Epílogo

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Pont des Arts, Paris
2002

— Vó, eu não sei o que dizer. Mamãe nunca me contou isso. — Mirela está com lágrimas nos olhos. — O que aconteceu depois?

— Fleur tinha cinco anos quando eu contei a história da flor e do beija-flor a ela. Sua mãe achou encantadora, só foi entender o real significado com o tempo. — sorrio em meio as muitas lágrimas que rolam. — Depois que seu avô morreu, eu consegui deixar a França. Adotei o nome de Astrid Blum, quando cheguei em Londres. Lá eu conheci um grupo de judeus refugiados, eles me ajudaram a criar sua mãe. Nunca mais vi meu tio ou coloquei os pés na Pont des Arts... até hoje.

— Eu nunca pensei que...

— Amar pudesse valer a pena? — crispo os olhos. — Aprenda algo, querida: o felizes não precisa ser para sempre para ser inesquecível. Os dias mais felizes da minha vida foram ao lado de Samuel Blum.

— O que eu faço, vó?

— Ligue para o Arthur. — dou de ombros.

Mirela enxuga o rosto, pega seu celular e liga para o amado. Levanto-me do banco com um pouco de dificuldade e me aproximo da ponte.

Prendo o cadeado que pedi para minha enfermeira comprar e sorrio. De certa forma, consigo sentí-lo aqui comigo.

— É, Sam... acho que você se orgulharia de saber que nosso amor impossível tornaria possível o amor dos outros. A propósito, foi uma florzinha.

A Flor e o Beija-FlorWhere stories live. Discover now