Como ser normal

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Vamos votar e comentar pessoal, aguardo a opinião de todos...

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Acho muito interessante como as pessoas te ignoram, não importa quem você seja ou o que você faça, elas simplesmente te ignoram. Hoje logo pela manhã o doutor veio me visitar, queria saber se estava tudo bem comigo. Depois que eu tomei os remédios, ontem à noite, eles me soltaram da camisa de força, me trazendo para um quarto onde eu pudesse dormir. O que ele esperava de mim? Queria que eu estivesse dando pulos de alegria, ou será que eu realmente deveria agir como uma louca para convence-lo?

- Como você está hoje? Tudo bem?

- Melhor que ontem. – Continuava mantendo minha cabeça baixa, me envergonhava de olhar direto nos olhos daquele homem.

- Quer me dizer o que aconteceu com você ontem, o que provocou toda essa reação agressiva em você? – Ele mantinha seus olhos sobre meu corpo, me analisando como sempre fazia, era intimidadora aquela presença.

- Se eu disser de nada adianta, você nunca acredita em mim, prefere me drogar, me segurar aqui algum tempo e me soltar de novo. – Falei com certa irritação para deixar claro que não era brincadeira.

- Você vai começar com essa história novamente? Não estava bom? Você nas ruas como uma pessoa comum, vivendo com seus pais, sendo uma pessoa normal? – Ele respirou fundo enquanto aguardava uma resposta convincente.

- Eu preciso dos meus filhos, preciso da minha família. – Essas palavras saíram cortando meu coração.

- Você estava nas ruas, uma pessoa normal e equilibrada, poderia ver seus filhos a hora que quisesse.

- Eles não querem me ver, encheram a cabeça deles com histórias mirabolantes de que sou louca. No mundo de hoje não é nada agradável ter uma mãe perturbada. Disseram que não queriam mais me ver, o que eu poderia fazer, obriga-los?

- Você poderia muito bem dá um tempo para que eles te observassem, constatando que você não tem nenhum distúrbio mental, logo se aproximariam de você novamente. – Suas palavras soavam frias, frias demais para o meu gosto.

- Não consigo, como estar lá fora e não ver meus filhos? Não tocar, abraça-los e dizer que os amo? - Novamente lágrimas despretensiosas começaram a rolar sobre meu rosto, indo de encontro ao chão daquele quarto.

Eu tinha sido colocada em um quarto de proteção para não cometer nenhum atentado contra a minha própria vida. O local era todo coberto por espumas do chão ao teto. Um dia foram brancas, mas agora, eram espumas encardidas e manchadas pelo tempo. Marcadas pela passagem de inúmeras pessoas que tiveram ali, naquele quarto, seu momento de dor e de sofrimento, assim como tinha sido o meu na noite anterior.

- Estou aqui para te ajudar e espero que você me ajude. Esqueça esses malditos espíritos que você diz te atormentar. Seja uma pessoa normal para que você possa voltar logo as ruas, assim terá a chance de reconquistar seus filhos o quanto antes.

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⏰ Last updated: Nov 19, 2017 ⏰

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kaytaWhere stories live. Discover now