one

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Elizabeth Moore
Califórnia, LA

—Mãe eu tenho que ir mesmo? — falo fazendo cara de tédio

— Sim, Elizabeth, você tem que ir! — ela puxa a minha coberta.

— Isso é maldade.

— Vamos logo, não vai ser tão ruim assim.

—Nem vai ser tão ruim conviver com muitas pessoas que não gostam de mim, na verdade vai ser maravilhoso — reviro os olhos.

— Para de ser dramática, pelo menos você tem a Ashley — ela dá um risada nasal— Desce logo, se não vocês duas vão a pé— diz saindo do meu quarto.

Era gratificando saber que em meio a tantas pessoas que desgostavam de mim por metro quadrado, eu tinha a Ashley ao meu lado.

Eu realmente não tenho opção. Infelizmente eu vou ter que enfrentar essa. A morte com toda certeza doeria menos.

Levanto da cama, pego meu cobertor que minha mãe havia jogado no chão e o coloco encima da cama novamente.

Vou para o banheiro e faço todas as minhas necessidades. Retiro meu pijama e ponho uma calça jeans com rasgos no joelho, uma blusa branca e um tênis, nada demais. Não acho que seja necessário me arrumar para esse evento rotineiro e martirizante.

Desço correndo as escadas, pois já estou atrasada, pego uma maçã e vou para o carro da minha mãe, ja que a mesma me daria carona hoje.

A  Ash morava literalmente ao lado da minha casa, uma das razões pela qual raramente nos separávamos.

Já havia se passado sete minutos e nada dela, então resolvo mandar mais uma mensagem.

— To chegando família —vejo a figura da loira correndo desengonçada.

Eu amava nossa relação e a intimidade que tínhamos ,  desde os apelidos familiares, até partilhar experiências toscas como o primeiro dia de aula.

— Tá indo para onde? Algum desfile e esqueceu de me comunicar? — falo rindo de seu visual super produzido.

— Ah, e dai Liza? É o primeiro dia de aula, já pensou em quanta gente nova deve ter entrado?

— Como se não bastasse os que já tem la — reviso os olhos e as duas riem.

[...]

Olhei para as pilastras brancas do inferno e suspirei. Mais um ano chato e monótono igual aos outros.

Eu e Ash demos um beijo estralado na bochecha da minha mãe e descemos em direção à escola.

Mal entrei no colégio e já havia começado os burburinhos que aparentemente eram sobre mim. Obviamente me sentia incomodada, até por que, ninguém em sã consciência gosta de ser alvo de fofocas, mas a única que saiba disso era a Ashley, por isso ela me defendia tanto.

— O que vocês estão olhando? Perderam o cu aqui? — ela diz gritando com as pessoas que cochichavam ao nosso redor.

Eu abaixei a cabeça e comecei dar risada das caras de taxo das pessoas que nos cercavam. Minha melhor amiga é demais .

Confesso que não entendo o por quê da metade da escola me odiar, mas também não faço questão de descobrir. Se nem Jesus conseguiu agradar a todos, quem sou eu para tentar.

Fomos até meu armário guardar os livros que não seriam usados hoje e depois faríamos o mesmo com a Ash, e para minha infelicidade o armário da pessoa mais sem noção do mundo era do lado do meu.

— Oi Corbean — Ashley da um abraço apertado no garoto.

— Oi meu amor — ele retribui o abraço — Meu deus, você está péssima — ele direciona o olhar para mim.

Corbyn Matthew Besson, o garoto mais egocêntrico, arrogante e idiota do mundo.Tenho que agradecer aos céus por Ashley não ser igual ao seu irmão, babaca metido a besta. Ele pensa que o mundo gira em torno daquele seu cabelo loiro ridículo e seu sorriso extremamente branco. Ele é patético.

— Eu não me lembro de ter pedido sua opinião, seu jack frost falsificado — falo destrancando meu armário.

— Sua mãe não te deu educação não? — diz com um sorriso sarcástico

— Voce quer mesmo falar de falta educação comigo? Logo você?

— Vocês dois se amam muito — a loira ri de toda situação.

— Com certeza — ele fala rindo e revira os olhos.

— Obrigada pelo papo totalmente desagradável, passar muito mal viu — falo saindo dali puxando a Ashley.

— Eu te vejo em casa né? – ela grita para ele, e o mesmo responde com um simples "sim".

— Seu irmão me tira do sério, como ele consegue ser tão estúpido?

— Nós somos amigas desde os onze anos e até hoje eu não entendi o motivo de vocês não se gostarem.

— Você acredita em amor à primeira vista?— pergunto e ela assente — No meu caso e do seu irmão, foi ódio.

[...]

— Liza acorda — sinto alguém me chacoalhar.

— To acordada, to acordada — falo rápido.

— Como você conseguiu dormir a metade da aula de literatura e as outras duas de matemática seguidas? — Ashley fala incrédula

— Não duvide das minhas capacidades — bocejo ainda cansada.

O sinal havia batido, então estávamos indo para o intervalo.

Compramos nossos lanches e nos sentamos em uma mesa qualquer do refeitório.

— Como ele consegue ser tão lindo? — ela diz olhando para um ponto fixo.

Eu como uma boa amiga (apesar de não ligar nem um pouco para os meninos que ela gosta) resolvo virar e ver quem era.

— Você ainda está nessa? — falo o encarando também.

— Uma vez apaixonada por Jack Avery, sempre apaixonada por Jack Avery — dou risada de seu comentário.

Ele estava sentado com o Besson, Seavey, Herron e o Marais, o quinteto inseparável que arrancava suspiros de praticamente toda a escola.

Essas meninas só podem ter um grau muito alto de miopia ou algum tipo de deficiência cerebral para conseguir gostar de algum deles (eu digo isso, incluindo a minha melhor amiga).

Eles tratam as meninas extremamente mal e ainda se orgulham disso. As tratam como não fossem nada e mesmo assim ainda tem filas e filas de garotas atrás deles, eu sinceramente não entendo.

Viro novamente para o meu lanche, tendo uma visão privilegiada do meu hambúrguer enorme.

— É impressão minha ou o Seavey está te encarando? — ela fala franzindo a testa.

— Se ele fosse a primeira pessoa que me olhasse assim eu até me sentiria ofendida— digo sem dar muita importância.

— Não sei, parece que ele está te olhando com... — ela faz uma pausa — com desejo? — ela me encara.

— Eu acho que esse seu sentimento estranho pelo Avery, está começando a atingir seu lobo frontal. Seu discernimento tá indo por água abaixo amiga — dou uns tapinhas em suas costas.

Dei uma última olhada para atrás e ele realmente estava me olhando, mas o novo era aquela expressão convidativa dele.

Se eu não conhecesse tão bem aqueles cinco, até diria que ele realmente está afim de mim, mas infeliz a minha certidão de nascimento insiste em dizer que eu não nasci ontem.

•==•==• NOTES

Eu realmente espero que vocês gostem

i hate you ✧ c. besson {concluída}Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