X-9 NO MORRO

Prólogo

Isadora:

Bom,eu poderia citar aqui todas as vezes que meu pai chegou drogado e bateu na minha mãe. Ele nunca chegou a bater em mim, pq minha mãe sempre entrava na frente e levava a surra por mim.

Mas em especial uma surra que ficou marcada nas nossas vidas, foi a 6 anos atrás:

Flashback on

Meu pai tinha saído às 17:00 horas da tarde, eu e minha mãe ja sabíamos o que ia acontecer quando ele voltasse.

-filha,separa algumas roupas suas,maquiagens, livros. Mas so o necessário.- minha mãe disse.

Fiz tudo que ela pediu, coloquei so o necessário e ela tbm fez o mesmo. Quando ele chegou às 8:00 da noite eu e ela estavamos nos preparando pra dormir.

-fica ali do lado da cama e nao sai dali por nada ouviu? - Ela disse e assim eu fiz.

Ouço passos vindo em direção da cama e a unica coisa que escuto e um "NAO!" bem alto e depois mais nada, dou uma leve espiadinha e vejo minha mãe com um travesseiro coberto de sangue em cima da cabeça. Eu não queria ter visto aquilo, mas eu vi. Vi a mulher que me deu a vida morrendo diante dos meus olhos.

Eu corri até la para ajuda-la e me senti a pessoa mais inútil desse mundo, eu era um peso nas costas dela. A primeira coisa que fiz foi pegar uma bolsa com nossos documentos e levar minha mae ate a casa da vizinha que era muito nossa amiga. Ao sair de casa eu olho pra trás e vejo ele falando:

- Se você sair daqui nao volta mais. E também deixara de ser minha filha! - Aquilo me cortou o coração, ele fazia tudo que fazia mas ainda era meu pai.

Volto minha atenção a minha mae e levo ela na vizinha, essa mulher salvou nossas vidas literalmente.

Ela colocou minha mae no carro e levou ela no hospital, atenderam minha mae imediatamente e com isso eu fiquei ali sozinha ja que a vizinha nao podia ficar comigo pq tambem tinha filho pequeno e era mae solteira.

- O que a mocinha esta fazendo aqui? - perguntou uma enfermeira

- Minha mae esta aqui ela foi esfaqueada. - digo com ar entristecido.

- Mas vc nao pode ficar sozinha aqui, e de menor. Espere aqui que eu vou ligar pro conselho tutelar vir te buscar.

- Ata senta la Claudia, eu nao passei esse perrengue todo pra ir pro conselho tutelar, liga pra minha tia, ela vai vir me buscar. - Eu disse, mulher doida, minha mae quase morrendo e ela pensando em ligar pro conselho tutelar.

Tempos depois, minha tia apareceu toda descabelada, com uma roupa parecendo um pijama.

- Vamo embora menina, aqui nao e lugar pra criança nao.

- Mas pra onde a gente vai?

- Vamo pra rocinha, minha casa.

- NA FAVELA??!!

- Nao, na Argentina. Pq? algum problema, se quiser tem o viaduto ali pra morar.

- Nossa tia, desculpa.

E assim fomos, minha tia Marcia me tratou super bem e a filha dela tbm, mas naquela noite eu não consegui pregar os olhos, chorava sem parar. Tia Marcia cuidou de mim como uma filha durante 1 mês, um mês de alegria e tristeza.

Minha mãe havia ficado em coma, Larissa e eu nos tornamos melhores amigas, ela me apresentou ao morro todo praticamente, os caras da boca até as putas.

Depois de 1 mês minha mãe saiu do coma e depois disso foi so felicidade, Ate que tivemos a maldita ideia de ir ao shopping no asfalto.

- Larissa se eu for ai e vc não tiver terminado de se arrumar vou te deixar aqui! - gritava tia.

-Ai nossa calma.- Larissa descia das escadas toda trabalhada.

E assim fomos, na hora de sair pra pegar um táxi passou um carro e pegou em cheio minha tia. Olhei pelo retrovisor do carro e a pessoa que tinha feito aquilo era a mesma que tinha deixado minha mãe em coma.

Resumindo tudo: minha mãe foi esfaqueada, saiu do coma, entao meu pai descobriu quem havia nos ajudado e matou Tia Marcia, depois de tudo isso com meus 15 anos, começamos a passar dificuldades, minha mãe ja não achava emprego.

A solução: entrar para o tráfico. Lá minha mãe conheceu o dono do morro: kekel, ele gamou na minha mãe, pobre iludido, minha mãe matou ele e pegou o poder no morro.

Com isso ela se tornou a dona, eu a sub e a Larissa gerente da boca. Prometemos umas pras outras que nada vai nos separar, que éramos so nos três contra o mundo.

Pena que nem tudo sai como planejado.

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