two

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Elizabeth Moore
Califórnia, LA

O sinal, felizmente, tinha batido e eu estava no campo de futebol esperando a Ashley, e vendo os garotos tentando se aparecer para as líderes de torcida.

Ta aí, outra coisa que me intriga nessa escola, por que praticamente todas as meninas querem ser líderes de torcida? Qual é a graça de ficar gritando palavras e balançando pompons? Ou eu sou muito amargurada ou elas são todas erradas, pois eu não consigo achar graça alguma nisso.

— Acorda — ela começa a estralar os dedos na minha frente— Agora você tá dormindo até de olhos abertos? Você precisa urgentemente procurar um médico.

— Não estou dormindo idiota — dou um leve empurãozinho nela— Posso saber o porque de você ter pedido para eu te esperar justamente aqui?

— Não é óbvio? — ela pergunta com um sorriso no rosto e eu mexo a cabeça em sinal de não — Como você é lerda Liza, vamos assistir o treino do meu irmão e do Jack hoje— ela diz animada.

— Dispenso esse convite horrível — me levanto pegando a minha mochila.

— Fica, por favor— Ashley puxa meu braço e começa a fazer aquele rostinho do gato de botas. É sério, não tem como dizer não pra ela com essa cara.

— Tá bom — bufo e me sento novamente.

Comecei a mexer no meu celular pra ver se passava o tempo. Aquilo estava sendo uma tortura para mim, ao contrário de Ashley que parecia radiante.

— VAI JACK — ela grita e ele pisca pra ela.

—O que foi que eu perdi?— falo apontando para os dois.

—Bom...– a mesma abre um sorriso largo– Ele meia que chamou pra conversar ontem.

— E você iria me contar isso quando?

— Eu iria te contar isso junto com uma outra notícia maravilhosa.

— Estava demorando— falo a encarando— Fala vai.

— Eu inscrevi a gente para o teste de líder de torcida — ela se levanta e começa a imitar as meninas com pompons do campo.

— Não, não, não, isso só pode ser brincadeira, diz que é brincadeira Ashley— falo séria.

— Isso não é brincadeira, você não gostou Liza? — sua feliz vida havia murchado e seu rosto agora era desapontado.

— Você sabe que eu não gosto disso Ash, e agora eu vou virar uma delas — reviro os olhos estressada.

— Pensa nisso como se fosse só mais uma atividade extracurricular.

— Da próxima vez que você for fazer alguma coisa que me envolva também, me fala antes, por favor.

— Você me ama e não vai ficar brava comigo — a mesma começa a me abraçar.

—Tá, eu te amo, mas chega de contato físico.

Que ótimo, agora eu vou me tornar o que eu mais julgava, Obrigada Ash.

O treino havia acabado, e ela queria descer pra falar com Jack. Antes que eu pudesse me pronunciar, a Besson me puxa arquibancada a baixo.

Corbyn começou a tirar sua camiseta suada, e arrumar seu cabelo que estava com algumas gotículas, só para se mostrar para as garotas que ali estavam. Eu acho que esse menino só não é mais ridículo porque ele é um só.

— Se você quiser tocar é só falar Moore — o mesmo ri e aponta para seu abdômen perfeitamente definido.

— Me erra seu idiota — reviro os olhos.

Ele caminha até mim, com um sorriso presunçoso.

— Você vem igual um trapo pra escola, mas eu te daria uma chance — diz passando a mão no meu rosto.

— Eu não to nem aí para o que você acha de mim seu nojento aparecido — retiro suas mãos de mim.

— Eu te faço um elogio e é assim que você agradece?

—Vai a merda Besson — mostro o dedo do meio e vou até a Ash.

Ela foi correndo abraçar o Jack e eu fiquei atrás dela.

—E para melhorar a tarde, ficar de vela tinha que estar incluso no pacote — murmuro.

— Você não precisa ficar de vela — Daniel chega e passa seu braço sob meu ombro.

— Primeiramente, tira essa sua axila suada de perto do meu ombro– o garoto acata meu pedido– Tá perdendo seu tempo comigo Daniel, não vai rolar.

— Caraca Liza, você é muito grossa, não tem nem como conversar com você — ele diz bufando.

— Seavey, meu querido Seavey, não sou igual as meninas que você e seus amigos costumam a sair, que acreditam em tudo que saem da boca de vocês, justamente pelo contrário.

— Eu não to de papinho, eu realmente quero sair contigo.

— Ta bom, eu já entendi. Marca um horário na minha agenda, aí eu vejo o que eu posso fazer por você — mando um beijo no ar e saio.

[...]

Eu estava na minha casa assistindo a segunda temporada de stranger things. Finalmente estava em meu habitat natural, sem pessoas julgando, sem garotos com seus papos furados, só eu, meus doces e minha série.

Meus pensamentos foram cessados quando um furacão entrou na minha casa acompanhada.

— Elizabeth Moore, nós vamos ao cinema, vai se trocar — Ash se joga encima de mim.

— Sai de cima— digo com dificuldade — Sinto te desapontar, mas eu não vou.

— Vai sim!— ela diz puxando minha coberta.

Que mania chata que essas pessoas tem de ficar puxando meus cobertores.

— Não vou! — pego minha coberta de volta.

— Se você for eu te compro um pote de tacos — Ash me olha apreensiva.

— Infelizmente você me conhece muito bem, e mexe em pontos delicados. Vou me trocar.

Quando me levanto do sofá, vejo a figura menos esperada e desagradável na minha frente.

— O que esse estupido tá fazendo na minha casa? — olho incrédula pra Ashley.

— Eu estou odiando isso tanto quando você, acredite — Corbyn olha de tédio.

— Você pode apostar que não— reviro os olhos — se ele for, eu não vou!

— Amiga você tem que ir, o Jack já está indo para o cinema e você tem que estar comigo nesse momento histórico.

— Eu não gosto de você, você não gosta de mim é só nós dois não nos falarmos, simples– o mesmo bufa– idiota– o garoto murmura, mas mesmo assim consigo escutar.

— Você está na minha casa e ainda está me xingando? Sério Besson?

— E eu achando que já tinha visto sua pior versão no colégio— ele me olha de cima a baixo.

— Corbyn, a não ser que você queira que a nossa ida ao cinema seja trocada para o IML, acho melhor você calar a boca.

Antes que ele pudesse retrucar, a Ashley começa a gritar.

— EU NÃO AGUENTO MAIS VOCÊS DOIS, HÁ 4 ANOS EU TENHO QUE ATURAR ESSA BRIGA IDIOTA E EU JÁ ESTOU CHEIA DISSO. VOCÊS JÁ TÊM 17 E 16 ANOS E AGEM COMO SE TIVESSEM 9. VOCÊS VÃO SE RESOLVER HOJE OU EU PARO DE FALAR COM AMBOS.

Em todos esses anos de amizade, eu nunca havia visto a Ashley tao estressada conosco igual agora. Não sei nem o que dizer, não esperava que ela fosse estourar algum dia por conta disso.

Ela pegou na mão dele e logo em seguida pegou na minha, nos levando para o piso superior da casa. A garota nos empurrou para dentro do meu quarto e trancou a porta.

— Vocês só saem daí resolvidos— ela diz através da porta.

Ele estava me encarando e o encarando de volta, de braços cruzados.

Ashley, quando eu sair daqui eu vou te matar.

i hate you ✧ c. besson {concluída}Where stories live. Discover now