Um Filho para Grey

Você não entende a minha dor

Pov Anastácia

Tudo em mim dói...
Meu corpo é só dor...

Abro os olhos devagar e com bastante pesar. Permanecer com eles fechados, trazem lembranças de dias horríveis ao lado daquele que um dia meu jurou amor eterno.

Foram 14 longos dias de um sofrimento que parecia não ter fim.
José sempre tentava me beijar, me tocar e eu a todo custo recuava. Ate que um dia não fui forte o suficiente.
Flashback on

De cabeça baixa, aguardo José voltar.
Não consigo saber quando amanhece ou escurece, só acompanho o passar do tempo por que ele faz questão de dizer sempre que entra aqui.
Minha cabeça lateja de dor, afinal, tudo que faço é só chorar e lutar pra permanecer viva e acordada nesse lugar.
Meus braços já estão dormentes dessa posição, amarrados um ao outro atrás das costas.
Não tenho ideia de onde Mia está, ele não me fala especificamente, só diz que ira seguir o plano.
Mesmo sabendo que ele é o único que entra aqui, sempre me assusto com o ranger da porta ao ser aberta.
Lá vem sua silhueta, se aproximando...
E vou me encolhendo...
Diferente de outras, dessa vez ele se abaixa e fica me olhando...
Olha fixamente...
E aquele sorriso se forma, o que causa calafrios no meu corpo inteiro.
Ele se levanta, roda o local onde estou, e volta a se abaixar.
De repente, sua mãos se aproximam do meu corpo e puxam o tecido que o cobria com força.

- Você é minha, só minha! - Fala próximo ao meu ouvido enquanto morde e chupa minha orelha. Que nojo eu estou sentindo disso.
Suas mãos descem apalpando meus seios, e param na barriga.
Meu corpo congela...
Meu filho...

- Isso não vai permanecer dentro de você por muito tempo. - Suas palavras me fazem tremer.

Continua com suas carícias nojentas até chegar na minha vagina.

É ai que ele tira a calça e a desce com tudo.
Tento gritar, e levo um tapa.
Tento o manter longe de mim, com chutes mas é tudo em vão.
Ele afasta minhas pernas e me invade de uma vez.
Aquilo dói... Mais na alma do que no corpo.
Tento morde lo e ele me da um soco.

José aumenta as investidas, e tento a todo custo o tirar dali.
Não tenho mais tantas forças pra resistir por muito tempo.

De repente ele para, e sinto algo escorrer por minhas pernas.

- Vadia! - É tudo que ouço antes dele bater com minha cabeça em algo com muita força, e tudo apaga.

Flashback off

Quando acordei aquele dia, estava com essas roupas com as quais estou hoje.
Ao meu redor, tinha muito sangue.

Chorei, chorei muito. Por que sei que meu bebe foi embora aquele dia.

Talvez não fosse pra ser...
Não dele...

Algum tempo depois ele me arrastou pra um carro, fomos pro aeroporto, Christian me achou e já acordei aqui. É tudo que lembro!

Ao me lembrar de tudo isso, passo as mãos na minha barriga...
A dor de saber que meu pequeno não esta mais aqui é dilacerante.

Não tenho ao menos minha mãe aqui nesse momento, pra me dá forças e dizer que tudo ficará bem.

Acho que meu sofrimento se torna maior por isso, tudo aconteceu de uma vez... Tão rápido, e sei que ainda não acabou.

Olho pro teto branco...
Meu anjinho esta lá em cima, cuidando de mim, eu sei disso.

Fecho os olhos mais uma vez, e me visualizo um grande campo de flores.

Os perfumes das rosas me trazem uma certa paz, coisa que me faz falta.

- Ana...- Escuto me chamar e abro os olhos.

Christian esta a minha frente. Abatido, triste...

- Oi... - Minha voz sai fraca.

- Nos... Bom, precisamos conversar sobre algo. - Diz pausadamente e se senta ao meu lado.

- Não sei se estou preparada pra ouvir. - Engulo em seco e uma lágrima escorre solitária pelo meu rosto.

- Ô minha pequena! - Se aproxima e me abraça.

Nesse momento, me permito chorar por tudo aquilo que guardei comigo.

Christian tem sido meu suporte nesses dias difíceis, e se mostrou tão atencioso, carinhoso...

José deixou muitas marcas em mim, muitas delas horríveis. Mas, sei que ele é o único que pode cicatrizar e me curar de todas elas.

- Eu vou está aqui sempre pra você, mesmo naqueles momentos em que pode não me querer por perto. - Beija meus cabelos, e pela primeira vez em dias me pego sorrindo.
Se afasta um pouco, e sobe suas mãos ate meu rosto. O segura de forma carinhosa, e me olha intensamente.
- Eu acho que, você sabe ou até já sente sobre o que eu tenho a falar. - Baixo o olhar e seu polegar começa uma carícia na minha bochecha.

- Meu filho. - Falo cada palavra sentindo meu coração se apertar com elas.

Christian me solta um pouco, e procura com as suas, as minhas mãos, e as segura forte.

- O que eu tenho pra te dizer não é fácil. Mas saiba que eu estarei aqui pra tudo. - Concordo com a cabeça o incentivando a continuar.
- Os exames apontaram que Jose te violentou... - Ele fecha os olhos e trinca os dentes.
- E machucou muito dentro de você. Tudo que você passou contribuiu pra... -

- Que eu sofresse um aborto. - O interrompo completando sua frase e ele me olha surpreso.
- Eu senti isso aqui depois daquele dia. - Ponho a mão no lado esquerdo no peito, indicando meu coração.

Posso ver, no cinza dos seus olhos, que ele esta sofrendo assim como eu. Querendo ou não, ele se apegou a gravidez como eu.
Mas, eu sinto que não é só isso que ele tem a dizer.

- Ana, o que ele fez deixou uma marca... E segundo os exames... - Ele para e me deixa nervosa.

- Fala de uma vez Christian! - Digo um pouco mais alto e ele respira fundo, suspirando em seguida.

- Você não pode mais ter filhos! - O encaro esperando que aquilo seja mentira.
Tem que ser!

***

Meninas, demorei mais cheguei.

Acho que vocês acompanharam, que a plataforma estava numa constante manutenção e isso estava impossibilitando a nos, escritoras de atualizar. Por isso, eu fiquei com esse capitulo atrasado.

O aplicativo apagou 3 tentativas que eu fiz de postar em dias anteriores e fiz o teste de novo hoje.

Dessa estória, ainda tem mais um capitulo para ir ao ar hoje, logo mais a noite.

Bom, perdão pela demora e por deixar vocês na curiosidade por muito tempo! Rs

Deixem seus comentários, votos e recomendem as amigas se estiverem gostando da fic.

Volto ainda hoje! 😉

Amo vocês! ❤