Capítulo 7 - Beijos

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             Abri um grande sorriso quando vi as flores oferecidas a mim.

            - São lindas Jürgen.

            - Não tanto quanto a que está diante de mim.

            Senti meu rosto esquentar, certamente que corei e minha reação foi baixar os olhos para o buquê em sua mão, ainda desconcertada com a minha reação senti seus dedos tocarem com suavidade meu queixo fazendo-me com que levantasse minha cabeça e olhos até encontrar os deles, não sem antes admirar a sua boca, de lábios grossos e vermelhos, entreaberta foi inevitável não entreabrir os meus e fechar meus olhos quando percebi que seria beijada ali mesmo.

           Minhas pernas tremeram, meu corpo foi tomado por uma sensação de prazer, aquele foi um beijo profundo, sua língua buscava explorar a minha boca que a aceitava com sofrego prazer, seu braço envolveu-me pela cintura ao mesmo tempo em que puxava-me para junto ao seu corpo, naquele momento não preocupei-me que qualquer outra pessoa pudesse nos ver ali eu queria apenas era sorver aquele beijo e o momento mágico que me envolvia.

            Não sei quanto tempo durou, poderia ter sido uma eternidade como apenas alguns segundos, o que sei é que senti falta de sua boca na minha quando nossos lábios se afastaram.

            - Desculpe-me Henriette, mas não pude resistir ao encanto de seus lábios, foi mais forte do que tudo o desejo de beija-la com essa paixão.

            Eu ainda sentia o gosto de sua boca na minha, queria continuar a sentir sua língua explorando cada canto de minha boca. Eu apenas olhava-o sem saber o que dizer, naquele momento eu não pensava e reagia a magia ainda me envolvia.

            - Henriette.

            Balancei a cabeça como se quisesse colocar meu cérebro no lugar, ajeitar meus pensamentos e só consegui dizer seu nome tentando com grande esforço fazer uma entonação que pudesse ser percebido como se eu estivesse espantada com o momento. Seu braço ainda envolvia minha cintura, mas a pressão já não era como a segundos atrás, vi sutis mudanças em seu rosto enquanto ele soltava-me e afastava-se estendo-me, novamente, o buquê de flores.

            Eu percebi que ele iria novamente dizer algo e eu não queria que ele se desculpasse novamente, não queria ouvir um pedido de desculpa por ele ter me propiciado esse momento e com uma das mãos peguei o buquê e com a outra levei um dedo aos seus lábios.

            - Adorei Jürgen, obrigada.

           Fiz uma pausa proposital, eu já tinha retomado o controle de meus pensamentos, e sutilmente eu deixava uma dúvida sobre a forma e o motivo de meu "adorei" foi para as flores? Ou foi para o beijo? Gostei da reação causada em mim assim como ver a dúvida em seus olhos.

           Peguei finalmente o buquê e as cheirei sem tirar meus olhos dos deles.

           - São realmente lindas, mas eu acho que terei que voltar para coloca-las em um vaso com água.

           - É verdade, você precisa e eu não havia pensado nessa necessidade.

           Sorri para ele.

          - Vou leva-las.

          Olhando fixamente para mim ele me disse que poderia me ajudar a arruma-las em um vaso, minha primeira reação foi querer a sua ajuda, pois eu não queria ter que afastar-me dele, mas logo a razão tomou conta de mim e lembrei-me de minhas amigas que certamente estariam bem à vontade sozinhas em casa.

Paris 1940Onde as histórias ganham vida. Descobre agora