Irmãos Valerian - Série IMORTAIS - Livro 2

5 Damon

Há muito tempo, Draco e eu passamos por muitas coisas complicadas. Quando crianças, sempre perguntávamos a nossa mãe sobre o nosso pai, ela nos contava o que podia e dizia que o mesmo estava em uma viagem longa, e quanto mais amadurecíamos, mais entendíamos que ele jamais iria voltar. Quando atingimos a idade adulta, liderei Draco, e nosso irmão caçula, Dante, em uma revolta contra nosso tio, que anos antes, descobrimos ser o verdadeiro assassino de nosso pai.
Infelizmente, o maldito fugiu, mas conseguimos tudo que nos era por direito, retomamos nossas terras e nossas posses, trouxemos nossa mãe para a antiga casa onde ela morou com nosso pai, e onde ela permaneceu até o seu último suspiro. Jamais aceitou a oferta de imortalidade, e chorava por nós, em saber que passaríamos a eternidade vagando pela terra, e nos fez jurar, em seu leito de morte, que cuidaríamos uns dos outros. Feita a promessa, ela nos deixou.
Para honrar acordos, recebemos uma menina, que nos foi prometida de sangue, para se tornar nossa esposa. Draco e eu passamos a discutir com frequência por causa disso, enquanto Dante se absteve da discussão e afastou-se. Como líder, eu deveria me casar, mas não queria aquela criança, enquanto Draco exigia de mim, todas as responsabilidades como líder.
Infelizmente, Alexus se aproveitou do nosso momento de discórdia e conseguiu capturar Dante.
Numa noite, ele saiu para caçar e nunca voltou. No início pensamos que ele estava irritado com nossas discussões e partiu, mas com o passar do tempo, tentamos entrar em contato com o mesmo, usando nossa ligação, porém não o encontramos. Cogitamos a ideia dele ter sido assassinado, mas Alexus não conseguiu segurar seu ego por muito tempo e acabou revelado que mantinha Dante cativo, e para completar a desgraça, ele fez a cabeça daquela criança tola, que nos tinha sido prometida, e a tinha usado como sacrifício para permanecer imortal, já que apenas nosso pai foi “abençoado” com a vida “eterna”, como nosso avô. Tivemos sorte, em termos todos herdados a “imortalidade”.
Perseguíamos Alexus, como gato e rato, mas nunca descobrimos onde Dante estava, nunca conseguimos “resgatar” a tola menina, que sempre era usada nos sacrifícios do maldito. Vivemos assim por muito tempo, até que paramos de nos importar.
Carregávamos o peso da culpa e a saudade de nosso irmão todos os dias, como um lembrete de nosso fracasso, a quebra da promessa que fizemos a nossa mãe, minha desgraça em cuidar e manter meus irmãos unidos e a salvo.
Então, quando resolvemos tirar férias, surge essa menina. Com os mesmos
olhos bicolores, daquela maldita criança do passado, dizendo ter visto Dante, dizendo que, a chave que Draco tirou de dentro das costelas dela, era a chave que abriria o local onde nosso irmão estava cativo.

_o que você acha... – Draco perguntou- me assim que chegamos na sala.

_não sei, sinceramente, não sei! – resmunguei – parece impossível, mas a porra, nós somos imortais, quer coisa mais impossível que esta merda!

_poderíamos chamar os gêmeos para nos ajudar! – sugeriu.

_tirá-los do conforto deles na Rússia? – o olhei pensativo – você soube do
extermínio do clã Stark...

_sim, eu sei que foi ele, mas a garota, ela pode ler mentes, confirmar a história! Você sabe, eles jamais mentiriam...

_isso é verdade... Leve o coelhinho para um dos quartos, limpe-a e vista-a! vou chamar a cavalaria... – Draco sorriu de leve antes de voltar ao escritório.

Suspirei pesado e me servi de um copo de Uísque, antes de fazer a ligação.
Afundei em uma das poltronas, com o celular numa mão e o copo na outra.
Disquei o número e esperei. Atendeu ao terceiro toque...

_alô... – uma voz doce e vibrante atendeu – residência dos Dragomir...

_desejo falar com Cambriel... – sorri ao ouvir a voz feminina gritar ao telefone “CAM, É PARA VOCÊ!”

_só um segundo... - a doce voz falou por fim, sendo substituída por outra, familiar – Dragomir.

_Valerian! – respondi.

_Damon?

_olá, velho amigo! – o saudei sorrindo.

_ora, quem diria, que o destruidor de corações, me ligaria, em pleno domingo de manhã...

_você fala como se não tivesse culpa no cartório, seu destruidor de calcinhas!

_que absurdo! – ele gargalhou – mas diga, o que deseja, afinal, você jamais me ligaria para empatar uma foda, a toa!

_você não estava fodendo ninguém, afinal, sua garota atendeu o telefone! – ele gargalhou novamente.

_touche!

_preciso de ajuda... – falei suspirando.

_do que precisa? – perguntou sério.

_confirmar uma história!

_isso é fácil!

_a história está dentro da cabeça de uma pessoa que conheço a menos de
24hrs! – ele suspirou no outro lado da linha.

_deixou de ser fácil!

_eu não pediria ajuda, se não fosse realmente, importante! Cam... – respirei fundo – é sobre Dante!
O universo parou.

_vocês tem alguma pista? – perguntou após uma longa pausa.

_essa história é nossa única pista! – resmunguei – não posso arriscar tudo assim, não posso jogar Draco no meio dessa merda de novo! Se isso não for verdade, e não der em nada... – suspirei frustrado.

_prepare o quarto de hospedes para três! – disse por fim.

_não sei como agradecer! Te devo uma... – ele sorriu malicioso – acabei de fazer um pacto com o diabo, não foi? – ele gargalhou.

_te vejo em algumas horas, iremos de Jato! Mande Draco nos buscar!

_ele irá! Até logo...

_até! – e desligou.

Agora era só esperar, e esse era o maior problema agora.

Para
NadylaCunha
LeylaPenha
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