—Light... —Gia chamou-me, sua voz era aguda porém profunda o suficiente para ser melódica. —Errr...Eu estou com medo de quando a Danna acordar não ser a mesma. —cerrei meus punhos quando uma lágrima solitária escapou do seu olho direito, fazendo-me ficar estático. Ela era minha irmã, minha irmã gêmea e por mais que eu quizesse não saberia como livrá-la da dor.

Ela não merecia a maldita dor que vinha com o fardo da máfia.

—Danna terá todos os cuidados que precisar Gia, e isso é tudo que você precisa saber. Ela precisa que você esteja junto dela nesse momento, apenas isso. —disse-lhe tão calmo quanto frio. Virei-me pronto para ir ao meu quarto, o único lugar que eu me permitia respirar em paz-ou talvez com os meus demónios particulares.

—Light pare! —falou alto. —Por favor pare. Pare de ser tão frio e indiferente. Fingir que você não se preocupa não ajudará Danna, não ajudará a mamma e o papà, não ajudará a ti próprio e cazzo, só não faça isso... —sussurou fungando. —Você é meu irmão certo? É da Danna que estamos falando aqui. Nossa irmã... —disse aos soluços. E merda, eu não a queria ver chorar. —Aquela que ficou nove meses dentro do ventre da mamma chutando a sua bunda.

Senti-me um sufocado, me faltava ar e estava claramente nervoso. Eu as amava, amava meus irmãos, mas o problema não era o amor e sim como demonstrá-lo, eu não conseguia demonstrar tudo o que sentia, por mais que tentasse fazê-lo, protegendo-os e deixando cada um fazer seus caprichos. Deixando meu maldito irmão mais novo trajar suas malditas camisetas horríveis e com meia dúzia de palavrões nelas, ou ver Gianna perder-se nos negócios e virar uma verdadeira workaholic.

—Light, olhe para mim... —pediu Gianna, seus passos lentos e cuidadosos eram perfeitamente estudados para que eu não me afastasse. Gia levou sua mão até meu rosto erguendo meu queixo para que meus olhos fossem encontrassem dela. —Somos irmãos, todos nós confiamos cegamente em você, e não é apenas isso... todos nós o amamos, então apenas aceite isso ou lute contra, mas saiba que eu sou persistente e teimosa quanto uma porta de aço, ou uma parede de concreto, você escolhe. —Envolvendo suas mãos acima da minha cintura presenteou-me com um abraço quebrador de espaço pessoal e com um pouco de receio devolvi-o.

Em momentos como aqueles eu sentia paz e tinha a maldita vontade de ficar no seu abraço por uma eternidade.

—Eu também amo vocês e eu tentarei... Eu juro. —beijei sua testa afastando-me e evitando o seu olhar teórico.

Com um último olhar virei-me subindo até o meu quarto. Precisava de tempo; tempo para processar os últimos acontecimentos, mas antes mesmo de chegar na última porta do corredor do segundo andar parei na porta que estava meio aberta, a porta do quarto de Giordana que dormia profundamente. Como se nada tivesse acontecido. O médico a havia sedado, a mulher mais calma que eu conhecia estava agitada e aos prantos.

Seu rosto estava ainda mais pálido que o costume, ela era extremamente branca, porém suas sardas a faziam diferentemente bela, seus cabelos cor de fogo encontravam-se espalhados pelo travesseiro, seu olho esquerdo roxo e pela marca do hematoma era exactamente um soco que foi desferido contra ela. Assim como seus punhos o seu pescoço estavam igualmente avermelhado. Olhá-la fazia-me louco e com uma vontades insuprimivel se matar alguém, e não importava quem fosse.

Baixei-me até ela deixando em seu rosto um beijo rápido. Ela parecia em paz apesar de tudo.

Havia fúria circulado em torno de mim, dos meus pensamentos e brevemente das minhas acções. Pensando nisso decidi mudar o meu trajecto. Dos meus aposentos para a academia que ficava no piso subterrâneo da casa, eu precisava urgente arrancar a fúria para fora de mim, trabalhar nos meus limites e principalmente, esquecer o que havia acontecido por alguns minutos.

O Filho do Barão [COMPLETO]Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα