Adeus Brasil, Bem vindo Canadá

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Acordei cedo até demais, pois ouvi muitos gritos e sons de choro, parecia que meus pais mais uma vez  estavam brigando, eu já não estou aguentanto o rumo em que as coisas iam,  essas brigas, o Brasil. Assim que eles pararam fui ver o que estava acontecendo.

-Mãe, pai, o que ouve. Falei para os dois que estavam em lados opostos na nossa enorme sala.

-Nada filha, agora vai tomar banho e vai para a escola, quando você chegar nós temos que conversar. Minha mãe me falou com uma voz chorosa e assim fiz.

Tomei um banho rápido, comi o café da manhã e fui para a escola á pé mesmo, eu não queria pedir para minha mãe me levar do jeito que ela estava, conectei meus fones no meu celular, e coloquei em uma playlist qualquer e assim fui, mesmo estando no Brasil, a minha cidade era bem tranquila, então eu não via nenhum problema nisso. Cheguei e todos ainda estavam do lado de fora ainda, avistei minhas amigas que estavam sentadas em uns bancos que havia em frente a minha escola.

-Iai gatinhas. Falei me sentado entre elas.

-Iai Li, quer dizer rainha deles. Elas falaram e logo cairam na risada e eu não pude conter a minha também.

[...]

Já estávamos na terceira aula do dia, então logo depois dessa aula teria o recreio e assim as duas últimas aulas, eu olhava em cinco e cinco minutos o relógio e nada, parecia que ele nunca saia do lugar, a sala estava quieta o que era quase um milagre.

-Senhorita Angelica, por favor me acompanhe até minha sala. A diretora entrou na minha sala chamando por meu nome, no qual levei um grande susto pois ela raramente falava comigo.

Caminhamos até sua sala, na qual estava um garoto lindo do terceiro ano, ele tinha aprontado algo na certa.

-Aqui está os papeis que sua mãe me pediu mais cedo. Ela me entregou vários papeis e eu sai da sala, a curiosidade foi mais forte que eu, então resolvi dar uma olhada, falava sobre mim aqueles papeis, então eu deveria  saber.

Informamos a transferência definitiva da aluna Angelica Menezes Gregorio da nossa escola por ordem familiar, a aluna apresenta comportamento estável e notas altas.

Assim que acabei de ler tudo a fixa caiu, e a revolta tomou conta de mim, como pode eles terem feito isso sem me procurar para perguntar, eu tenho que tirar tudo a limpo, só não sei como vou sair dessa escola. Foi dai que tive uma ideia, voltei para a sala e escrevi um bilhete para minhas amigas.

Me ajudem a sair daqui agora por favor, concordem com o que eu vou fazer agora okay?

 Recebi o papel novamente com a confirmação de todas que iriam me ajudar, me levantei de minha cadeira e fui em direção ao quadro, perto do professor que escrevia praticante uma bíblia ao invés de um conteúdo.

-Estou ficando tonta, alguém me ajuda professor. Fim uma vozinha que até eu tive nojo de mim e pus uma de minhas mãos sobre minha testa.

-Alguém ajuda ela, ela está morrendo não estão vendo?. Ju falou entendo aonde eu  queria chegar.

-Ela está com um problema muito sério. A Bru falou, claro que eu não tinha problema nenhum.

-Senhoritas acompanhem a sua amiga até a enfermaria por favor. O professor falou e assim nós fizemos.

Eu e minhas amigas fomos até a enfermaria e enventei um monte de mentiras me fazendo de vítima e com prêmio de minha bela atuação, consegui a liberação para casa.

-Bay gostosas, tenho que ir pra casa. Falei saindo da escola.

Cheguei e logo encontrei minha mãe na cozinha.

-Qual a sua explicação para isso heim. Falei para ela que olhou os papeis e soube do que se tratava.

-Filha, era isso que eu queria te contar, mais quando você voltasse da escola, não agora. Ela falou com as mãos chegando perto de mim tentando me acalmar.

-Não encosta em mim mãe, você não pensou em mim, no que eu iria achar, você apenas tomou suas próprias decisões, agora fala para qual escola eu vou?. Falei com voz chorosa para ela.

-Nós vamos para fora do Brasil, mais precisamente em Toronto, arruma suas malas por que o vôo é essa noite mesmo.

-Que? Mãe, como você pode fazer isso comigo, eu não vou para lugar nenhum, já disse. -Falei subindo as escadas e fui para meu quarto, no qual bati a porta com todo força que havia em mim naquele momento.

[...]

Passei o resto da tarde trancada no quarto, para poder pensar na vida, eu sei que isso era para o meu bem e da minha mãe, já que ela havia se separado do meu pai, que já saiu em viagem á negócios.

-Posso entrar?. Minha mãe bateu na porta e eu assenti.

-Desculpa mãe ter te tratado assim, mais poxa, você devia ter me contado, agora como vou abandonar minhas amigas, elas são tudo para mim, eu sei que existe internet para isso, mais não vai ser a mesma coisa. Falei em meio a choros e minha mãe sentou em meu lado na minha cama.

-Filha, você não tem que pedir desculpa, vejo que você já arrumou as malas, por que você não chama as suas amigas e vamos todas nós para o aeroporto, assim vocês podem se despedir.

-Ok Mãe. Falei e logo em seguida liguei para elas, que quase morriam de chorar, mais eu e elas teríamos que aceitar isso, essa seria minha realidade daqui para frente.

Estávamos todas no aeroporto esperando a chamada para o embarque, nós três choravamos igual crianças.

  Atenção senhores passageiros com destino á Toronto, Canadá, por favor se direcionem imediatamente á área de embarque

-Adeus meninas. Foi o que eu consegui dizer antes de cair no choro, nós três nos abraçamos e eu segui com minha mãe para o avião.

-Boa viagem filha. Foi o que minha mãe falou antes que eu adormecesse   completamente.

Créditos: jay

Por um acaso // S.MWhere stories live. Discover now