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Megan on

Meu pior pesadelo estava se materializando e virando realidade.

Eu nunca aparentei ter medo de nada. Na verdade eu nunca aparentei ter qualquer outro sentimento além da alegria.

Manhã de sábado, tenho que fazer as malas. Eu já havia esvaziado o armário, e as roupas estavam na cama, dobradas e separadas por cor, tecido e estilo. Como eu gosto.

Só era necessário colocar tudo na mala, e pronto! Mas por algum motivo, eu estava sem forças. E me controlando pra não sair correndo o mais longe possível, me jogar de algum lugar alto, e acordar assustada na minha cama,
como se tudo fosse um simples pesadelo.

Eu vejo a minha irmãzinha subindo as escadas (sim eu tenho irmã, o nome dela é Amanda), ela vem toda saltitante e alegrinha, carregando uma mala de viagens maior que ela:

- Ei! A Mamãe falou que vamos viajar! E eu quero arrumar as minhas coisas, me ajuda Megg? - ela fala arrastando a mala pelo chão.

- Amy - é assim que eu chamo ela - essa mala é tão grande que cabe você aí dentro! Afinal, você é só roupa ou criança?

- Eu sou criança, mas tenho muuuita coisa. E quero levar a casa de bonecas pra brincar no avião! (ela)

- Amy como você planeja brincar de boneca no avião?? Vamos solta essa mala, vamos ver se encontramos uma para o seu tamanho. (eu)

- Tá... - ela disse tristonha

- Não fica assim, eu tenho uma mala de unicórnio em algum lugar. - digo olhando para as caixas empacotadas.

- Você disse unicórnio?? (ela)

- Sim eu disse. - a Amy tem andado com uma obsessão maluca por unicórnios dês de o mês passado.

- Você vai me imprestar? (ela)

- Eu não uso mais, pode ficar com você. - tenho certeza de que seus olhos brilharam ao ouvir isso.

- Ebaaaa! Mamãe a Megg me deu uma mala de unicórnio! - Ela sai correndo a procura da minha mãe, que estava na garagem arrumando as coisas para irmos embora. Partiria-mos logo depois do almoço.

Eu voltei a ficar sozinha no quarto vazio. E comecei a fitar a parede branca, me lembrando de quando chegamos naquela casa, e eu escolhi o quarto.

Flashback on

Nós tínhamos acabado de chegar ao Brasil, e meu pai estava escolhendo a casa.

Eu era muito nova, tinha onze, ou talvez doze anos.

Eu vi essas paredes cobertas originalmente com colantes de vários tipos, e me apaixonei por aquele quarto.

Eu já tinha imaginado como seria cada detalhe. Expliquei para o meu pai exatamente o que eu queria, e ele mandou um dos caras que estavam decorando a casa pintarem a minha parede assim que saíssemos.

Eu queria que fosse um degradê com as cores do arco íris.

Mas aconteceu alguma coisa e quando a minha família chegou pra morar na casa uns dias depois, eu me deparo com uma parede branca, completamente branca!

Sem os colantes, nem adesivos, muito menos o degradê do arco íris que eu queria.

Logo em seguida ouço um grito feminino ensurdecedor vindo do outro quarto. Vou correndo e quando chego lá, me deparo com uma parede linda pintada exatamente como eu queria.

- Uaaau que lindo! (eu)

- Isso é um desastre! Como assim o pintor confundiu os quartos? - meu pai berrava com o telefone. Enquanto a minha mãe ainda encarava a parede, horrorizada.

Uma adolescente totalmente comumDove le storie prendono vita. Scoprilo ora