Capítulo 11 - Eu vou lutar por você ❤

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— Se nem Deus me ajudou, imagine se algum homem vai me ajudar – Lorena pega o sobretudo pendurado ao lado da porta e sai, mesmo de roupa de dormir.

— Que maravilha, não são nem sete da manhã e já começamos o dia bem – Rebecca diz, colocando o copo na mesa e voltando para o andar de cima.

Eu amo muito a Lorena e concordo que ela deve primeiro confiar em Deus porque se Ele não ajudar, homem nenhum achará a solução, mas o caso é que ela mesma não confia mais que Deus poderá fazer algo, em vez de se manter firme, ela se abalou de tal forma – o que é compreensível no caso dela – e não conseguiu mais voltar.

Eu queria muito ajudar Lorena, assim como ela foi um apoio muito importante para mim, eu queria ser para ela, mas... Ela nem deixa mais eu encostar nela direito.

Balanço a cabeça e abro a porta para ir atrás dela. Olho para os lados antes de passar pelo portão e de longe, vejo-a sentada rente ao muro perto das flores no quintal.

— Lore...

— Me deixa quieta, Diego. – Ela fecha os olhos e apoia a testa nos joelhos.

— Eu quero te ajudar. Deixa, por favor.

— Ninguém pode me ajudar Diego! Eu já disse: Nem Deus me ajudou. Eu só preciso ficar longe de tudo e todos e... – Ela me olhou com os olhos marejados — Seguir em frente. O que aconteceu vai sempre me assombrar, não posso mudar isso – Ela dá de ombros. — Mas eu preciso ocupar minha mente e ficar... sozinha.

— Tudo bem. Eu te entendo. – Viro-me de costas. — Mas Lore... Não é que Deus não te ajudou, você só não confiou Nele o suficiente e quis se isolar consigo mesma, assim como eu fiz um dia. Só... Não morre, está bem?

Depois disso, voltei ao meu quarto e coloquei minha roupa habitual de trabalho, chamei meu motorista e apenas fui para a empresa. Talvez eu deva mesmo parar de achar que ela é uma vítima, apesar dela ser, acho que ela não quer ser tratada assim. Eu sei que ela tem força, sempre teve. Amou alguém que não a amava, superou. Ficou cega, superou. O pai morreu, superou. Ela é a força em pessoa.

Fiquei na empresa até dar o horário de eu ir para a faculdade, quando chegou, eu apenas dispensei o motorista e fui dirigindo eu mesmo. Fui o mais rápido possível. Quando parei no sinal, vi que Alana atravessava a rua junto com Shawn. Claro que isso tinha que acontecer, agora meus pensamentos estão nela outra vez.

Quando o sinal abriu, coloquei meu carro no estacionamento e saí para ir ao prédio, mas ao longe vi ela conversando com Shawn. Será que continuaram com o contato? Realmente estou curioso sobre isso, mas acho que agora eu quero ficar longe dela, pois, apesar do momentâneo calor que senti quando a reencontrei toda a dor que ela me fez passar está voltando aos poucos e com força.

Tentei passar por eles o mais discretamente possível, mas foi inútil quando percebi Shawn me chamar:

— Vai passar assim, sem falar nada? – Viro-me com o melhor sorriso que posso dar, tentando ao máximo desviar meus olhos dos de Alana.

Qualquer contato com ela poderia me fazer cometer um erro terrível.

— Oi Shawn, tudo bem? – Pergunto, o mais descontraído possível, tentando firmemente esconder a minha vontade de me enfiar em um buraco.

— Estou bem. – Ele balança a cabeça e após isso cruza os braços e fica balançando seu corpo para frente e para trás. E assovia.

— E você Alana? Está bem? – Pergunto e vejo o sorriso formar-se nos lábios de Shawn.

— Lana, eu tenho que ir para o fórum. – Ele dá um beijo na bochecha dela e sai às pressas, apenas virando-se para me dar um aceno.

Aquela situação estava extremamente desconfortável, porém, ao mesmo tempo, eu poderia ficar observando ela, mesmo que apenas de canto, e ver suas feições tímidas que eram a coisa mais fofa do mundo.

O preço de amar a CristoWhere stories live. Discover now