Em Varsóvia

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Na Avenida Real, que demanda à Praça Zamkoy, onde se localizam a Coluna do Rei Sigismond III Vasa e o majestoso edifício do palácio real, no centro de Varsóvia, na Polônia, um carro parou diante de um prédio restaurado. Seus ocupantes aguardaram algum tempo antes de descer, observando atentamente os carros que vinham pela avenida, como se temessem serem seguidos.

Depois, os dois homens desceram apressadamente e subiram as escadas. Um deles tinha a chave. Abriu a porta, que se fechou tão logo entraram.

Subiram um lance de escada, cujo corrimão de madeira guardava ainda marcas de destruição nazista que, durante a Segunda Guerra Mundial, havia destruído implacavelmente quase noventa por cento das casas da cidade.

Avançavam por um corredor, entrando na última sala. Um deles trazia uma pasta. Depositou-a sobre uma escrivaninha, abriu-as e retirou dela algumas revistas, estendendo-as para o outro.

— Tem certeza de que é ela mesma? — perguntou-lhe o companheiro, observando a garota que aparecia em todas as capas.

— Absoluta! Veja seu nome: Carla Ibsen e, entre parênteses, Carla Maravilha. Só pode ser ela. Ninguém receberia esse adjetivo a menos que tivesse mais qualidades que apenas a beleza física. Veja as reportagens, veja o que falam sobre ela nas revistas internacionais. O que me diz?

Rugas vincaram a testa do outro, não de todo convencido.

— O conselho deve opinar e decidir — disse, em resposta.

— Vamos convocá-lo, então. Acho que temos motivos para isso. — disse o primeiro, retirando um caderno de endereços de dentro da pasta.

Sentou-sejunto do telefone e discou o primeiro número de uma relação na primeira página.

CARLA MARAVILHAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora