Capítulo 12 - Você não olhou para trás ❤

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Então aconteceu o que eu mais temia: Ele me soltou e se afastou de mim. Sorriu um pouco sem jeito e deu um passo para trás e então limpou, com suas mãos, o rosto.

— Desculpe. – Disse, um pouco mais rouco que antes. — Eu não sei o que deu em mim...

— Arthur. – Segurei sua mão antes dele pensar em fugir, então ele me olhou esperando que eu prosseguisse: — Por favor, me escute.

— Estou escutando. – Ele seguiu com os olhos em mim.

— Podemos ir para outro lugar? Quer dizer... Eu tenho muito a dizer e não acho que aqui é o melhor lugar. Eu vou só chamar um uber, okay?

— Eu não vou fugir de você.

— Fica bem aí, parado! – Eu vi um singelo sorriso ameaçar se abrir, mas ele conteve.

Peguei meu celular e chamei o motorista e aproveitei para pedir a Marcos para buscar Maressa na escola.

— Quem é Maressa? – Ele perguntou, deixando-me apreensiva.

— Ah... Depois podemos conversar sobre isso, okay? – ele apenas balança a cabeça, concordando.

Acho que nós dois temos muito a dizer um para o outro. Ficamos em total silêncio até o carro chegar para nos buscar, no mesmo, o motorista era o único que falava e nós apenas respondíamos educadamente. Não pude deixar de notar a roupa que Arthur estava usando, no outro dia, eu não notei direito, mas agora pude ver que, provavelmente, ele trabalha com carros.

Seu olhar está abatido e há olheiras fundas em seus olhos. E nas mãos, há marcas de cortes.

— No que está trabalhando? – Decido perguntar.

— Ah... – Ele olha para suas roupas. — Mecânico.

— Pelo menos eu já sei quem pode concertar meus carros – Digo, e vejo um sorriso no seu rosto.

— E você, o que está fazendo?

— Eu destranquei minha faculdade de administração. Eu preciso ajudar meu avô na empresa. – Explico.

— Tá, mas você quer mesmo fazer isso? – Ele arqueia a sobrancelha.

— Ainda não sei, mas... Só falta um ano para o fim, acho que posso suportar.

— Você que sabe.

Nossa conversa se encerrou e ele direcionou seu olhar pela janela. Decidi não levar ele a minha casa, pois, acho que conhecer a Maressa agora não será uma boa ideia, precisamos conversar, por enquanto.

Ao chegarmos na sorveteria que ficava perto da minha casa. Não tinha quase ninguém lá e como um bom dia de fevereiro, o tempo ainda estava firme e o céu claro. Mas algumas nuvens estavam no céu. Sentamo-nos ao lado da janela de frente um para o outro e pedimos, os dois, um milk-shake.

Ficamos um bom tempo sem falar nada – mais especificamente até a metade do copo da nossa "bebida" – até eu resolver quebrar o silêncio tenebroso:

— Como está sua vida? Você está bem? Quer dizer... – Respirei para desacelerar minhas perguntas. — O que aconteceu depois que...

— Você foi embora? – Completou e eu apenas meneei a cabeça.

— Eu fui a pior quando fiz isso, eu sei. – Abaixei minha cabeça para organizar meus pensamentos. — Eu não sei o que vou fazer para compensar, mas... Acho que posso começar te pedindo perdão. Talvez, alias... É bem provável que você tenha seguido sua vida e tenha novos amigos, claro, mas para mim você será sempre o melhor, mesmo que não me considere mais assim.

O preço de amar a CristoWhere stories live. Discover now