-Quero saber tudo o que aconteceu!
-A minha história todo mundo ja conhece. - murmuro fazendo pouco caso. - Vivi num navio negreiro e bla bla bla. Quero saber sobre você!
-Eu? Bom... ainda estou trabalhando para a OSCU, e sou a encarregada de treinar novos agentes.
-Tadinho deles.
-Ei! Eu sou uma boa professora. Bom... só não tenho muita paciência.
-Boa professora. Claro. - digo irônica.
-Cala a boca Morgan, você é pior do que eu.
-Em teoria, temos o mesmo sangue.
-Deve ser por isso. -ri.
-Mas e ai? Está namorando?
-Não, e tem como namorar? Ninguém quer namorar a sobrinha do chefe!
-Pelo menos na minha época, poucas pessoas sabiam que Luiz era meu pai. Mas você nunca tentou um Civil?
-Civil? Esse tipo de relacionamento nunca da certo. E pra dar, você precisa deixar de ser agente, e não quero fazer isso.
-Então, vai ficar solteira a vida toda?
-Sim. Prefiro me concentrar na minha carreira.
-É... eu também pensava assim.
-Perai?! Como assim pensava?
-Só acho que devemos aproveitar mais a vida. Passei por muita coisa, e tudo o que fiz foi lutar.
-Mas a vida foi feita para lutar.
-É, mas do que adianta ter luta sem vida?
-Tem sentido... isso é um conselho?
-Não, é apenas o meu ponto de vista.
-Natasha? - grita Noah, desde a entrada da sala. - Miller pediu pra te chamar! Ela já está disponível!
-Vai falar com a chefe? - questiona Katye.
-Sim.
-Posso saber sobre o que?
-Quero tratar sobre o nosso prisioneiro. - minto.
-Ducler?
-Isso mesmo. Nos encontramos mais tarde?
-Claro! Te espero para jantar?
Confirmo com a cabeça, e sigo Noah pelos corredores em direção ao quarto de Miller. Algumas horas antes, pedi a ela alguns minutos de privacidade, e o único lugar que disponibilizava esse tipo de coisa era o quarto dela.
Assim que Noah me monstrou o quarto, segurei sua mão e pedi que ele ficasse para a pequena reunião.-Vocês precisam de alguma coisa? - questiona confuso.
-Sim, você já vai ver.
Miller estava sentada sobre a cama, cruzando as pernas como índio e com o notebook sobre elas. Assim que entramos, ela fechou o aparelho e o depositou do lado da cama, retirando os óculos de grau do rosto.
-O que ele faz aqui? - indaga confusa.
-O que tenho pra falar, diz respeito aos dois.
-Você está começando a me preocupar Morgan. Tome acento e desembuche! - murmura ela.
Sento na beirada da cama e olho para Noah, esperando que ele fizesse o mesmo, mas aparentemente ele preferia ficar em pé.
-Bom... é meio difícil de explicar.
-Começe do final, e depois vá para o começo. - orienta Miller.
-Há um traidor entre nós.
-Isso mesmo!- grita Noah.
-Não grita imbecil!
-Foi mal...
-Explique-se. - diz Miller.
-Enquanto ainda estava fugindo. Começei a investigar sobre as bombas. Descobri que o apartamento onde as bombas foram encontradas pertenciam a imobiliária Volboot, que surpreendentemente pertencia as empresas Pochelli.
-Pochelli? De Sara Pochelli?
-Isso mesmo. Fui até Josh, o Irmão de Sara que dirigia a empresa á dois anos, para tirar satisfação. Ele estava nervoso e provavelmente ameaçado, porque havia um microfone oculto na sala. E bom... o resto vocês já sabem, ele morreu, na realidade foi assassinado bem na minha frente.
-Então foi ele quem inplantou a bomba?
-Não, ele apenas falsificou os registros que diziam que aquele apartamento era meu. Quem realmente implantou foi um garoto loiro.
-Um garoto loiro? Poderia ser mais específica? - indaga Noah.
-Não sei o nome dele. Ele trabalhou durante um curto periodo ma pizzaria Perroni, e visitou diversas vezes o meu suposto apartamento. Tenho um pendraive com melhores informações guardado na minha casa.
-Tudo isso nos leva a crer o que já sabiamos: Dylan te incriminou. Qual a novidade? E onde um traidor se encaixa nisso tudo? - indaga Miller.
-Bem... antes disso nós invadimos o FBI, lembra?
-Esperai, como assim "nós"? Agente Oster! Você esteve envolvido?! - murmura Miller.
-Isso não importa. - intervenho, antes que Noah levasse uma possível bronca. - Como dizia, nós invadimos o FBI para roubar informes de tudo o que foi encontrado no meu caso. E foi de lá que recolhemos as digitais das bombas e mapas encontradas no sótão do meu quarto.
-Essas digitais não era dela.- fala Noah. -Bom... tecnicamente eram...
-Um dia antes de viajar para minha última missão, antes do meu sumisso, cortei meu dedo indicador. Desse corte, restou apenas uma cicatriz.
-E nas digitais do registro, havia uma cicatriz.
-O que há de errado? - questiona Miller, confusa.
-Logo depois do corte fui para o polo norte. Ou seja, essa cicatriz não estava nos registros.
-Então a pessoa que te incriminou, colheu as digitais durante esse meio periodo? - indaga.
-Finalmente mulher! - comemora Noah, que recebe um olhar assassino da chefe.
-Isto é, o cara que colheu minha digital, estava lá naquele dia.
-Quais as pessoas que estavam lá? - questiona Noah.
-Jack, Anne, Simon, Diogo, Katye, Sara, Mariana, Alfie e Diana.
-Mais ninguém?
-Só a minha mãe. Mas ela com certeza não fez isso.
-Então são nove pessoas. - conclui Noah.
-Isso ai gênio. - debocho.
-E quanto a essa Anne? - indaga Miller.
-É a ex do Alfie. Mas acredite, ela seria incapaz de algo assim. - diz Noah.
-Não tinha cerebro suficiente. - complemento.
-Se vocês dizem...
-Mas se há traidores, como vamos formar um plano amanhã? - questiona Noah.
-Vou adiar o planejamento para depois de amanhã. Esse é o prazo máximo.- murmura Miller.
-Ainda vamos ter 3 dias para formar o plano. - conclui Noah.
-E apenas amanhã para identificar o traidor? Impossível!
-Não é impossível, mas esse assunto não pode sair daqui, entenderam?- murmura Miller. - A partir de agora, cada uma das pessoas dessa base estarão vigiados por nós, e pelas câmeras.
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Agente Morgan 3
ActionEncarar uma traição nunca é fácil... ainda mais quando foi ela que te levou a ser uma ameaça mundial. Natasha Morgan luta contra todos os seus instintos, deixando de lado aquilo que é certo, para fazer o que acredita ser o melhor. Mas antes, s...
Capítulo 38
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