Charlotte não vai te perdoar. Charlotte não vai te perdoar.

Eu ficava repetindo em minha mente. E quanto mais eu repetia, mais o choro vinha e me jogava para baixo. E, só depois de alguns minutos eu me toquei de que não aguentava mais viver sem ela. Não aguentaria mais viver sem Charlotte.

Peguei a garrafa de Whisky e voltei a beber. Estava com as costas encostadas no criado mudo e as roupas de Charlotte em meu colo. Abaixei a cabeça e apoiei os dois braços nos joelhos. Meu celular tocou no bolso, o puxei e olhei para o visor. Era Scott. Provavelmente querendo saber onde eu estava. Atendi:

- Scott...

- Mano, onde você tá caralho? Tô aqui doido atrás de você! Eu vou mijar por dois minutos e você some porra!

- Relaxa, estou na minha casa.

- Vai ficar por aí?

- Vou...

- Beleza, só não some daí cara, amanhã a gente se fala.

Desliguei sem me importar em me despedir.

Eu só queria ficar em paz, só queria pensar em tudo que faria para ter Charlotte de volta. Mesmo que levasse anos eu lutaria por ela, lutaria pelo nosso filho.

Nosso.

Eu não conseguia acreditar que eu tinha um filho, e que a mulher que eu mais amo estava esperando ele vir ao mundo. Meu filho. Meu menino. Lamentei por não poder acompanhar de perto a gravidez de Charlotte. Lamentei por ser um grande babaca e ter feito tudo o que fiz com ela. Eu a magoei. Deixei ela péssima, e ainda por cima ela aguentou tudo isso de queixo erguido como uma verdadeira guerreira. Não abaixou a guarda nenhuma vez e ainda por cima teve que me aguentar dizendo um monte de merda para ela. Eu era um lixo e agora percebia isso. Percebia o quanto fiz mal para ela. Charlotte era a mulher da minha vida e por minha culpa nós estávamos separados. Uma dúvida surgiu em minha mente:

Por quê ela não me contou sobre o que aconteceu?

Não que eu a esteja culpando, mas seria tudo diferente se ela tivesse me contado. Sem dúvidas nós não estaríamos separados agora e eu não estaria me lamentando por ser um grande idiota. Eu sabia que Charlotte não iria me perdoar tão cedo mas eu faria de tudo para ter o perdão dela. Faria de tudo para tê-la de volta. Não gostava nem de imaginar outro cara a tocando.

Grego.

Afinal, quem era aquele otário?

E o filho da puta ainda teve coragem de apontar um dedo pra mim. Quem aquele babaca pensava que era? A sorte dele foi terem nos separado antes de que eu conseguisse pegá-lo. E se eu pegasse, eu não o soltaria até que o visse morto. Não gostava de imaginar Charlotte com ele. Os dois na cama. Juntos. Grego fazendo tudo o que era para eu estar fazendo. Cuidando do meu filho. Não, isso não. Nem pensar! Mas se Charlotte o escolhesse eu teria que aceitar. Afinal, foi ele quem ficou do lado dela esse tempo todo, imagino eu.

Mas mesmo que isso acontecesse, eu lutaria com todas as minhas forças para tê-la de volta. Eu a amava mais que tudo, e se conseguisse reconquistá-la eu jamais repetiria tudo o que fiz. Jamais.

De repente, uma ideia surgiu em minha mente. Larguei tudo que estava em minha mão e saí do quarto. Desci as escadas e encontrei Dodô limpando alguns objetos. Sua expressão foi de completa surpresa ao me ver.

- Jason! Até que enfim você apareceu, menino! Onde esteve esse tempo tod... Oh, meu Deus, suas mãos Jas...

- Sem perguntas agora, Dodô. -falei e saí, sem deixar que ela respondesse. Não era minha intenção magoar Dodô, mas não era uma boa hora para questionamentos.

Entrei no carro e dirigi até um estúdio de tatuagem onde eu sempre as fazia. Era de confiança. Cheguei no lugar e algumas pessoas me olharam. O dono, Alex, me atendeu na hora.

- Jason! Cara, quanto tempo que não te vejo. Nossa, você tá um lixo... -riu.

- É, eu andei meio sumido. Quero fazer uma tattoo mano, tem como?

- Claro, pra você sempre, irmão. -bateu em meu ombro.

Alex era uma das pessoas que eu mais considerava, além de Scott. Ele conhecia nós dois e sempre fazia nossas tatuagens. Alex, como um tatuador nato, era cheio de tatuagens e alargadores. Tinha um porte físico parecido com o meu, só que com menos músculos.

Caminhamos até a sala onde eram feitas as tatuagens e nos sentamos.

- Diz aí, Jay. O que vai ser?

- Quero que faça o nome de uma pessoa. Charlotte. E não me faça perguntas.

- Tô ligado, você é quem manda chefe. Algum desenho?

- Não, só o nome.

- E aonde vai querer?

- No peito. -tirei a camisa e me deitei na maca preta estofada.

Alex me analisou.

- Cara, o único lugar disponível é no meio do peito, no coração.

- Melhor ainda. -falei, olhando sério para o teto.

Alex deu um risinho desdenhado e por fim deu de ombros, sem me questionar.

As agulhas começaram a perfurar a minha pele e depositar a tinta na mesma. Logo, as letras começaram a se formar. Alex era o melhor na escrita fina e cursiva. Eu queria fazer aquela tatuagem pois daquela forma Charlotte sempre seria uma parte de mim, e eu sempre estaria com ela. Não senti muita dor, pois já estava acostumado com a dor das tatuagens.

Logo, ele terminou e eu me levantei para ver. Tinha ficado perfeito. Estava do tamanho médio, do jeito que eu queria. Alex sempre acertava.

- Valeu, cara. -apertamos nossas mãos e eu puxei a carteira, tirando o dinheiro de lá e o entregando.

- Não suma mais, Jason.

- Pode deixar. -peguei minha camisa e saí da sala de tatuagens. Caminhei pelo estúdio e vi algumas mulheres me lançarem sorrisos safados e outras acenarem. Ignorei. A única mulher que eu queria era Charlotte.

Peguei o carro e voltei para casa. Dodô estava na sala e me vou entrar. Me olhou com pesar. Comecei a subir as escadas.

- Não vai comer, Jason? -perguntou calmamente.

- Não. E, por favor, não entre no meu quarto.

Dodô não respondeu, mas eu sabia que ela tinha compreendido.

Entrei em meu quarto e me joguei na cama. Olhei para baixo e as roupas de Charlotte ainda estavam jogadas lá. Peguei uma blusa sua e a cheirei novamente. Seu cheiro era doce e me acalmava. Lembranças de nós dois juntos na cama começaram a invadir minha mente, e quando me dei conta, estava me masturbando, imaginando nós dois juntos na cama, trepando, como nós dois gostávamos. Gozei e apertei a blusa de Charlotte, meus olhos estavam fechados mas eu logo os abri. Olhei para o meu membro e vi que ele ainda estava duro.

Não era só o meu psicológico que estava afetado, mas o meu corpo também, e ele clamava por mais.

Me recusei a me masturbar de novo. Joguei a blusa de Charlotte para o lado e pensei se aquele seria o meu destino daqui pra frente. Não. Eu não poderia deixar isso acontecer.

Eu precisava reconquistá-la.



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É isso aí! Jason também tá sofrendo, minha gente. Mas vamos esperar e ver o que o futuro reserva para esses dois, não é!! Hahah.

Me digam o que acharam do capítulo. Espero que tenham gostado! :)

Um beijo no core de todas vocês, possessivas!!! ❤💗❤💗❤




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