e feliz que chega a ser irritante, parou na frente da mesa onde Apollo estava sentado e disse:

- Oi! Você é novo, não é? Meu nome é Katherine e queria te dar as boas vindas.

- Oi. - ele respondeu, não muito interessado.

O sorriso de Katherine desmanchou, mas ela se recompôs.

- Então, posso sentar com você? Acho que tem muito o que você quer saber sobre a escola. - Katherine começou.

Apollo deu um suspiro longo e logo notei que a resposta que ele daria não seria muito agradável, então, me aproximei e toquei no ombro da garota.

- Oi, Katherine, - dei um sorriso educado. - Você tem um tempinho?

- Eu... - ela olhou para Apollo, que agora me encarava com uma expressão diferente. Não sabia se ele tinha feito uma careta, ou se estava sorrindo. - Claro, Ramona. Vejo você por aí, Apollo.

Ele apenas acenou e eu a puxei pra longe.

- Sua intenção foi ótima, Katherine, mas acho que quanto mais invisível Apollo puder ser, pra ele vai ser melhor, - dei um sorrido pra ela. - E eu ia odiar se ele fosse grosso com você.

- Obrigada? - Katherine franziu o cenho, mas deu uma risadinha. - Você é tão calada que eu esqueço que você tem voz! Estou surpresa por você estar falando comigo.

- Não faça com que eu me arrependa. - falei e ela riu.

- Engraçadinha... obrigada por isso, tá bom? Vejo você por ai. - ela sorriu e foi embora.

Revirei os olhos, rindo e fui para a biblioteca.

*****

Alexa e eu fomos sozinhas pra casa, como sempre, e ela falava sobre como estava animada para a festa de amanhã e eu fingia que prestava atenção.

Mas, na verdade, minha cabeça não conseguia prestar atenção em muita coisa. Tudo o que eu queria era chegar em casa e me trancar no meu quarto, ler e escrever... só ficar sozinha. Ainda mais agora, que minha mãe não vai ficar batendo na porta a cada cinco minutos e Alexa respeita o meu espaço.

- Sabe, não acho que vá lotar, - Alexa deu de ombros e me olhou, enquanto girava a chave na fechadura de casa. - O que você tem, ein?

- Nada, só tô cansada. - dei de ombros. - Você quer comer alguma coisa agora?

- Ah, não. Comi pra caramba na escola, mas faço alguma coisa se você quiser. - ela entrou na frente.

- Ah, eu tô bem. Vou me deitar um pouco, qualquer coisa, grita. - falei e subi as escadas, direto pro meu quarto.

Coloquei meu pijama favorito, coloquei uma música calma pra tocar e me sentei perto da janela, observando o movimento e tirando foto das árvores. Gosto de tirar fotos da natureza, principalmente de árvores.

Tem algo de reconfortante no verde das folhas, acho que seja porque isso nunca muda. Desde que me entendo por gente, tenho a vista dessa árvore na minha janela. Sempre a mesma no inverno, verão, primavera e outono... é bom saber que uma parte da minha história não se foi.

Porque todo o resto...

Suspirei e escrevi uma única frase no meu caderno.

Por que todo mundo vai embora?

e ai!? o que vocês estão achando??? me contem tudo!

sorry.Where stories live. Discover now