27

0 0 0
                                    

No Planeta Mater
Durante a tarde a chuva cai com força sobre a floresta. Bule e seus companheiros avançam com cautela pela mata fechada.
A imagem daquelas criaturas gigantescas não saí da mente do hava trabalhador.
Ele ouve o som da aeronave Riva modificada passar por cima deles.
A visibilidade a frente de bule é de poucos metros. As plantas de tamanho médio são tantas que encobrem a visão.
Um feixe avermelhado atravessa as plantas, e atinge o hava que estava a dez metros de bule.
O pânico faz com que eles atirem a esmo na floresta.
Uns três havas saem correndo, outros pulam no chão e se limitam a tentar se esconder.
Os havas mais corajosos pegam a arma de partículas que eles tinham levado. Eles atiram com ela na direção de onde o primeiro disparo havia partido.
Esperavam ter alguma chance de atingir o inimigo com a arma de partículas, uma vez que  os disparos de plasma não passam pelas plantas maiores.
Outro feixe vem do meio das plantas, e mais um hava é atingido e morre instantaneamente. Bule vê que é inútil ficarem ali e dá a ordem para fugir.
---x—
O Riva chamado Trigo recebe um chamado de Dora. Ela disse que um dos grupos de havas estava sendo atacado.
Ele havia sobrevoado a pouco a área em que os combates estavam ocorrendo. Então o Riva faz a volta e se prepara.
Os sensores térmicos captam os havas fugindo.
Os caminhos que os feixes de partículas fizeram pela floresta aparecem na imagem que o computador faz a partir das leituras dos sensores térmicos. As plantas que os disparos foram queimando pelo caminho ainda emitiam calor.
Então outra coisa é detectada. Possivelmente é a arma de partículas do inimigo. Aquelas coisas demoram muito para esfriar depois que atiram. O sinal está em movimento. Ele prepara a bomba.
---x---
O Crow/hava chamado Trux havia escalado uma planta gigante com suas garras, e usado sua grande faca para abrir um buraco no disco no topo do caule.
A planta havia se envergado com o peso do crow/hava, mas não se quebrou. O caule com oitenta centímetros de diâmetro é muito flexível.
Ele passou a sua arma pelo buraco e depois subiu para a parte de cima do disco da planta. Ele tinha uma posição de tiro perfeita ali.
Ele usou a sua crista para emitir um som ultrassônico para seus companheiros, aquilo dizia que ele estava pronto e que o plano podia continuar.
Os crows/havas estavam espalhados pela mata, a algumas centenas de metros uns dos outros. Eles retransmitiam os sons uns dos outros, formando uma rede de comunicação sem o uso de rádio.
O crow/hava que estava a três quilômetros de distância inicia o ataque. O alvo é o grupo de havas trabalhadores que haviam traído o império.
Os havas trabalhadores terem traído o império era algo que Trux achava inesperado. Ele considerava os havas guerreiros muito limitados, e os trabalhadores então nem foram feitos para lutar.
A audição super sensível ouve a aeronave se aproximar. Ele aponta a arma na direção do som.
O céu está encoberto pelas nuvens de chuva. Ele ativa a visão térmica do visor de sua arma. E lá estava a silhueta da aeronave. O sistema de mira trava no alvo e ele aperta o gatilho.
A arma de feixe de partículas de Trux é comprida e pesada, mas isso não é problema para um ser tão grande e forte quanto um crow/hava.
A arma possui três conjuntos de células de energia separados. Ela podia realizar três disparos sequenciais, e  recarregava depois de quatro segundos.
O primeiro disparo passou por cima da aeronave, o segundo atingiu o fuselagem  de raspão causando poucos danos, porém o terceiro atingiu em cheio o cockpit.
A aeronave cai na floresta. Agora a arma de Trux estava quente, ele era um alvo. Ele desce da planta gigante e corre pela floresta. Há outros atiradores crow/hava em posição, para o caso das aeronaves caíssem na armadilha.
---x---
Trivio estava rumando para a área onde Trigo havia sido abatido. Então recebe a ordem de Dora para abortar o ataque e voltar para a base. Ele protesta, mas Dora diz:
- É uma armadilha seu idiota. Só temos mais cinco aeronaves e eles devem ser quase trinta, aquelas armas são muito eficientes.
- Certo, voltando para a base.
---x---
A chuva para um pouco. A pequena Tikse treme de frio. O monstro cinza claro a levou para uma clareira. Ela não entendia por que os humanos a abandonaram naquela trilha? E por que aquele ser estranho a tinha levado para longe?
Ela foi deixada no chão, estava molhada e suja de lama. A baixa temperatura afetava o funcionamento do corpo dela. Ela se sentia sonolenta, ela sabia que se continuasse muito tempo naquela situação acabaria morrendo.
O monstro cinza claro está comendo alguma coisa que pegou na mochila dele.
Eles ouvem passos pesados vindos do meio da mata. As plantas se movem e uma grande criatura surge da floresta.
O cérebro de Tikse é dominado pela confusão. A imagem da criatura não faz sentido. O estranhamento é total. A criatura era o Deus Tulo, mas era real, não era uma estátua, mas aquilo não era possível, ou era?
O monstro cinza claro grita e fica agressivo.
Tulo levanta uma arma com o cano quadrado e atira com ela no monstro cinza claro, o qual é atingido e cai ao solo tendo uma convulsão.
Tulo se aproxima de Tikse, corta as cordas que a prendem. Ele passa a mão de seu braço superior direito de forma carinhosa na cabeça de Tikse, e estende a mão para ajudar ela a levantar.
Tikse levanta, porém cai de joelhos. Tulo a pega no colo e a protege da chuva com o cobertor. Ele a está levando embora.
A emoção é tão grande que Tikse não consegue falar nada.
---x---
Os humanos caminham apressados pela mata. Carlos não queria deixar os refugiados em pânico. Porém Dora havia informado sobre os combates que haviam ocorrido a poucos quilômetros de onde estavam.
Então ele disse para todos que o inimigo estava próximo, e que até tinham derrubado uma aeronave dos aliados.
Eles já estavam caminhando a muitas horas, as crianças menores tinham que ser carregadas.
Ele olha para Maia, ela carregava o bebê enrolado em um cobertor. As paradas não estavam sendo suficientes para amamentar a criança e ela chorava.
Ele usa o rádio para chamar Dora:
- Não vamos aguentar andar muito mais. Vamos ter que parar.
- Existe uma área descampada a frente de onde vocês estão, estou movendo batalhoídes sobre rodas para lá. Eles vão proteger vocês. Não vamos conseguir enfrentar esses novos inimigos na floresta. – disse Dora.
- Certo, vamos tentar chegar lá.




rascunho IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora