1 - O delinquente

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Oi, pessoal, como muitos sabem, O Repetente se tornou uma light novel de verdade com publicação física, mesmo assim, resolvi manter o início da história aqui para vocês poderem conhecê-la.

Atualizei o texto para a versão mais recente, acabando com muitos erros e alterando algumas coisinhas. No entanto, mantive as ilustrações que colocava no final, para que vocês pudessem brincar um pouco. Obviamente, os personagens mudaram na versão oficial, que, como toda light novel, também tem ilustrações de cenas importantes!

Então é isso, espero que se divirtam!

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"Um ano e seis meses após o assassinato que chocou a todos em Tóquio, o acusado por ter matado a doutora Aoki Yasu, considerada a maior psicóloga do Japão, e seu colega, doutor Tsugaya Kenji, terá sua pena decidida. Estamos aguardando o veredito. "

A repórter que deu a notícia estava ansiosa para saber o resultado, enquanto isso, ele se perguntava se queria mesmo ouvir. Olhou para uma foto em cima da mesa, nela o jovem ainda era uma criança e sorria com os pais a lhe abracarem.

— Ken, venha comer! — A voz soou no andar de baixo.

— Já vou!

Começou a andar para fora do quarto, ainda com as roupas bagunçadas, quando a repórter voltou a falar.

" Informamos que, Itsumi Yudi, o assassino, recebeu pena de morte."

Ken estacou no lugar, segurando a maçaneta da porta com força. Trincou os dentes e se forçou a largar a fechadura.

"Apesar dos protestos que vêm aflorando pelo pais, o governo parece decidido a manter a pena de morte com esse novo caso..."

A mulher continuou a reportagem, mas ele preferia não ouvir mais. Olhou a foto uma última vez e desceu as escadas devagar, querendo se recuperar antes de chegar à cozinha.

Ao alcançar a porta de correr, suspirou. O cheiro do café da manhã do pai sempre conseguia acalmá-lo.

— Não se atrase hoje. — O homem começou: — O primeiro dia é o mais importante, você sabe disso.

— Sei, sei... não é a minha primeira vez, lembra?

— Eu sei, e é por isso que estou dizendo. Ah, pode dar um jeito nesse cabelo? Se não quer tirar essa mecha azul, ao menos podia penteá-lo.

O jovem passou a mão no cabelo negro e comprido, jogando-o para trás.

— Satisfeito?

— Nem um pouco, mas tudo bem.

Seu pai se virou para ele, tinha um sorriso no rosto e uma espátula na mão, enquanto usava um avental escrito "melhor pai do mundo". Apontou o utensilio para o garoto e continuou:

— Espero que faça isso direito dessa vez.

— Pode deixar. Eu prometi, não foi?

O homem o encarou por um momento e, por fim, concordou com a cabeça. Guardou a espátula e o avental para se sentar com o filho e comer.

— Você não deveria estar assistindo o noticiário. — Ajeitou os óculos, olhando para o jovem.

— Não importa, eu já sabia qual seria o resultado.

— Mesmo assim, não há nada que possamos fazer. Não quero você se martirizando por isso.

— Eu tinha que conseguir algo, alguma coisinha, por menor que seja.

O Repetente (Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora