Dois macacos armam um encontro

Start from the beginning
                                    

- Quem são vocês? – Ela gritou – São monstros?

- Monstros? – Disse o macaco, claramente ofendido. – Não somos monstros, sua tolinha!

- Somos lindos demais pra isso! – Respondeu o outro.

Annabeth tentou sacar sua espada de osso de drakon, mas praguejou em grego antigo quando se lembrou de que não estava com ela. Seria bom se também tivesse uma arma que virasse um material escolar para variar.

- Eu sou Passalos, muito prazer!– O macaco de chapéu fez uma reverência.

- Acmon, ao seu dever! – Respondeu o de camiseta listrada e calças verde limão. – Mentira, hahaha ! Estamos aqui para te roubar!

Antes que ela pudesse se mexer, Passalos avançou em seu pescoço e puxou seu colar de coral.

- Ei, isso é meu! – Gritou, furiosa.

Os dois macacos correram no meio da avenida movimentada. Annabeth teve trabalho para desviar dos carros – Céus, que transito caótico era aquele de Manhattan?- Enquanto eles desapareciam no meio da multidão, que estava saindo do trabalho. De repente, se lembrou de onde os conhecia. Leo havia perseguido aqueles dois pestinhas depois de terem saqueado o Argo II. Passalos e Acmon estavam saindo da rua e correndo em direção a praia. Quando Annabeth chegou ao píer 17, já havia escurecido e ela os perdeu de vista.

- Não... - Ela sentiu vontade de chorar. O coral havia sido um presente de Percy e ela nunca o tirava. Como podia ser tão azarada? Pelo visto as parcas nunca se cansariam de importuná-la. Então ouviu alguém dizer:

- Eu acho que você perdeu isso.

Annabeth quase pulou de susto. Percy estava parado atrás dela, com o colar de coral na palma da mão e aquele sorriso torto que sempre fazia com que ela tivesse vontade de socá-lo e beijá-lo ao mesmo tempo.

- Pelos deuses, Percy! – Ela disse zangada, enquanto ele ria. – Não faça mais isso! Onde você estava?

- Trabalhando. – Percy respondeu.

- Trabalhando em que? Em arrumar problemas? Porque devido ao seu imã para encrencas, não duvido nada que se metesse em uma sem mim por perto! – Respondeu.

- Isso é verdade. - Percy disse, deslizando sua mão na dela. – Mas não dessa vez. Venha comigo.

Os dois caminharam pelo píer até alcançarem um pequeno barco atracado. O casco azul claro era decorado com desenhos de conchas e cavalos marinhos.

- Eu encontrei esse barco a deriva. Ele não estava em condições de navegar, então pedi uma ajudinha ao meu pai e nós passamos o dia reformando. Quer dizer, mais ou menos. Ele teve de ir embora muito rápido e...

- Seu pai esteve aqui? – Annabeth perguntou, incrédula. Os deuses nunca tinham tempo de ver seus filhos. A ideia de que o pai de Percy tivesse passado o dia com ele parecia impossível. Mas depois de tudo que fez pelo Olimpo, Percy merecia ter um pouco da atenção.

- Bem, sim. – Ele a ajudou a subir até a proa e Annabeth piscou surpresa. Um lençol branco estava estendido no chão, com almofadas coloridas. Lanternas caseiras lançavam pequenos pontos de luz sobre o barco. Ela se sentou e Percy lhe passou um prato cheio de biscoitos azuis. – Está servida, senhorita?

- Obrigada, Senhor Cabeça de Alga! Me diga, fez isso tudo sozinho?

- Está duvidando de minhas capacidades de ser romântico?

Annabeth levantou as sobrancelhas.

- Ok! – Percy levantou as mãos. – Piper me deu alguns conselhos. Mas só alguns! Cara, às vezes você me assusta com essa capacidade de ler a minha mente!

- Cale a boca, Percy!

Ele sorriu, enquanto deitava em uma das almofadas colocando os braços atrás da cabeça.

- Sabe porque eu quis fazer isso? – Ele disse, com o olhar perdido. – Queria que te lembrasse dos estábulos.

