Capítulo 3 - "Mas eu nem sempre fui assim"

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Ser levada para a frente de todo o Credo era sempre desconfortável. A sala ficava cheia de velhos narigudos que a olhava de cima a baixo, julgado onde as mãos dela ficavam. Mesmo ao lado de Khalil a sensação de ser analisada não passava.

Seu vô soltou a fumaça do seu cachimbo e suspirou.

- Não está apropriada. - ele disse por fim.

- Nunca estou. - ela suspirou - Nos chamou por quê?

- Uma missão, para os dois. - ele apertou os lábios - Uma carga estrangeira chegou e queremos muito saber para onde ela vai e o que dentro dela.

- Uma carga? - ela disse franzindo a sobrancelhas - Por que isso importa? Deve ser apenas drogas ou armas. As coisas de sempre.

- Não quero sua opinião no assunto. - uma anciã disse.

Nadja a olhou com desdém. As duas sabiam que não tinham força diante daquelas velhos e, aquela senhora, só estava presente, pois a morte do marido a permitiu. Seria mais fácil se elas se ajudassem.

- Além disso... - Nadja continuou  - Isso parece ser bem simples, por que colocar Khalil no meio?

- Uma missão simples para você o treinar. - o avô sorriu suavemente e isso fez a menina estremecer.

Nunca, pelo menos não depois de tudo, o avô iria confiar nela. Não daquele jeito. Engoliu seco não encontrando palavras, apenas um grande desconforto no peito.

- Sem contar que você terá que descobrir para onde essa encomenda vai e o que eles querem. Devem ter que atravessar o deserto. - ele sorriu para o rapaz - Imagino que tenha alguma experiência como a sua avó disse.

- Sim, senhor. Será um prazer.

- Boa sorte para trabalhar com essa daí. - o velho disse e fez um sinal com a mão - Dispensados.

Antes que Khalil pudesse reagir, Nadja havia sumido.

- Rapaz... - o avô disse.

- Majestade?

- Me chame de Altair. - ele soltou a fumaça - Fique de olho na minha neta.

👑

Nadja foi para a sua tenda e havia trocado suas roupas por uma com mais bolsos e locais para esconder armas, ajeitou um lenço colorido na cabeça. Conseguiu pegar um cigarro que havia deixado pronto e soltou fumaça pela boca, refletindo onde poderia encontrar Baltazar.

O macaco estava dentro da gaiola aberta a olhou com curiosidade a medida que dava comida para ele. O pequeno agarrou a fruta e comeu animadamente. Seu quarto estava um pouco mais bagunçado por culpa dele. Tirou a caixa de drogas do alcance do animal e se sentou.

Enquanto a fumaça subia lentamente diante de seus olhos Khalil entrou na tenda. Nadja conteve a sua vontade de praguejar.

- O que pretende fazer? - ele disse se aproximando com um grande sorriso.

- Descobrir onde essa carga está. - ela deu mais uma tragada - E descobrir o que há nela também.

- E como vai fazer isso?

A menina terminou o cigarro e decidiu respeitar os tapetes caros, apagando-o na mesa. Virou para o rapaz de disse passando por ele.

- Foi legal brincar de paquerar com você, príncipe, mas, honestamente, trabalho sozinha. - ela ajeitou o shayla e estalou o pescoço - Se preocupe apenas com a viagem pelo deserto, tá?

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