Capítulo 2 - "Moeda de Troca"

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- Você está com o cheiro dele! - Armim disse ajeitando o véu na cabeça da irmã.

A cabeça de Nadja doía demais para responder, apenas revirou os olhos e se virou para o espelho quebrado. Era irônico está usando aquelas roupas cheias de joias e bordados coloridos no meio de tantas tendas improvisadas em um beco escondido pela população da cidade dos estrangeiros.

A família de Nadja já tinha sido muito rica e poderosa, a maior do Deserto, a única que possuía no seu controle mais de sete cidades. A moça se aproximou do espelho e ajeitou a joia na cabeça, que era de sua mãe.

- Não é meio ridículo a gente se apresente pro Khalil se já o conhecemos? - ela se virou para Armim com os braços cruzados.

- Protocolo... - ele deu de ombros - Não quer conversar sobre o que aconteceu noite passada?

- Não. - ela revirou os olhos e começou a sair da tenda, mas Armim a segurou pelo braço, tirando o bracelete do lugar.

- Por que ainda vai ver ele?

- Não sou eu que vou ao encontro dele! - ela silibou, sabendo que era, em partes, mentira.

- Nadja...

- Olha... - ela se virou para ele engolindo a raiva e forçando um sorriso - Eu estou de ressaca! Não quero falar sobre isso, quero passar por aquela festa de apresentação ridícula e dar o fora daqui para beber e tirar a dor de cabeça. Então, vamos pular a parte que você me dá um sermão e ir para aquela que eu faço mais merda?

- Eu realmente quero te entender... - ele disse a soltando.

O rapaz, também muito bem vestido, saiu andando na sua frente bufando e passando a mão pelos cabelos. Enquanto isso, Nadja permaneceu no lugar, engoliu seco e piscou várias vezes para sussurrar.

- Não é o único...

🔪

Nadja, como única mulher na minha de sucessão, era obrigada a ficar ao lado esquerdo do avô, enquanto seu irmão e os meio- irmãos que estavam presentes do outro lado. Seu desejo era está a quilômetros de distância daquele homem e por mais que não gostasse, ambos eram muito parecidos.

Os olhos âmbar era uma herança familiar antiga, mas os cabelos negros e lisos era algo que só os dois tinham, mesmo que do avô já estive quase todos cinzas. Além disso, a postura de autoridade, a boca constantemente torcida em desaprovação e o nariz perfeitamente reto trazia a imagem clara que eram parentes. Até os dedos compridos e a forma como se moviam, quando lado a lado, faziam a semelhança ficar quase idêntica.

- Está em péssimo estado... - ele disse olhando para neta de cima a baixo - Esteve bebendo?

- O senhor disse que me deixaria em paz se eu não fizesse besteira. Então, não! Estou sóbria. - ela se virou para ver a raiva estampada no semblante dele - O que foi?

- Está claramente de ressaca!

- E o primo Haj também... - ela disse olhando para o rapaz vomitando escondido nos vasos - E eu tô melhor que ele.

- Seu primo... - o avô bufou - Eu desisti dele.

- Mas não de mim? - isso arrancou uma risada dela.

Caos e Areia Where stories live. Discover now