Ele a encarou, como se só agora pensasse que poderia ter feito aquilo. Então ela pegou sua própria varinha e executou perfeitamente o feitiço, dizendo logo em seguida:
- Vamos. Eu pago uma bebida quente como desculpas.
- É lógico que você tem que se desculpar, idiota! Vamos logo! – E ele saiu na frente dela, andando como um orgulhoso dragão, nem parecendo o mesmo que estava se encolhendo de frio até poucos instantes atrás.
Mary lhe lançou um olhar mortal, já se arrependendo de ter o ajudado, e então subitamente se lembrou de outro detalhe: gastara quase todo o seu dinheiro reservado para a visita a Hogsmeade. Ela contou os poucos nuques que ainda tinha e o seu único sicle, e correu para alcançá-lo. Não tendo como voltar atrás do que dissera, o jeito seria escolher antes que ele entrasse em algum lugar caro e perfeitamente normal para a situação econômica dele.
***
Um lugar barato e onde ninguém nos veja juntos. Um lugar barato e onde ninguém nos veja juntos, repetia Mary mentalmente, como um encantamento, forçando-se a lembrar de algo que atendesse a essas exigências. Foi então que ela se deparou com o lugar perfeito: o Restaurante Casa dos Gritos.
Até um tempo atrás, aquele lugar era considerado mal assombrado. Porém, com o crescimento comercial de Hogsmeade, até mesmo essas lendas perdiam lugar para os negócios. A Casa dos Gritos fora transformada em um restaurante que mantinha a fachada antiga como atrativo. E como os clientes ainda não tinham muita confiança no lugar, os preços eram os mais em conta de toda a cidade. E foi pensando nesses preços baixos que Mary exclamou para Doumajyd:
- Vamos aqui!
Ele encarou a fachada caindo aos pedaços do restaurante e perguntou incrédulo:
- Você quer que o Ilustríssimo Eu entre em um lugar como esse?
- Ilustri... – ela não conseguiu terminar, chocada demais pelo que tinha acabado de ouvir.
- Pode deixar que eu escolho o – ele começou, saindo, mas percebeu que ela não o seguia.
Ao olhar para trás, viu que um bruxo estranho a cercava, com um pergaminho e uma pena de repetição rápida flutuando ao seu lado:
- É uma pesquisa sobre a preferência dos alunos de Hogwarts quanto aos-
O coitado não teve tempo de terminar.
Enquanto Mary escutava atentamente o que ele queria, e estava disposta a colaborar, Doumajyd avançou e, sem dó, deu um soco no bruxo.
Ela ficou estática, atordoada demais com o que tinha visto, enquanto o bruxo se levantava e saia correndo apavorado.
- Você é louco?! – Rosnou ela. – Como pode fazer uma coisa dessas?!
- Ele estava incomodando – ele se justificou, como se não fosse nada de mais quebrar o nariz de alguém que lhe perguntasse alguma coisa na rua. – Vamos entrar de uma vez nesse lugar tosco!
Vendo que não adiantaria discutir, e percebendo que, pelo menos assim, ele concordara em entrar no restaurante barato, ela o seguiu. Mas Mary não conseguiu evitar o resmungo, ainda indignada:
- Bater nas pessoas de repente não é legal.
- Ele não estava sendo legal com você.
- Quê?!
- Por que está escuro aqui, Weed?! – O dragão inquiriu, como se fosse culpa dela.
Ao invés de replicar a acusação, Mary se obrigou a enxergar que aquilo era um fato:
ΔΙΑΒΑΖΕΙΣ
Entre Doces e Dragões
FanfictionHogwarts vive em um tempo em que o poder e o dinheiro falam mais alto, e onde os mais afortunados tem como direito mandar nos mais fracos, sem questionamentos. Lugar onde um grupo de alunos impõe e exige ao extremo a obediência e respeito de todos...
Capítulo 12 - O Máscara de Tigre
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