Era o último ano

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Vamos votar e comentar pessoal, aguardo a opinião de todos...

Vamos votar e comentar pessoal, aguardo a opinião de todos

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Não existe nada como o último ano do ensino médio, você decide seu futuro, estuda para ser alguém importante, ou ao menos, para fazer alguma diferença. Esse era o meu caso, estudava para poder dar uma vida melhor para meus pais, eles me deram uma vida ótima, mereciam tudo o que eu pudesse dar a eles.

- Hey! Kayta como vai? – Aquela voz fazia meu mundo parar.

- Oi Mauro, bem e você?

- Estou ótimo, onde está a Amélia, queria falar com ela. – Ele sorria lindamente esperando por uma resposta.

- Ela deve estar chegando, dormiu mais que a cama, eu que acordei ela mandando mensagem logo cedo.

- Ah! Claro, quando encontrar com ela, diz para me procurar, preciso falar com ela e é urgente.

- Digo sim. – Eu estava toda corada, e muito, mas muito curiosa para saber o que ele queria com Amélia, era bom ela chegar logo.

- Até mais, te vejo por aí.

- Até.

Assim que ele virou as costas liguei para aquela destrambelhada, queria muito saber o que estava acontecendo, embora eles fossem vizinhos a muito tempo, Mauro não era de se enturmar, alguma coisa estranha estava por vir.

Engraçado como o tempo passa ainda mais devagar quando se está ansiosa por alguma coisa, em especial para os adolescentes, me lembro que nesse dia Amélia não chegava nunca, olha que ela estava atrasada apenas 15 minutos, mas teve que perder o primeiro horário, o que me deixou ainda mais aflita. Aquela aula estava chata, não conseguia olhar na cara do professor, os outros alunos eram uma peste que não calavam a boca, enfim, tudo estava errado, tudo me deixava ainda mais nervosa.

Assim que ela entrou na sala, entupi ela de comentários perguntando o motivo da demora, ela não fazia nada, não tinha motivos para acordar tarde.

- É que passei a madrugada assistindo uma série.

- O quê?! Sem mim?! Você é mesmo uma traidora.

- Perdi o sono, como não tinha nada para fazer. – Ela abriu aquele sorriso que me ganhava sempre, não só a mim, mas a todos os garotos da escola.

Amélia tinha cabelos longos e loiros, reluzentes como a luz do sol em uma bela manhã. Seu sorriso era encantador, com dentes brancos e perfeitos, fazendo contraste com sua pele também clara que nem mesmo o sol escaldante do interior conseguia queimar. Ela tinha dificuldades até em deixar aquelas marcas de biquíni, mesmo ficando horas ao sol.

Sua personalidade era a melhor, mesmo sendo uma garota considerada popular, foi a primeira a conversar comigo desde que coloquei meus pés nessa escola, desse dia em diante, nos tornamos melhores amigas.

- Mas que desespero todo é esse, não nascemos grudadas, o que quer tanto comigo? – Ela percebeu que fechei a cara após o comentário e me abraçou.

- Calma, nem começa sua louca, sabe que é minha melhor amiga, foi apenas uma brincadeira, mesmo não nascendo grudadas te considero minha irmã. – Ela corrigiu sua fala anterior.

- Mauro me perguntou onde você estava, disse que precisa falar com você urgente.

- Mas o que?! Ele nunca... não vou formular hipóteses, na hora do recreio pergunto o que ele quer. – Ela me olhou séria.

- Esse alarme todo por isso? Sério mesmo? Você deveria esquecer esse garoto, ele tem namorada, tem tantos outros caras nesse colégio.

- Não quero outros caras. Sei que ele tem namorada, mas esquecer o menino e nem falar com ele é demais né.

- Você deveria sair com o Rodrigo, soube que ele está caidinho por você e é um gato.

- Claro que não, não quero um namorado, não quero nem mesmo o Mauro. Isso pode atrapalhar meus estudos, esqueceu que ano que vem vou entrar para uma faculdade de medicina, me tornar médica e dar uma vida boa aos meus pais.

- Um beijinho de vez em quando não vai arruinar sua vida. Talvez possa até melhora-la.

- Duvido muito. – Amélia soltou uma gargalhada tão alta que o professor chamou nossa atenção.

Esse sorriso era maravilhoso, extremamente cativante, era desse jeito que eu fazia questão de me lembrar da minha melhor amiga. Esse sorriso, em alguns momentos, era o que fazia eu não perder a minha lucidez nesse manicômio. Sabia que tinha que encontrar minha amiga, minha melhor amiga. Seu desaparecimento ainda era um mistério.

- Então o que ele queria com você? – Ela havia acabado de voltar do recreio, tinha passado todo o período do intervalo conversando com Mauro.

- Nada, ele não queria nada. – Ela estava sentindo um enorme prazer em me torturar, não fazia questão nenhuma de esconder a felicidade que estava sentindo.

- Vamos fala logo.

- Não tenho nada para falar, você não se importa com namorados, isso pode te atrapalhar, não sei para que quer saber o que Mauro queria comigo. – Ela virou seu corpo e passou a prestar atenção na aula.

- Para com isso, tortura não é legal, estou morrendo de curiosidade aqui, conta logo.

- Não! - Foi tudo o que ela respondeu antes da professora chamar minha atenção por estar perturbando uma colega que queria assistir a aula.

Essa vaca me paga, só porque não quero namorar, não significa que não queira saber da vida daquele garoto lindo de olhos verdes, cabelos lisos na cor preta, que escorriam sobrepostos de lado, fazendo um penteado sério e charmoso. Ele também possuía pequenas sardas no rosto, poucas, teria que chegar bem próximo para perceber. Eram oito no total, cinco do lado esquerdo e três do direito. Não que eu fosse uma psicopata perseguindo o garoto, mas estava apaixonada por ele, todo detalhe era importante para mim.

Eu observava aqueles cabelos loiros da Amélia se moverem na minha frente, louca para puxa-los e obriga-la a me contar o que havia acontecido. Poderia ameaça-la, ou dizer que faria a doação de um pouco dos meus peitos para ela, o que sempre quis. Embora ela possua um corpo bonito e escultural, se considera com pouco peito, o que em mim, veio de sobra.

kaytaWhere stories live. Discover now