Capitulo 29

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Ainda pude ouvir um eco de uma voz que me gritava para não adormecer mas foi mais forte que eu, a maré levou-me e um último pensamento permaneceu.

Imaginava que tudo poderia ter sido diferente, que, se tivesse seguido para a direita em vez de para a esquerda, estaria a viver uma vida que nunca poderia ter imaginado. Mas pensava também que, provavelmente, não existiria mais caminho p...ela frente, que, simplesmente, não estávamos destinados.

Porque é que não poderemos decidir o nosso próprio destino?

-…a infeção está a apoderar-se do corpo dela…

-…temos de agir rapidamente…

-… poderá não sobreviver…

Pedaços de frases ecoavam dolorosamente na minha cabeça que pesava como chumbo. Por vezes a dor era tanta que acabava por ir abaixo vezes sem conta sem sequer me aperceber. Uma luz forte e incandescente pairava sobre mim não me querendo fazer acordar. E, quando ia a abrir finalmente as pálpebras pesadas, ouvi-o…

- Têm de fazer alguma coisa, sem ela não vivo!

-…tem de ser feito e só existe um…

-…já está decidido, é o que eu quero, farei o que for preciso! – falava Zayn com um tom preocupado mas determinado. Aquela conversa toda dava-me a volta à cabeça e, principalmente aos nervos. Seja o que fosse que decidissem, eu teria de estar presente!

Apoiei-me com dificuldade pelos cotovelos e, respirando fundo, abri os olhos encarando aqueles quatro indivíduos diante de mim. Zayn esforçava um sorriso e os três médicos ao seu lado olhavam-me com ar receoso.

- Podem-me explicar o que se passa? Porque é que estou rodeada de máquinas novamente? Não era suposto estar a melhorar? – eles permaneceram calados e tudo o que se ouvia era o som da minha respiração fraca. O que é que me escondiam afinal?

Zayn aproximou-se de mim e fez sinal para que os médicos saíssem. Encolhi-me com a dor que o barulho da porta fez ao bater e olhei para Zayn inquieta. Ele apenas me observava, pude reparar no seu esforço para conter as lágrimas prestes a serem derramadas. Estendi a mão e ele apertou-ma entrelaçando carinhosamente os seus dedos nos meus.

 

- Tens de ser forte amor… - sussurrou aproximando-se de mim e segurando-me o rosto nas suas mãos. Ambos nos olhamos por breves segundos. Mas será que o mundo não poderia parar? Quando poderíamos ficar juntos afinal de contas? Felizes..?

- Eu aguento Zayn, conta-me. – fiz força para não me ir abaixo, estava preparada para tudo. Apertei as suas mãos nas minhas e enfrentei o seu olhar penoso e triste.

- O teu fígado infetou e a infeção estar a alastrar-se pelo teu corpo todo. Tu não vais aguentar portante tens de ser operada para fazer um transplante no qual só tens um único dador, é muito ariscado mas eu sei que és forte Sophia. Promete-me que vais vencer só mais esta luta! – implorou-me. Eu hesitei pois não encontrava mais forças em mim – Promete amor… por mim.

Algumas lágrimas escaparam daqueles olhos lindos e, ao ver aquela sua expressão dolorosa, não aguentei. Abracei-o e, juntos, choramos sem fim. Senti os seus soluços involuntários e deixei escapar alguns. Nem eu nem ele merecíamos nada daquilo…

- Vou tentar amor, por ti… - murmurei deixando escapar mais algumas lágrimas. As lágrimas dele refrescavam-me o pescoço fazendo-me sentir viva. Afastei-me dos seus braços e encarei-o.

- Temos mais um dia certo? – a minha voz tremeu e olhei para baixo tentando esconder o pânico de deixar este mundo, de o deixar a ele. Senti o polegar de Zayn limpar-me as lágrimas e observei o sorriso mais bonito que alguma vez já vira em Zayn, era tão genuíno e protetor.

Enough of Happy Endings, This is Reality...(Zayn Malik)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora