Capítulo 4 - Joaquim

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Olá, meus queridos. Domingo não postei capítulo pois estava adoentada.

Mas já voltei pronta para continuar a saga dessa família cheia de segredos.

E vamos continuar com nosso tourinho.

O capítulo de hoje tem uma música de Maria Cecília e Rodolfo intitulada Nós somos assim, que foi indicação da minha querida amiga Ana Aragão.

Beijão a todos!

CAPÍTULO 4

JOAQUIM

Eu rondei de um lado para o outro, agoniado, sem saber o que fazer e nem conseguir me concentrar em nada. No almoço fiquei calado e fiz de tudo para nem olhar na direção de Gabriela, mas estava tão alerta que se ela piscasse de modo diferente eu saberia. Fiquei mais puto ainda por que Pedro me provocou até me irritar.

Depois fui para a varanda e sentei no sofá lá, olhando a tarde, montando guarda. Apoiei a bota na mesinha de centro, a cabeça no encosto e esperei, sabendo que não poderia fazer mais nada enquanto não comprovasse que Gabriela ia seguir mesmo com aquilo.

Era por volta das três da tarde quando a caminhonete bem lavada de Felipe parou em frente ao casarão e buzinou. Ele saiu e fiquei alerta, sentando-me esticado, olhos fixos nele. Estava bem penteado, jeans parecendo novo, blusa creme e uma leve camisa jeans por cima. Fitou-me um pouco sem graça, sorriu e me cumprimentou:

- Oi, Joaquim. Vim buscar Gabriela para ver um filme na cidade.

Minha vontade era escorraçá-lo dali. Sabia que estava sendo um ogro, que precisava ser mais cuidadoso ou as pessoas começariam a desconfiar, mas era muito difícil. Eu quando ficava com raiva me tornava cego para tudo.

Mesmo assim, lutei para me conter. Não disse nada, só o encarei com cara de poucos amigos e Felipe franziu o cenho, preocupado, sem saber o que fazer diante de mim. E foi naquele momento que a porta da frente foi aberta e Gabriela saiu toda animada com Tia.

Estava linda, radiante com um vestido preto até um pouco acima dos joelhos, de saia rodada, botas pretas e uma jaquetinha branca e curta. Os cabelos caíam soltos, com exceção de uma trança lateral fininha que se unia atrás, com certeza obra de Tia. Usava batom rosado e brincos de pedrinhas verdes coloridas, se sobressaindo no cabelo acobreado.

Se percebeu que eu estava ali, fingiu que não. Acenou sorridente para Felipe e se virou para a senhora de curtos cabelos grisalhos, dizendo baixo:

- Vai dar tudo certo, Tia. Reze por mim. Beijos. – Abraçou a senhora que tinha como mãe e foi rápida até Felipe, toda feliz, cumprimentando-o enquanto ele sorria e abria a porta da caminhonete para ela, elogiando-a. O rapaz acenou para nós e foi ocupar o seu lugar.

Eu estava muito puto. Tinha lutado como um condenado para não segurá-la à força e colocar o rapaz para correr. Mais furioso ainda pelo desprezo de Gabriela, que fingiu que eu não estava nem ali. Levantei e encontrei os olhos castanhos de Tia sobre mim. Na mesma hora indaguei:

- O que Gabriela quis dizer ao pedir para rezar por ela? O que vai dar certo?

Tia me analisou calada. Por fim inclinou um pouco a cabeça e não respondeu, mas perguntou:

- Joaquim, o que você tem? Por que só anda emburrado e implicando com sua irmã?

- Eu?

- É, você. E não é de agora.

Série Segredos - LIVRO 1 : PROIBIDAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora