Um arrepio passa por minha coluna, meu coração dispara. Como assim? Crianças? Ela teve filhos neste curto tempo que estou fora? E com ele ? Me esqueceu tão rápido assim? Não posso acreditar nisso. O que você queria Renato, que ela te esperasse? Acorda ela terminou com você - grita meu subconsciente, e me vejo em debate interno comigo mesmo. Vou tirar isso à limpo,vou ver com meus próprios olhos, pronto já decidi.

Rafaella se despede de mim com um sorriso triste, e entra em seu conversível indo embora na sequência, me deixando com o coração partido por saber que minha amada, deu continuidade em sua vida.
Me recuso à acreditar, ela me ama, eu sei disso. Converso com meu irmão, que não acredita e diz que Aretha teria lhe dito algo, no entanto a espanhola não mencionou absolutamente nada à respeito.
Durante meus sonhos, lá está ela presente. Ela sempre está neles. Estou aqui sem você meu amor - digo em meu sonho, ela nunca irá embora, pois está enraizada em meu peito.

                            🌊🌅🐚

Uma semana se passa desde a visita da amiga dela. Estou enlouquecendo com a possibilidade de que Rafaella tenha falado a verdade. Nesse meio tempo, meu irmão liga pra sua namorada e sonda alguma coisa, mais não há pistas de nada, somente ouço ao fundo risadas de bebês, meu irmão também ouve e me olha com aquele olhar que diz... Ei calma caçula, risadas de bebês não quer dizer nada, podem ser filhos de uma amiga, ou qualquer outra coisa. E sei que ele tem razão pois durante a ligação, ficou claro que não estavam em casa e sim na rua.

Decidido compro minha passagem para o Brasil. Contra todos os pedidos e apelos da minha nona, que acredita ser um mal entendido, vovô e Renan pensam o mesmo e no fundo do meu ser, torço para que seja realmente um péssimo mal entendido.
Irei tirar essa história à limpo, não dou muito ouvidos ao meu irmão, pois estou cego de ciúmes, peço que ele não avise nada à Aretha, ele me diz que não irá falar nada, mais que sua namorada está indo visitar a família na Espanha na semana que irei desembarcar no Brasil. Rafaella plantou a dúvida em mim.

Três dias, esse é o tempo que consegui para ir e voltar ao Brasil, e é apenas o que preciso para mim. A casa no Rio de Janeiro já está arrumada. A viagem é longa, doze horas exatamente pois tive sorte de pegar um vôo direto.
Quando chego finalmente em casa, sou recepcionado por uma Wanda muito ansiosa, eu amo essa mulher como se fosse minha mãe. Largo minhas malas e a abraço, quanta saudade desta mulher que ajudou minha mãe à nos criar, o carinho que tenho por ela é imenso. É minha segunda mãe sem dúvidas alguma.

Descanso um pouco da viagem, nada se compara à uma cama macia e aconchegante, nada como o nosso lar. Ao me levantar tomo um banho, me visto casualmente, cueca box preta, bermuda cargo, e uma blusa manga curta com gola v na cor branca , sapa tênis, meu óculos aviador e carteira. Já arrumado, caminha em direção à varanda, passei na cozinha e nem sinal da Wanda ou do café da manhã, já percorri a casa e só falta a bendita varanda com vista para a piscina e o jardim, sei que ela gosta de servir meu café da manhã lá, algumas coisas não mudam, é assim desde que eu era pequeno. Chego em fim ao meu destino e lá está ela terminando de postar a mesa, parece que um batalhão irá comer, amo seus cuidados. Após dar um sustinho nela, beijo sua face, ela me benze como sempre, então me sento e começo a me servir de iogurte natural com mel, bolo de laranja, pão de queijo, suco de acerola e finalmente os queijos que tanto amo, como também uma salada de frutas banhada de mel, tomo uma xícara de café preto e já estou alimentado. Faço tudo isso sob a supervisão dela, que me olha satisfeita. Me levanto e já caminho até a sala, pego as chaves do carro e rumo à garagem, pego meu carro e dirijo até a praia, ainda é muito cedo então fico pela orla.

Pessoas vão e vem no calçadão caminhando ou correndo, outros fazem atividades físicas na areia. Me sento por ali mesmo, e o vento leve trás a brisa gostosa da maresia, fito o lindo mar. A paisagem é de tirar o fôlego, respiro fundo e finalmente me sinto em casa, uma vez rato de praia e para sempre rato de praia.
O sol ainda está fraco, estamos na estação do inverno, mais no Rio de Janeiro não faz tanto frio assim, claro que como todo carioca que se preze, se a temperatura cair um pouco tipo uns vinte graus como hoje, já tem gente encasacada nas ruas, como vim de fora não sinto essa mudança toda, a temperatura é quase equivalente à de lá. Me levanto e caminho até o quiosque mais próximo, peço uma água mineral, e fico ali observando o lugar, porém meus pensamentos estão nela, na Liv e preciso tirar toda essa história a limpo. Sigo pela Orla e me encaminho até a casa dela que é bem perto. Já são nove horas, irei observar à una boa distância, estou ciente que não posso cobrar nada dela. Meus pensamentos me atormentam à todo instante. Quando percebo estou à menos de duas casas da dela, paro ali mesmo, por um momento me sinto a porra de um perseguidor.

Estou à uns dez minutos parado observando, estou encostado em um carro que está estacionado ali mesmo na calçada. Então à vejo sair com um bebê loiro no colo, na sequência vejo Malu sair logo em seguida, e o cabeludo do André saí logo após com um carrinho de bebê e uma bolsa também de bebê na cor azul.
Então era verdade. Meu mundo para ali naquele momento, me falta ar para respirar. Uma linda cena em família, decido sair dali o mais rápido possível, e voltar para a Itália hoje mesmo se conseguir um vôo. Quando começo a me afastar ouço ela me chamar, estanco na hora e bem de vagar me viro em sua direção.

- Oi Lívia - digo um tanto sem jeito, ela me olha com o cenho franzido.

- Oi, por que não ligou, ou foi lá em casa? Tenho tantas novidades - posso perceber penso eu.

- É estou vendo - aponto para o cabeludo e Malu que agora tem a criança no colo.

- Parece com o pai, digo a cor dos cabelos - digo movimentado as mãos na direção de pai e filho.

- Pai? Ah não... - ela sorri para a cena à nossa frente - André tem ajudado bastante quando papai não está, vem vou te apresentar o Olavo e com sorte te apresento Otávio, os gêmeos tem consulta pediátrica marcada para às dez horas em Ipanema. Luana ainda não terminou de arrumar o pobrezinho, e Fábio está lá sentado aguardando - diz ela e vamos nos aproximando

- Renato esse é meu irmão caçula, quer dizer...um deles, este é o Olavo - pera aí, ela disse irmão? Tô me sentindo um idiota, mais o tal André continua ali.

- Oi Renato - diz Malu

- Como vai? - diz o cabeludo

- Olá  - aceno sem jeito

Vejo o momento exato que Malu beija André nos lábios, então caminham até o portão de Lívia de mãos dadas. Ok, eu caí feito um pato na história da Rafaella.

Continua...

Ondas de Emoções (PAUSA INDETERMINADA)Where stories live. Discover now