Capítulo 4 - "Vida quente ou fria, mas nunca fácil."

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Nadja voltou para o beco e viu Khalil entrar para a tenda dele abrindo a boca de sono. Mas correu pelos telhados mais uma vez, tinha coisas para resolver, mas o rapaz não poderia segui-la de forma alguma.

Subindo nos telhados a moça sentiu o vento delicioso em seu rosto. Ali, sozinha, a vida parecia ser menos hostil, as estrelas a lembrava de um momento mais feliz, de uma esperança já morta. Ainda assim, os seus olhos tinham que descer para o deserto. A lembrança constante da vida quente ou fria, mas nunca fácil.

Bufou e continuou a correr, precisava manter a mente focada no tinha de fazer, caso o contrário poderia perder tempo, ou se levada a falar demais. Subiu a parede com muita calma e bateu na janela, sentindo suas mãos suadas e seu coração disparado. Não era para esta ali!

A janela se abriu e Jean sorriu para ela enquanto a puxava para dentro do quarto. Nadja tirou o pano da cabeça e parou um pouco para respirar algumas vezes.

- O que faz aqui? - ele sorria muito e caminhou para servir um copo de bebida.

- Não posso vim te visitar? - ela engoliu seco - Sempre venho te visitar.

- Sim e quando fica longe muito tempo... - ele deu o copo para ela e beijou o topo da sua cabeça - Vou atrás de você.

A moça não respondeu e nem bebeu, já tinha cometido esse erro antes. Apertou os lábios em busca de um assunto para falar, mas se sentiu péssima, como se tivesse voltado no tempo para aqueles dias.

- Está calada.

- Normalmente não falamos muito. - ela deu de ombro.

- Isso é verdade. - o rapaz sorriu e cruzou os braços - Seu avô?

- Continua babaca.

- Fiquei sabendo que você está responsável por um príncipe estrangeiro. - o homem torceu a boca, mesmo que tentasse sorri.

A moça deu de ombros, mudando a direção de seu olhar.  Não sabia muito como agir diante do ciúmes contido dele, mas preferiria que ficasse contido.

- E como ele é?

- Igual a qualquer príncipe que eu já vi. - a moça engoliu seco ajeitando o corpo - Não quero falar sobre ele. Como anda você?

Aquilo era um truque antigo que ele sempre caia. Para Jean falar sobre ele mesmo era algo irresistível e raramente ele deixava isso passar.

- Ocupado. - ele soltou o ar e fechou os olhos - Meu rei quer muita coisa e, você sabe como é.

- Consiguir mais antes que alguém consiga. - ela concordou - Mais ou menos a mesma lógica de quem quer crescer no Credo.

- Isso. - ele se aproximou tirando mechas do cabelo da moça do rosto - Agora eu tenho que ficar arrumando aquela porcaria de encomenda. Sabe se seu avô está sabendo disso?

- Não serei eu a contar. - ela deu de ombros.

- Deve está sabendo. Essa porcaria está exigindo muito de nós e movimentado muitos dos meus homens. - ele realmente parecia cansado - Tudo o que eu queria era uma pausa.

- Bem... - Nadja olhou para o chão sentido o coração acelerar - Estou aqui.

Jean sorriu e se aproximou da moça pegando o rosto duramente e a fazendo beijar. Nadja, mesmo não querendo, conhecia aquele homem muito mais do que o bem de ambos permitia. Tinha noção sobre o sono pesado dele, sabia sobre a sua extrema organização em relação suas empreitadas e onde ele guardava.

Caos e Areia Where stories live. Discover now