Do sonho à realidade

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Dois corpos exaustos dividindo o tapete felpudo do chão da sala; foi assim que aquele momento terminou. Aquele momento mágico onde não sabíamos onde um terminava, e o outro começava. Há muito tempo eu não era tomada pelo prazer de descansar no peito de alguém conversando sobre amenidades após fazer amor. Há muito tempo eu não fazia AMOR!

- Você é surpreendente, sabia? – digo, enquanto desenho pequenos círculos em seu peito.

- Surpreendente? Em que sentido?

- Casaco de couro, camisa de banda de rock, moto? – respondi.

- Ah, isso! – disse em tom de brincadeira – Bom... você não pensou que eu andasse de terno e sapatos italianos o tempo todo, pensou? - e levantou a cabeça para ver minha reação Você pensou! – e riu de um jeito que fez seu peito vibrar. Foi uma sensação boa!

- Também não é assim! – me defendi – Só não pensei que fosse tão descolado!

- Sei! E o que mais te surpreendeu? – perguntou, virando e se deitando de lado para ficarmos frente a frente.

- Você falando palavrão! – dessa vez quem riu fui eu!

- Ah.. só isso? – disse ele, malicioso, dando um beijinho na ponta do meu nariz.

- O resto eu meio que já esperava! Seu porte entrega um pouco. Mas confesso que estou babando nesse abdome até agora!

- Assim tá melhor! – me beijou suavemente e sussurrou em meu ouvido – Porque você é deliciosa da cabeça aos pés! - e se levantou antes que eu pudesse responder qualquer coisa – Tá com fome? Porque você sugou minhas energias. Se você quiser me apresentar seu quarto vou precisar me abastecer antes! – disse, caminhando para a cozinha – Se importa se eu preparar algo?

- Claro que não. Fique a vontade! Vou tomar um banho!

Durante o banho não conseguia parar de rever os momentos anteriores. Os sentimentos que aquele sexo maravilhoso despertou; e agora aquele homem perfeito estava na minha cozinha, se abastecendo para conhecer o meu quarto! Como pode só pensar nisso já me deixar excitada? Ai Bárbara, ta encrencada!

Sequei os cabelos superficialmente e prendi num coque alto, e vesti um camisão confortável, mas levemente transparente pra não quebrar o clima. Pés descalços pisavam o cão frio, que em contraste com meu corpo quente - mesmo pós-banho – causava uma sensação agradável. Ao chegar à cozinha me deparo com aquele homem maravilhoso em seus jeans descolados, costas torneadas, em frente ao fogão preparando uma omelete para dois.

- Vinho? – perguntei, acariciando de leve suas costas.

- Claro! – ele respondeu – Mas vestida assim, a omelete vai ter que esperar. – e me abraçou por trás enquanto eu pegava o saca rolhas na gaveta, e o retirou da minha mão suavemente, ainda me abraçando com seu corpo. Ele abriu o vinho, e eu pude sentir seus músculos tensionados pelos movimentos para abrir a garrafa. Aquele calor em volta de mim, me pressionando, em outra época – ou com outra pessoa – me sufocaria, mas com ele é tão bom! Droga, Bárbara, não se apaixona tão rápido! Mas com essa respiração na minha nuca... eu virei e o beijei. Puro instinto animal. Como resistir? Pra que resistir? Ele retribuiu ao beijo, mas parou por um instante, colou a testa dele na minha, ofegante.

- Eu realmente preciso comer alguma coisa, mas assim é impossível! – sorriu, e me beijou novamente, depois se afastou de súbito, deixando um vazio momentâneo e entorpecente. De olhos fechados eu apenas sorri. – Que energia é essa, mulher?

Eu não pude conter o riso. Meu ritmo louco de trabalho também influencia nos meus hábitos alimentares. Sei que não é nada saudável ficar muito tempo sem comer, ou comer durante a madrugada, mas quando a inspiração surge qualquer hora é hora. Com uma boa xícara de café tudo se resolve. Os médicos não concordam, e estão certos, mas por enquanto é o melhor que posso fazer!

Procura-se um Amor que goste de GordinhasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora