36 - Uma bomba no shopping?

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No domingo eu mal acordei e a minha mãe veio me avisar que o Natsuno havia ligado; e havia pedido para que eu fosse à casa dele depois do almoço. Com a autorização da dona Sara, eu fui.

Chegando lá, Riku também me esperava.

Estranhei.

Estavam os dois em frente à bela mansão, conversando. Nós entramos e nos dirigimos ao quarto do Kogori, sua avó nos recebendo com deliciosos bolinhos de chuva.

- O que houve? - perguntei aos dois, assim que ficamos às sós.

- Conseguimos uma missão importante – Riku disse, olhando para o lado de fora pela única janela do quarto. Natsuno e eu preferimos ficar sentados na cama, próximos aos bolinhos.

- Hã, quando você diz missão, você diz... caçada? - indaguei, até que feliz, pois fazia dias que não encontrávamos nada de suspeito pelo sul da cidade para investigarmos. No entanto, aquilo era exagero caso fosse mesmo uma caçada. Bastava o Riku passar em casa e me avisar, como das outras vezes.

Comi um bolinho.

- Na verdade, maninho - disse Natsuno, também comendo um bolinho -, faz dias que eu vinha implorando para o meu velho nos mandar em alguma missão, já que não podíamos caçar pela cidade. Bom, meu velho é um pouco legal quando quer, e finalmente conseguiu algo pra nós.

Arqueei uma sobrancelha, confuso, comendo mais um bolinho.

- Você está dizendo que partiremos em uma missão da organização?

- Estou dizendo que partiremos em uma missão do meu pai. - Natsuno parecia orgulhoso de si próprio, ou do pai dele; comeu mais um bolinho.

- No entanto - interveio Riku, ainda de costas -, essa é uma das missões mais perigosas que eu já vi em toda a minha vida. – O encarei surpreso. Aliás, era o Riku quem estava dizendo aquilo; ele concluiu: - Portanto, exige muita atenção.

- Mas se essa missão é tão importante assim, por que mandariam simples aprendizes como nós ao invés de caçadores experientes? - Essa era a minha dúvida.

- Pô, Dio, para de drama - disse Natsuno, comendo mais um bolinho. Falou, de boca cheia: - A organização não sabe sobre essa missão. Uma coisa que você precisa aprender é que há caçadores no meio dos vampiros, infiltrados. E um deles informou ao meu pai sobre um plano que um dos enxames urbanos estava planejando há anos. Foi treta para o meu pai conseguir algo assim, e mais treta ainda para que eu insistisse pra ele deixar com a gente. Talvez assim consigamos matar mais vampiros pelo caminho para então chegarmos aos cem frascos. Nada tão perigoso, já que não invadiremos prédios abandonados. Você não quer deixar logo de ser um Aprendiz de Caçador?

- Bem, sim-

- Então! Essa é a chance.

- Que precisamos aproveitar ao máximo – Riku concluiu. Ele não comia os bolinhos de chuva, ao contrário de mim e do Natsuno. Estavam maravilhosamente excelentes, o que significava que a Sra. Kogori era mesmo uma ótima cozinheira.

- E que tipo de plano é esse? – finalmente eu perguntei.

- Meu pai me informou que eles querem jogar uma bomba no Shopping Center Leste de Honorário - disse Natsuno. - Mas não é uma bomba que mata.

- Ela infecta pessoas - foi Riku quem respondeu.

Aquilo me deixou assustado. Pessoas inocentes virarem vampiros? Além de trágico, seria também muito perigoso para nós caçadores e, consequentemente, para a sociedade. Hebert estava louco de nos mandar numa missão tão importante assim?

Caçador Herdeiro (1) - Vento Sufocante | COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora