8 Draco

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Damon tinha mostrado a Cam toda a propriedade, colocaram alguns assuntos em dia, enquanto Caleb se recolheu com Sansara. Uma coisa incrível era o dom que eles tinham para partilhar, quer dizer, não que Damon e não sou soubéssemos dividir as coisas e tals, mas não éramos só nós dois, apesar de sempre se abster das discussões, ainda tinha Dante. Eles eram dois, nós éramos três, um número injusto se tratando de divisão, mas é a vida, não escolhemos quantos irmãos ter. Temos apenas que cuidar uns dos outros.
E se tratando em de "cuidar", fiquei velando o sono nada tranquilo, e que não durou muito, de Safira.
Ela se revirava na cama, murmurava algumas coisas sem nexo algum, fazia caretas engraçadas. Então ela praticamente pulou da cama, sentando-se e empurrando as cobertas para longe.

_só um sonho... Um maldito sonho... - resmungou cobrindo o rosto com as mãos - ele está bem, ele esta vivo! - respirou fundo - o maldito não pode mata-lo, ele sequer pode entrar na sala, eu tenho a chave!

_falando sozinha Safira... É o primeiro sinal de loucura! - seu coração acelerou descompassado e ela pareceu finalmente notar minha presença no quarto.

_porra... Você tá tentando me matar? - perguntou com os olhos arregalados.

_não se preocupe quanto a isso... Pode se acalmar, eu não sou um monstro...

_que ótimo! O vampiro que enfiou um alicate em minhas tripas, não é um monstro... - resmungou.

_engraçado, não vejo nenhum ferimento em você! - ela fuzliou-me com os olhos - de nada!

_idiota! - rebateu - você e seu irmão...

_quanto a ele, devo concordar com você...

Ela baixou o rosto e desviou os olhos, parecia ponderar em dizer algo, já que sua boca abria e fechava algumas vezes, mas nenhum som saia dela.

_diga! - a incentivei.

_tive um sono com Dante... - murmurou baixinho - Alexus estava com ele, naquela sala, mas era como se eu estivesse ali, e como se ele soubesse que eu estivesse ali, pois ele olhava para mim e dizia "veja o que faço com seu querido Dante"... Então ele o cortava com lâminas estranhas, abrindo feridas fundas em Dante, que sequer se mexia...

_foi só um sonho...

_pareceu tão real... Quanto ele arrancou a cabeça e jogo aos meus pés... - sua voz morreu num fio de sussurro.

A imagem da cabeça de meu irmão sendo arrancada e jogada aos meus pés, invadiu minha mente, e causou-me náuseas e calafrios pela espinha.

_ele está bem não é? - perguntou olhando-me como uma criança assustada - Alexus não pode entrar na sala sem a chave... Mas e se ele não a trancou, se estiver aberta... - lágrimas silenciosas banhavam seu rosto.

_ele trancou! - ouvi a voz de Damon na porta, pegando a nós dois de surpresa - Alexus não correria riscos tolos, mesmo Dante preso num estado inanimado, o manteve preso dentro de uma sala, acorrentado, então sim... Ele deve ter fechado a porta! - ele estava parado no corredor, olhando para o mesmo.

_certo...

_não precisa chorar coelhinho... Vamos buscá-lo em breve! - falou e continuou seu caminho.

_vamos, logo o almoço será servido! Você precisa comer...

_almoço? - perguntou confusa.

_você apagou ontem pela tarde, anoiteceu, amanheceu... E já está ficando tarde... - falei pacientemente, pegando um vestido verde escuro de seda, rodado, até o joelho e um par de sapatilhas pretas - deve servir pois, há uma menina nessa casa que usa o mesmo tamanho que você!

Irmãos Valerian - Série IMORTAIS - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora