Feliz aniversário

57 7 2
                                    

Agir por impulso é uma forma de viver intensamente, uma forma de esquecer de todas consequências por um momento. Isso pode te trazer lembranças e aventuras incríveis, mas depois que se der conta que não pode viver assim a todo momento e voltar para a vida real, irá perceber o quanto se iludiu.
———————————————————————-
O relógio marcavam 23:30. O pai de Melanie ainda não havia chegado do trabalho, ele deveria estar bebendo de novo em algum bar. Ela levanta do sofá da sala e caminha em direção de seu quarto. Abre o guarda roupa e pega uma caixinha e leva até a sala. Ela abre e retira um envelope e deixa sobre o seu colo.
23:50. Melanie ouve um barulho de carro e vai conferir na janela, mas era apenas um carro desconhecido passando. Por que ela ainda se importava? Ela não sabia onde seu pai estava, como sempre.
00:00. Melanie olha em volta. A luz fraca da sala deixava todo o ambiente mais solitário. Os móveis velhos e sujos e o carpete manchado, mostrava o quanto seu pai era descuidado. Ela solta um suspiro e pega a o envolve e abre o mesmo.
" parabéns Melanie!

O papai te ama! Nunca se esqueça disso filha! Debaixo da cama tem uma supresa para você, espero que goste!

2012"

Ela solta um pequeno sorrisinho e guarda a carta de volta para caixa.
- Obrigada pai- ela diz baixinho com a voz bem rouca, quase não saindo palavras e sim sopros.
Ela guarda a caixa de volta ao seu armário, soltando um longo suspiro, até que um barulho de mensagem sai de seu celular. Ela se aproxima do mesmo e olha a mensagem que recebeu.

" De Alex: Parabéns Melanie pelo seus 15 anos!"

Ela solta um segundo sorriso, só que
Desta vez um pouco maior que o outro. Ela pega o celular em suas mãos e fica o encarando por um tempo. Ela olha para os lados e deixa o mesmo encima da mesa. Melanie tinha estava agindo com impulso, e ela esperava não se arrepender, mas caso acontecesse, já estaria acostumada.
Melanie pega sua bolsa e seus sapatos. Ela sai de casa, andando em uma só direção. A garota podia ser diferente, mais forte, menos sensível, muito mais caída na realidade do que qualquer uma, mas ela estava completando quinze anos. Não conseguia admitir para ela mesma que estava triste por não ter visto seu pai novamente, igual os dois últimos anos. Ele sempre esquecia.
Quando Melanie chega ao seu destino, ela olha para os lados, observando a casa a sua frente. A casa tinha um azul escuro em quase ela toda, e a sua volta tinham poucas árvores, mas por serem grandes e com muitas folhas, dava a sensação de floresta. Ela olha para a janela do segundo andar, onde tinha uma luz acessa e procura no chão alguma pedrinha. A garota arremessa a mesma na direção da janela pra chamar a atenção.
Um homem aparece na janela, abrindo a mesma e dizendo:
- Você está louca? O que faz aqui?
- Vem cá!
O garoto, solta um suspiro e pega um casaco qualquer. Ele desce as escadas e vai lá fora ver o que Melanie queria.
- Olá Alex, ou devo dizer, Julieta?- diz Melanie soltando uma risada.
- O que faz aqui agora? Aliais, parabéns! Você não respondeu minha mensagem.
Ela fecha o sorriso e concorda com a cabeça como um agradecimento.
- Por que está aqui?
Melanie olha em volta novamente e responde:
- Olha, pensando bem, eu não deverá estar... Quis agir por impulso e acabei vindo até aqui, desculpa.
- Ei, não precisa ir, mas pensei que por ser seu aniversário você...
- Ninguém lembra de meu aniversário Alex.
- Eu não diria isso, Janet ficou o final de semana todo organizando uma festa surpresa para você amanhã na escola.
Melanie arregala os olhos e se aproxima dele.
- O que? Eu vou matar aquela garota! Eu odeio festas de aniversários para mim!
- Pelo menos a escola toda vai estar lá!
- Sim, vão estar, mais não por mim, e sim pela bebida, música, essas coisas que toda festa tem.
Alex solta um sorriso fraco e coloca uma mecha da franja de Melanie atrás da orelha dela.
- Melanie, amanhã vai para festa, caso não goste eu prometo te tirar de la, ok? Agora vai para casa... Esta tarde e precisamos dormir.
Alex se aproxima dela e da um abraço aconchegante. Por um momento, Melanie não retribuía, mas apoia sentir o conforto e a segurança que um abraço transmite, ela colocou seus braços em volta dele e o apertou com intensidade, fazendo toda aquela dor em seu psicológico ir embora. Eles se afastam e ela solta um sorrisinho e espera ele entrar na casa. Quando ela se vira, vê de longe um homem com uma máscara preta a observando do outro lado da rua. Ele virá um pouco a cabeça e sai andando pela rua, sumindo na escuridão. A respiração de Melanie aumenta. Ele estava observando os dois. Quem era aquele cara?

As sete chaves de Dusky MountWhere stories live. Discover now