O primeiro livro se chama "O preço de ser cristã". Leiam primeiro ele e depois aqui.
Agora, de volta ao Brasil depois de alguns anos, Alana terá que enfrentar o desafio de conseguir o perdão de seus amigos, ela também vai experimentar mais uma vez...
Foi a cena mais perfeita que eu vi nos últimos tempos. Peguei o celular do meu bolso e não resisti tirar uma foto, com certeza eu colocaria num porta-retratos assim que voltasse para o Brasil.
Chego mais perto e tiro o pequeno livro das mãos do meu avô, fazendo-o abrir seus olhos lentamente. Ele sempre teve sono leve. Ele ficou surpreso ao me ver, mas não se mexeu, tendo em conta a pessoa envolvida em si.
- Oi vovô - Beijo sua mão carinhosamente.
- Bem-vinda ao lar. - Ele apenas sorri de leve, deixando transparecer um pouco do seu cansaço.
Com certeza havia ficado o dia todo no escritório trabalhando. Eu sabia que ele queria que eu assumisse logo a empresa e eu também queria isso, por isso comecei a cursar administração um ano depois de chegar aqui, mas quando eu tranquei a faculdade a mando de Deus, a decepção em seu olhar era perceptível. Eu cogitei abandonar essa ideia de sair em missões, mas... Eu amo mais a Deus do que qualquer pessoa e sempre vou obedecer a Ele acima de tudo, mesmo que isso me fira de forma que me deixe em carne viva.
Maressa já estava em seu quarto, sentei ao lado de sua cama, que era envolvida por um tecido tule branco. Ela parecia uma princesa dormindo. Uma pequena princesa de quatro anos. Ela faria cinco em breve e seria seu primeiro aniversário longe dos avos e amiguinhos da escola. Eu queria voltar o quanto antes para o Brasil.
Encontrei ela quando estava indo para a universidade, no meu primeiro ano. Naquele dia chovia forte e o transito estava um caos, então decidi ir de bicicleta, passando pelos atalhos que eu conhecia. Vesti uma capa de chuva transparente e galochas e fui. Quando estava próxima ao hospital que ficava a uma quadra da faculdade, passei por trás dele e lá numa grande lixeira ouvi um gemido. Um choro forte. Meu coração se quebrou, pois de imediato eu sabia o que era. Freei a bicicleta e corri até lá, pegando ela em meus braços e a protegendo da chuva. Olhei para os lados. Sem ver ninguém, eu apenas chorei sem parar enquanto levava ela para dentro do hospital.
Foi então que me apaixonei. E adotei. Mesmo tendo sido difícil, Deus me agraciou.
- Mamãe? - Ela balbuciou apertando minha mão, que eu já segurava.
Eu tive tanta saudade do seu sotaque misturado. Por morar com brasileiros e morar em Portugal ela se confunde bastante, mas sei que é inteligente e logo saberá diferenciar.
- Oi meu amor - Acariciei seus fios levemente loiros.
- Ocê vai ficar né? - Seus pequenos olhos estavam se fechando e eu só pude sorrir.
- Vou. Vou ficar com você agora, pode dormir. Amanhã estarei aqui - Ela deu um breve sorriso e adormeceu.
Quando voltei para a sala Cecília jogou um monte de confetes em mim fazendo todos a olharem confusos.
- Que foi gente? Eu quero festa - Fez uma dancinha enquanto cantava a palavra "festa".
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