Solta o preso, Seu Juiz. 2°TMP (CONCLUIDA)

62° Capitulo

                    Farinha narrando.

Cheguei no hospital, mas antes passei em casa pra pegar outro carro. Porque o que eu tava todo errado, cheio de droga e armamento!

O guarda roupa das crianças e da Anne tão praticamente vazio, tem poucas peças de roupa... Senti uma sensação do caralho quando ví aquilo.

entrei pela portaria do hospital e vi minha mãe sentada em uma das cadeiras com a Raíssa no colo.

Me aproximei, e elas notaram minha presença, raissa correu e abraçou minhas pernas e minha mãe me encarou feio.

Raíssa: papai onde você tava? minha mãe disse que você foi trabalhar, meu irmão tá vomitando vermelho. -Peguei ela no colo, e abracei a mesma,  permaneci calado.

Farinha: Mãe, cadê a Anne? - perguntei.

Vanessa: Tá no quarto, com seu filho. -Disse grossa.

Farinha: eu não posso entrar? -Perguntei.

Vanessa: Não, ela tá conversando com o médico.

Farinha: ele tá melhor?-Perguntei.

Vanessa: se você quisesse saber, estaria aqui faz tempo. -Falou sem ressentimentos.

sentei do lado dela, quieto.  Eu suava frio, tava sentindo uma coisa estranha, Raíssa me abraçava, e acabou dormindo no meu colo.

minha mãe nem olhava na minha cara.

Vanessa: eu espero que você esteja preparado, pro seu novo futuro! -Falou sem olhar na minha cara.

Farinha: como assim? -Perguntei, sem entender o sentido.

Vanessa: logo logo, você vai saber! -Disse, fria.

Olhei sem entender pra mesma. e ergui a cabeça, ví a Anne saindo de um corredor cheio de portas, semblante caído, seus olhos guiavam o chão.

Quando ela levantou a cabeça, a mesma me avistou,  se encaramos por longos segundos, até ela se aproximar.

Vanessa: como ele tá, minha filha? -Perguntou, preocupada.

Anne: melhorou. Graças a Deus, logo logo tem alta. -Disse e soltou um suspiro.

Farinha: Anne, o que aconteceu? -De costas ela tava, de costas ela continuou. fingiu que nem me ouviu!

Puxei ela pelo braço, fazendo ela virar pra mim, e se encararmos.

Farinha: eu tô falando contigo. -Falei rude.

Anne: Eu sei, mas não minha obrigação responder. -Respondeu, sem ligar.

Farinha: Vamos lá fora... a gente precisa conversar! -Falei.

Anne: precisamos mesmo. -Saiu andando na frente sem nem olhar pra trás,  indo pro lado de fora.

Dei a Raíssa pra minha mãe, me levantei e fui atrás.

mas antes minha mãe segurou meu braço.

Vanessa: entenda, e se coloque no lugar dela, por favor...-Me encarou. - Agora vai! -Mandou, e eu fui...confuso, mas fui!

quando cheguei lá fora ela tava encostada em uma parede, fui até la... era mais distante de onde as outras pessoas estavam.

Anne: olha, vou começar falando, que não quero prolongar! Eu vou ir embora, espero que você entenda, e não faça show nenhum, é a minha decisão e é isso que eu quero.

Farinha: como assim Anne? para com isso cara, eu sei que fui errado, mas não é motivo pra separação eu tava fora de mim, não era eu! -Falei olhando pra mesma.

Anne: eu sei que não era você, mas quer que eu lhe diga uma coisa? você se drogou por que quis, foram as consequências do seus atos.

Farinha: Anne, eu tava inconsciente. Me escuta! -Pedi, segurando seu braço, tentando fazer ela se aproximar de mim, mas a mesma dava passos pra trás.

Anne: esse é o problema, sempre quando você tá bravo, com raiva e até inconsciente você volta pro mesmo lugar, pra ela! entao que fique com ela. Cara, eu não aguento mais, minha vida parece um duelo, sempre tem alguém pra eu disputar, por você. isso não é vida

Farinha: para de dizer besteira, não é nada disso que você tá falando.-Falei nervoso.

Anne: é sim, e você sabe!

Farinha: Você não vai tirar meus filhos de mim. -Me tremi de ódio só de pensar nessa possibilidade. ela já me privou quase a infância deles inteira de eu vê-los, não é agora q vai acontecer de novo.

Anne: claro que não, não sou tão hipócrita assim, só vou seguir minha vida, seus filhos vai continuar presente na sua, se caso você tiver tempo pra eles, coisa que é dificil. -Falou e riu com ironia.

Farinha: faz isso comigo não anne. -Tava começando a me estressar

Anne: você que não deveria ter feito isso comigo, sair da casa com sua mulher e filhos e ir dormir na cama de ex? me desculpa, mas esssa foi a gota d'gua, espero que você entenda, vou morar no asfalto, e fazer minha vida andar, quer vê seus filhos? vai buscar e depois levar.

Farinha: você não vai fazer isso.-Ordenei.

Anne: e quer saber mais? tem uma coisa que você falou e eu concordo plenamente, eu nao sirvo pra ser sua mulher, sirvo pra ser mulher de um homem de verdade, não de um drogado, traidor, traficante e sem carater. Você não garante futuro pra mim, e você mesmo fez eu acordar pra vida, com suas palavras ontem.

Farinha: você tem certeza do que tá falando? -Ela confirmou com a cabeça. -Se eu fosse tão ruim assim, você não estaria comigo, não foi só eu que quis voltar.

Anne: Pois é, acordei pra vida. Volta pra sua ex mulher, aproveita que ela tá grávida, vive sua vida, constrói sua familia novamente, é ela que você ama, seu sentimento por mim é carinho, não amor.

Fiquei quieto. e não sei o porque.

Anne: viu? quem cala, consente! Acabou. Segue sua vida. Só me deixa em paz, por favor!