Capítulo 55

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           Eu sinto a sua falta
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JASON

- É só uma questão de tempo para eu ter Charlotte de volta. -disse a mim mesmo, num sussurro baixo enquanto saía do apartamento de Jonathan naquela tarde perturbada.

Meu coração estava dilacerado. Me sentia corroído por dentro. Como eu pude ser tão cego? Como eu pude acreditar no desgraçado do meu irmão e não na mulher que eu mais amava?

Burro! Cego! Idiota! Cretino!

Mil coisas se passaram pela minha cabeça quando Charlotte disse que Jonathan me roubava e que estava realmente grávida de mim. Não resisti o baque e caí de joelhos no chão. Não conseguia explicar o quão arrependido eu me sentia. Não me importava em chorar aos pés da mulher que eu amava e de chorar na frente de meus pais e todo mundo que estava lá.

Não iria pedir perdão à Charlotte, não hoje, não agora. Pois eu sabia que ela não iria aceitar. Eu não pensava em mais nada que não fosse sair dali e ir para casa me afundar nas bebidas de novo. Era só isso o que eu fazia. Bebia dia e noite, até cair desmaiado em qualquer lugar do meu apartamento e sentir Charlotte se afastar, era a minha única opção.

Saí do apartamento depois de prometer a ela que a encontraria em qualquer lugar que ela estivesse. Entrei em meu carro e Scott veio atrás. Entrou no carro e eu apenas abri a porta, peguei um celular que não usava muito e liguei o rastreador. Caminhei até o carro do "tal Grego" e coloquei o celular numa parte da lataria de baixo, onde eu sabia que ninguém encontraria. Voltei para o meu carro e dei partida, caindo na estrada. Scott suspirou ao meu lado.

- Cara, que dia.

Suspirei pesadamente, não querendo tocar naquele assunto. Não naquela hora. Scott entendeu o recado e não falou mais nada.

Chegamos em meu apartamento e eu me joguei no sofá, olhando para o nada. Scott se aproximou e sentou ao meu lado.

- O que vai fazer Jason?

- À respeito de quê?

- Como assim de quê? À respeito dessa situação. Vai deixar como está?

Suspirei.

- O que você quer que eu faça, Scott. Eu humilhei a mulher que eu mais amo na minha vida na frente de um monte de gente. Por minha causa, ela virou uma figura pública. Todos riem dela, a reconhecem do vídeo humilhante que algum filho da puta colocou nas emissoras. Eu sou a porra de um desgraçado maldito!!! -me levantei e peguei um vaso, o jogando contra a parede. Comecei a pegar tudo o que via pela frente e jogar contra a parede. Caminhei até a mesma e comecei a socá-la. Eu queria descontar a minha raiva em alguma coisa. Não, na verdade, eu queria descontar a minha raiva em mim mesmo!

Bati na parede até que meus dedos ficassem em carne viva. Scott não me parou. Ele sabia que eu precisava daquilo. Sabia que, como ex-lutadores, nós descontávamos a raiva na parede, até que não aguentássemos mais.

Parei de bater na parede e espalmei minhas mãos nela. O choro veio sem pedir licença e eu deixei que as lágrimas caíssem. Na parede estavam as manchas de sangue dos meus dedos. Caminhei até o bar e peguei um whisky. Não me importei em colocar no copo. Tirei a tampa e bebi direto no gargalo. Bebi até não aguentar mais. Bebi até que sentisse a dor diminuir, mas ela não estava diminuindo. Eu estava ficando frustrado. Eu precisava dela. Precisava de Charlotte.

Abri a porta do apartamento e saí dele. Peguei o carro e dirigi até minha casa. Eu não voltava lá desde que tudo aconteceu. Estacionei o carro e abri a porta. A garrafa ainda estava em minha mão. Subi as escadas e fui para o meu quarto, entrei e procurei pelas coisas de Charlotte. Achei algumas bolsas perto da cama, caminhei até a bolsa e me ajoelhei no chão. Tirei a primeira peça que vi. Era uma blusa rosa. A cheirei. Peguei outra peça e mais outra. Apertei as roupas de Charlotte e as cheirei como se minha vida dependesse delas. Lágrimas surgiram em meus olhos novamente e eu me deixei levar por elas. O choro forte e o soluço tomavam conta do quarto e eu sabia que devia chorar, sabia que estava arrependido amargamente e que não merecia ser perdoado.

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