Capítulo 04 - As marcas vão continuar ❤

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Depois de alguns minutos caminhamos em direção ao estacionamento. Peguei meu carro e abri a porta para ela entrar. Ela se sentou meio desajeitada no banco do passageiro, por conta do vestido justo que estava usando. Balancei a cabeça para ela, repudiando sua vestimenta naquele momento e ela fez uma careta leve.

Entrei no carro e dei partida. Ela ficou quieta durante toda a trajetória, às vezes ela lê meus pensamentos. Eu queria um pouco de paz e isso acarretaria em precisar de silêncio.

Ao chegarmos na clínica de reabilitação, Helena entra primeiro do que eu, o que agradeço internamente.

Fiquei do lado de fora, respirando um pouco o ar fresco. A imagem daquela mulher com cabelos curtos e uma menina nas mãos me passou pela mente, misturado com seu perfume pêssego com maracujá destacando-a na multidão. Ela estava com um sobretudo preto e um coturno que a deixava mais alta, eu só vislumbrar ela de costas, assim como a menina que segurava suas mãos. O que mais ficou, foi seu perfume.

Milhões de pensamentos começaram a envolver minha cabeça. Porque eu tinha que sentir isso ao lembrar dela? Parece tão recente. Ela ter me deixado ainda está tão vivo na minha memória que é como se a dor daquele momento quando eu descobri ficasse maior a cada vez que sua imagem é refletida nos meus pensamentos.

Quando o sereno começou a deixar minha face úmida, coloquei as mãos dento do bolso da calça e caminhei para dentro.

- Finalmente chegou. - Rebecca bufou, sentada na cama, com seu batom vinho, de costume. - Já estou livre desse lugar - Sorriu. - Não acha bom?

- Acho que terei mais uma dando trabalho para mim - Ela fechou a cara o que me fez rir. Eu adorava irritá-la.

Depois da mini festa de despedida que ela teve na clínica - Sim, ela fez muitos amigos ali - comecei a dirigir de novo. Ficamos conversando no carro até chegarmos em casa, onde as luzes estavam acesas. Não me preocupei muito quando vi, afinal, eu já sabia quem era, mas também sabia que ela devia estar de saída.

Ao abrir a porta, a loira de olhos verdes e cabelos longos estava com sua mochila preta pequena e uma calça jeans surrada, rasgada em todos os cantos e uma blusa preta do Super Combo. Olhei-a de cima a baixo, já reprovando.

- Você vai para uma roda punk sua louca? - Me joguei no sofá afrouxando a gravata.

- Eu vou ir trabalhar, Diego. Ou você esqueceu que hoje eu tenho hora extra no bar? - Perguntou passando mais uma camada de algo nos cílios, que eu não sabia o nome.

- Você tem que parar com isso, você sabe que o Diego já te ofereceu dinheiro para faculdade, pra quê isso? - Helena questiona tirando seus saltos e sentando-se no sofá, ao meu lado.

- Eu não quero depender dele além do necessário. Eu já moro com ele e minha divida só aumenta - Responde fazendo um coque bagunçado em seu cabelo.

- Vem cá, você não reparou que eu voltei sua estranha? - Rebecca revira os olhos.

- Você vai voltar para lá semana que vem, sem dúvidas. - Afirmou, antes de fazer uma pausa.

Todos a olhamos reprovando suas palavras e, como esperado, Rebecca baixou o olhar. Era um assunto delicado para ela.

- Desculpa. Falei sem pensar. - Ela não encara Rebecca.

Rebecca dá um pulo em volta dela e a abraça pelas costas bem forte. Aquelas duas não tinham solução.

- Você está louca? Porque está fazendo contato físico comigo? - Ela se esquiva de Rebecca e vai para outro móvel espelhado afim de terminar sua maquiagem.

O preço de amar a CristoOnde histórias criam vida. Descubra agora