Capítulo 6

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Acho que acabei cochilando porque quando bateram à porta, acordei assustada. Levantei com cuidado e segui até ela, me esquecendo de que estava trancada. Nem preciso dizer o quanto fiquei frustrada quando tentei girar a maçaneta e ela não abriu.

— Quem é? — Não consegui disfarçar a irritação.

— Sou eu, Alessia. Espere um instante. — Era a voz de Ethan do outro lado e em poucos segundos a porta se abriu.

— Que história é essa de você não me deixar sair? Por que Cameron disse que contaria a você que queria sair? O que você está pensando...? — Comecei a gritar, sem controlar a raiva e a frustração, mas tapou minha boca, com uma expressão de tédio no rosto.

— Fique quieta, está bem? Estou tentando te ajudar.

— Você o quê? — Minha voz soou esquisita, pois ainda tapava minha boca.

— Desculpe. — E me soltou. — Concordo com você. Precisamos investigar por nós mesmos. Já tem mais de um mês que estamos aqui e há pelos menos três semanas que estão procurando esses bichos sem sucesso. Sinto que há algo errado.

— Ah. Pelo menos você está pensando com a voz da razão.

— Você não me provoca que nem deveria estar te soltando. Sou seu protetor, deveria protegê-la e não  coloca-lá em perigo.

— Então por que está fazendo isso? — E segui-o porta a fora com cuidado.

— Porque não vamos sozinhos.

— Quem vai conosco?

— Julie, Zein e Lewis.

— Lewis? Contou a ele sobre o primeiro ataque?

— Na verdade, não. Ele leu minha mente em algum momento que me distraí. — Disse, visivelmente irritado com essa suposta invasão de privacidade.

— Ah. Claro. Onde eles estão?

— Nos esperando lá fora.

...

— Confesso que talvez essa não tenha sido a melhor ideia de todas. — Sussurrei, enquanto caminhávamos com cuidado pela floresta que rodeava a vila.

Lewis acabou desistindo de vir conosco porque precisava regular seu amuleto de materialização. Era uma noite clara, por causa da lua cheia, mas ainda assim a floresta estava sombria. O que mais assustava era quando as nuvens cobriam a luz e mergulhavam tudo nas trevas.

— Fique quieta, medrosa. — Ethan caminhava perto de mim e mesmo sem ver seu rosto, pude imaginar o sorriso desdenhoso em seus lábios.

— Não estou com medo.

— Então por que essa não foi uma boa ideia?

— Porque não sabemos o que vamos enfrentar.

— Já enfrentamos isso uma vez. Não será tão diferente assim.

— Só não se esqueça que da outra vez o Mestre... o Zein saiu machucado. — Julie entrou na conversa.

— Não foi grave. — Zein disse num sussurro. — E parem de falar. Vão atrair a atenção dos bichos exatamente para onde estamos.

— E não é essa a intenção? — Julie parecia confusa.

— Não. — Ethan falou secamente.

— O que ele quis dizer, Julie, é que precisamos atrair os bichos para perto e não exatamente para onde estamos. — Expliquei.

— Faz sentido.

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