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Capítulo 21 - Broken Heart

- Niall, eu... - murmuro e ele arqueia uma sobrancelha.

- Falaram de mim, não foi? - ele questiona.

- Porque não perguntas ao Liam? Ele sabe. - resmungo.

- Porque prefiro perguntar-te a ti. - ele responde.

- Ok, mas eu prefiro que seja ele a responder-te. - balbucio e ele revira os olhos.

- Estás irritada! - ele comenta e ri.

- Estás a enervar-me. - acrescento sarcasticamente.

- Eu cá acho que chegou aquela altura do mês. - ele ri alto e eu coro dos pés à cabeça.

- Niall... - murmuro e baixo a cabeça.

- Adivinhei? - ele não entende que está a envergonhar-me?

- Não, não adivinhaste! - respondo, irritada. E ele ri.

- Oh, Diih, é só um bocadinho de sangue. - ele argumenta e senta-se no sofá.

- É vergonhoso. - riposto e ele revira os olhos.

- É normal. - Niall lembra.

- Continua a ser vergonhoso. - insisto.

- Faz parte da vida. - o tom divertido dele pior as coisas. Ao menos, o assunto de há bocado desapareceu.

- Não deixa de ser vergonhoso. - repito.

***

A semana passou rapidamente. Já estamos na última semana do primeiro período. As nuvens estão cada vez mais carregadas com chuva, os meteorologistas dizem que é provável nevar, o frio deixa a pontinha do meu nariz gelada. Mas eu ignoro o frio. Frio em dezembro é sinónimo de Natal! E eu adoro o Natal.

A escola está cheia de gelo à beira dos bancos e portas. As músicas que passam na rádio no intervalo já são as músicas de Natal. A comida já se aproxima da época natalícia. As portas e janelas estão já enfeitadas. Tudo isso num fim-de-semana, para durar apenas uma semana. Cinco dias para as férias... Quinze dias para o dia 25...

O Daniel chama-me e diz-me que temos de ir para um sítio silencioso, pois precisava de falar comigo. Claro que, como a desesperada que sou, comecei a pensar que ele ia falar de nós e iria acabar comigo, mas começamos há uns dias, não podemos já acabar! Não era bom para ninguém - só para o Niall, ele iria festejar.

- Diih. - ele sussurra e acaricia a minha bochecha,

- O que se passa? - interrogo.

- Eu preciso que me faças um favor... - ele pede, parece que implora, e já não parece o meu Daniel.

- Qual favor? - pergunto.

- Eu preciso que digas tudo o que pensas de mim, tudo o que achas de mim, tudo o que gostas em mim. - ele implora. Porquê?

- Porquê? - questiono.

- Apenas diz, por favor. - ele ignora a minha pergunta.

***

Dez e meia, segunda-feira, última semana. Eu detesto este intervalo. É a hora em que todas as turmas têm intervalo, das dez e meia às onze. É sempre uma confusão, não se consegue ir ao bar, ou às máquinas, ou fazer qualquer coisa sem nos esbarrarmos em alguém.

Ótimo, a Jules vai falar na rádio. Ser uma rapariga da claque faz com que ela se sinta superior. E o Diretor mandou-a para a rádio.

- Bom dia, liceu de Londres! Nesta meia hora, eu vou acompanhar-vos, por muito que me custe - ela lamenta-se, reviro os olhos - Mas como sou alma boa, eu aturo-vos, - e ri-se - hoje vamos ter uma espécie de convidado especial. Todos o conhecem-se e, alunos desta escola, ele está de volta... e sempre esteve. Daniel... - Daniel?