Capítulo 2 - Vamos conversar!

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Oliver e Miranda se mantiveram em silêncio, apenas observando o fluxo de pessoas que entravam no teatro aumentar até todos estarem devidamente acomodados e o documentário começar.

O mestre de cerimônia deu início ao evento e um dos diretores do filme falou sobre sua experiência ao criar o documentário. O diretor subiu no palco e falou com emoção sobre os malefícios de exploração inconsciente, em como pessoas e animais sofrem com esse descaso. Depois de ser aplaudido e retornar ao seu lugar foi dado início ao documentário. Ele começou mostrando a poluição de alguns rios e como isso afeta a saúde das comunidades que vivem no entorno, a fauna e a flora. Depois vieram depoimentos de pessoas que sofreram mutilações trabalhando clandestinamente.

O documentário mostrava pessoas de várias nacionalidades, mas com o mesmo problema, o descaso por parte do governo e da iniciativa privada. Não tinham ninguém para assegurar os seus direitos e protegê-los da exploração. Algum tempo se passou e a história de uma garotinha que havia perdido os pais em um acidente causado por um trator enquanto trabalhavam clandestinamente, apertou o coração de Miranda.

A garotinha falava segurando a foto dos pais e estava bastante emocionada. Depois que os pais morreram ela foi perseguida por ter descrito a situação em que eram obrigados a viver, por causa da exploração de madeira da empresa em que seus pais trabalhavam. A garotinha foi adotada por outra família que cuidava dela com muito amor e ganhou proteção judicial e indenização por parte da empresa que foi denunciada. Mas isso só aconteceu após o projeto "Viver e Preservar" tomar conhecimento do fato.

Outras histórias e denúncias foram mostradas no documentário. Oliver estava muito interessado e indignado, e com certeza ele apoiaria aquele projeto. O mundo precisava de pessoas que fizessem a diferença e garantisse a defesa de quem não podia defender-se por si só. Olhou para Miranda e percebeu que ela estava tensa segurando o braço da poltrona com força. Oliver percebeu que a história da garotinha que perdera os pais mexeu com Miranda. Com delicadeza segurou a mão que apertava a poltrona e percebeu que ela estava fria. Olhou o rosto dela e viu que estava pálida e com dificuldade para respirar pois o peito arfava. Oliver então perguntou:

- Miranda você está se sentindo bem?

- Não muito - respondeu ela admitindo sua fraqueza pela primeira vez.

Oliver que já havia percebido a fragilidade de Miranda há algum tempo levantou-se de repente e segurando-a pela mão, com força, obrigou-a a levantar-se. Conduziu-a até a saída, sem se importar com os olhares curiosos. Ligou para John e pediu que chamasse um médico a cobertura.

Miranda ficava impressionada com a facilidade que Oliver tinha em tomar decisões. Em momento nenhum mostrava dúvida, sempre seguro do que dizia e queria. Cruzaram o Hall do hotel e entraram no elevador particular e apesar de Miranda estar encostada na parede, sem riscos de queda, Oliver não a soltava, continuava muito perto dela.

Miranda sentia o cheiro do perfume amadeirado, um cheiro muito agradável que a fez relaxar um pouco, apesar de sentir a dor de cabeça retornando. Fez uma careta por causa da tontura e enjoo que sentiu quando o elevador subiu mais rápido. Oliver segurou sua cabeça de encontro ao seu peito e Miranda agarrou-se nele como se sua sobrevivência dependesse disso. Ficaram assim, abraçados durante os segundos que o elevador levava para chegar à cobertura.

Quando finalmente a porta se abriu John já os esperava e Miranda foi incapaz de se soltar de Oliver, pois tinha medo de cair. Sua situação piorara desde o teatro. Ela olhou para Oliver, mas não precisou dizer nada. Ele colocou-a nos braços e a carregou até seu quarto, deitou-a na cama e tirou seus sapatos. Pediu a John que verificasse em quanto tempo o médico chegaria, depois entrou no banheiro e pegou o robe de Miranda, virou-a na cama e puxou o fecho do seu vestido.

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