CARLA MARAVILHA

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O espetáculo beneficente marcava o ponto alto do um Ano Internacional do Deficiente Físico. As entidades promotoras haviam se unido num esforço conjunto para fazer daquele dia uma data inesquecível, marcando indelevelmente suas ações em benefício daqueles que, em razão de suas deficiências, necessitavam de atenção, respeito e compreensão.

Após muito empenho de todas as associações do Brasil, gestões políticas e manobras de todo tipo, o Maracanã fora cedido para o acontecimento.

O público atendeu em massa aos apelos dos promotores. As arquibancadas, as gerais, as numeradas, todos os lugares, enfim, haviam sido tomados muito antes do inicio do espetáculo.

O irrepreensível gramado do estádio fora parcialmente sacrificado para que um enorme picadeiro de circo fosse montado. O público agora aplaudia, assobiava e se manifestava de todas as maneiras, aguardando com impaciência um show único na história do mundo circense.

Toda uma série de números de magia, ilusionismo, prestidigitação, trapézio, malabarismo, doma de animais selvagens, contorcionismo, tiro ao alvo, arremesso de faca, perícia em chicote, luta livre e outros seriam apresentados.

Isso nada teria de especial se não fosse um detalhe importante: todos os números seriam apresentados por uma única mulher. Seu nome era Carla Ibsen, mas todos a conheciam como única, a insuperável, a inimitável, a divina

CARLA MARAVILHA!    

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