Annabeth corou ao se lembrar de como havia passado a noite adormecida nos braços do namorado. Foi uma situação bem embaraçosa ter sido pega no dia seguinte e ser posta de castigo. Mas era uma lembrança boa e ela não conseguiu segurar o sorriso.

- Pobre Frank! Ficou mais envergonhado do que nós dois juntos!

- Eu não fiquei envergonhado... – Percy respondeu, sorrindo. – Inclusive, faria de novo.

Annabeth socou seu braço.

- Idiota. – Ela se deitou ao lado dele, encostando a cabeça em seu peito, deixando que ele passasse o braço ao redor da sua cintura. Annabeth inspirou o cheiro de maresia da camiseta de Percy. – O que estava pensando quando mandou aqueles macacos malucos irem até a escola?

- Ei, eles são engraçados! E com a oferta certa, podem colaborar. Dei a eles algumas coisas brilhantes que trouxe do palácio de Poseidon. Se eu mandasse Blackjack estragaria a surpresa do encontro e do pedido que eu tinha para te fazer. Você saberia que era eu.

- Espere ai! Volte. – Annabeth se endireitou, apoiando-se no ombro. - Que pedido?

- Annabeth... – Percy olhou para ela, fazendo suspense. - Você aceita ser meu par no baile de formatura?

- Ah! – Annabeth riu – Não seja bobo!

Percy franziu as sobrancelhas confuso.

- Não entendi.

- Não posso ir com alguém que vai ficar se perguntando quem deve tirar para dançar, Cabeça de Alga!

Percy cobriu o rosto com as mãos, se lembrando do baile de colegial que os dois haviam ido há alguns anos.

- Você sabe que eu não vou mais fazer isso!

- Claro que eu sei! – Ela respondeu indignada. - Está insultando a minha inteligência?

- Nunca! – Percy se apressou em dizer.

Annabeth se abaixou e o beijou suavemente.

- Não acredito que fez tudo isso para me pedir para ser seu par no baile! É claro eu aceito! E você é uma gracinha.

Ele tocou o rosto dela com as pontas dos dedos.

- Eu aprendi que não devemos desperdiçar os momentos de paz. – Disse, voltando os olhos para o céu. Todas aquelas constelações um dia, haviam sido pessoas e criaturas que existiram a milhares de anos. Algumas delas ainda caminhavam por ali, outras os haviam deixado para sempre. Percy sabia que muitos heróis estavam destinados a terem finais trágicos. Mas ele estava determinado a escrever seu próprio destino. E ter Annabeth nele.

- O que você vai fazer for quando me pedir em casamento?– Ela disse, olhando para Percy com uma expressão marota e interrogativa no rosto.

- Ainda não pensei nisso. – Ele respondeu com o rosto vermelho. Tinha a leve impressão de que Annabeth nunca mais seria pega desprevenida de novo. Talvez tivesse de pedir ajuda a Afrodite. Deuses, Percy esperava não ter que chegar a esse ponto! A mãe de Piper tinha uma tendência a complicar tudo.

A barca de Staten Island passava ao longe e o barulho da água fez Percy ter vontade de fechar os olhos. Annabeth suspirou e adormeceu. Percy pensou que talvez fosse perigoso dormir ali ao relento, mas aquela noite eles tinham a benção de Poseidon. Ele queria que Annabeth acordasse no dia seguinte, quando fosse claro o bastante para que pudesse ver o nome que ele havia dado ao barco. O mar em volta ninava os dois ao balançar das ondas. Então ele também deixou se levar pelo sono a bordo do Sabidinha.


-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


N/A: Gente, essa fanfic minha é bem antiga, de 2015. Ela ta postada em um perfil meu de outro site pra fics que não uso mais, então achei legal repostar ela aqui pra ficar mais fácil de ser encontrada, já que o wattpad ta sendo mais usado por todo mundo. Espero que  aqueles que ainda não conheciam essa one-shot tenham gostado. Um beijo pros que releram. xoxo

Dois macacos armam um encontroWhere stories live. Discover now