A doce melodia da justiça (9)

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Não sabiam exatamente para onde ir com todas as pessoas os observando daquele jeito. Então decidiram ir novamente para a taverna de Halgen, e agora o taverneiro estava possesso com todos eles.

-Eu não disse?! Eu disse! Lá só iriam encontrar escuridão e maldições! Demônios das trevas! Eu não falei para você garoto? - dizia vociferando, apontando um dedo acusatório na direção de Haltr.

-Desculpe Halgen... - dizia Haltr se sentindo desconfortável com aquela situação. Não queria soar ingrato para ele depois da oportunidade que havia recebido em trabalhar ali. - Mas ele mesmo falou não ia ocorrer nada demais.... - dizia indicando Tegthan que estava em cima de uma mesa gemendo de dor enquanto tentava remover a flecha com ajuda de Urag.

-Mas aconteceu! Eu disse para os dois, é tolice ir ao meio da escuridão! Como se fosse preciso alguém para avisar isso! - dizia o velho bufando - E isso não vai acabar aqui. Ele está com essa flecha presa na perna. Um objeto de escuridão! Trará a ruína para cá!

-Não foram demônios Halgen... - dizia Haltr se sentindo-se pouco a vontade em tentar convencer ele do contrário - Foram enks. Pergunte aos outros - dizia indicando os homens espalhados pela taverna tentando apagar de suas mentes o que havia ocorrido - Enks que estão vivendo na escuridão.

-Seu moleque! E o que acha que Enks são?! Eles são os filhos da escuridão! - perdigotos voaram da boca de Halgen.

-Taverneiro, você por acaso teria algum equipamento pra me ajudar a tirar essa flecha? Alguma pinça? Flecha desgraçada. - praguejou Tegthan com o rosto vermelho de esforço.

-Estamos aqui agora não é? Queremos o nosso pagamento bonus - exigiu um dos homens, embora de modo meio incerto, como se não ousasse brigar com um feiticeiro.

-Eu estou tentando tirar uma flecha da minha perna! Um pouco de compaixão aqui por favor! - dizia Tegthan irritado - Eu vou pagar, não se preocupem, mas acho melhor fazer isso depois de tirar essa maldita flecha e resolver essa situação com o prefeito...

Como se fosse mágica a porta se abriu, ou melhor, foi chutada com violência e bateu contra a parede enquanto um guarda gordo e barbudo entrava. Logo um monte de guardas adentraram pela porta da taverna, com o prefeito em último lugar. Para a surpresa de todos ele carregava em sua cintura uma espada com o punho decorado com joias.

-Sempre se pode confiar em alguém de Nuirn para fazer uma merda fenomenal não é? - dizia de um modo furioso enquanto seu olhar procurava por Tegthan com o olhar. Ao encontrá-lo bradou - Prendam ele!

-Você não tem autoridade para julgar cavaleiros, não detém nenhum título que confere esse poder. - comentou Tegthan calmamente, como se apresentasse um trunfo em um jogo de cartas.

O olhar do Prefeito pareceu pousar na flecha que se projetava para fora da perna do cavaleiro feiticeiro, foi possível perceber que ele ficou mais tenso com aquela visão, e mais furioso.

-Foram emboscados por eles não é? Desgraçados. Prendam todos eles! Todos eles! Levam para as celas, agora! - dizia o prefeito dando as costas a saindo pela porta da taverna a passos largos.

-Estamos sendo presos pelo que? - perguntou Haltr enraivecido - Qual o crime que acham que cometemos?

Haltr estava achando que o prefeito iria o acusar teatralmente de roubo, e então iriam revirar toda a taverna sem encontrar a taça em lugar nenhum, só pra o prefeito fazer uma expressão frustrada e chutar um montinho de terra com raiva antes de partir sem poder fazer nada. Mas aparentemente o prefeito era um homem prático demais para aquele tipo de coisa então a única resposta que Haltr recebeu foram duas espadas com péssimo acabamento mas terrivelmente afiadas apontadas na direção do rosto dele.

Entre a escuridão e a auroraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora