PRÓLOGO - DIA COMUM

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Parada em pé à porta da igreja, me pergunto através de que tipo de bruxaria minha mãe me fez vim parar aqui, uma vez que, eu jamais concordaria em me casar de livre espontânea vontade e pior, lúcida. Apesar de que não me sinto lúcida. Vai ver mamãe desenvolveu uma droga super poderosa capaz de mim obrigar a seguir sua vontade. Isso explicaria minhas pernas andando sem o meu consentimento e porque não me lembro de ter acordado hoje pela manhã, aliás não lembro nem de ter vindo até aqui e muito menos de ter colocado vestido de noiva. Está tudo tão estranho que nem saberia dizer se estou usando um. Espero que não, prefiro está nua, pelo menos assim vou saber que é um de meus sonhos totalmente loucos e eróticos com o Ian Somerhalder chupando meu pescoço no seu melhor estilo vampiro mau ou na pior das hipóteses, em um sonho erótico de algum admirador secreto que por alguma bruxaria vim parar dentro. Sério estou realmente torcendo pra está no sonho de um pervertido, de um nerd que coma a própria meleca ou até mesmo nua a porta da igreja do casamento de outra pessoa. Tudo e qualquer coisa é melhor que está em meu próprio casamento.

Dá calafrios só com a hipótese. Eu casar? Só por cima do meu cadáver e depois de sete dias porque se for no mesmo dia da minha morte ressuscito, peço o divórcio e assombro todos que estiverem na cerimônia.

Olho para todos os lados procurando alguma arma apontada para minha cabeça. Mas não tem. É um pesadelo. Ou alguém fez um boneco de vodu meu e em vez de sei lá corta meus lindos cabelos loiros, colocar os pelos das axilas no meu nariz, colocar areia nas minhas lentes de contato, foi extremamente cruel e resolveu me casar. Teria que ser alguém muito ruim... Ou pior uma mãe casamenteira chamada Amélia.

Tudo isso pode parecer drama ou exagero porém faz mais sentido do que eu, Telly Oliveira, está casando de véu e grinalda em uma igreja mal decorada. Muito mal decorada. Só dois Jaros de flores e mal posicionados ainda. Injusto! No casamento da Belly ninguém economizou.

Tento ver a minha frente mais está tudo embasado - mas uma prova de que minha mãe me drogou e portanto esse casamento é nulo -, depois de quase fazer os olhos saltarem pra fora das pálpebras de tanto espremer, desisto e foco no arranjo de flores amarelas e verdes que parece ter surgido agora em minhas mãos, que tremem, e meu cérebro logo faz a comparação com um enterro.

A medida que vou adentrando a névoa densa vai se desfazendo liberando silhuetas. Busco pelo rosto dos meus amigos e da minha família na igreja. Posso ver minha mãe chorando, só não sei dizer se é por está casando mais uma filha ou por finalmente ter a casa só pra ela. Vai realizar o sonho de andar pelada pela casa, poder cozinhar nua. Até imagino a cena: a fritura escorrendo entre o vão dos seios até o umbigo, o mamilo cheirando a queimado. Uma beleza. Meus olhos ardem só de imaginar, imagine presenciar esse lindo espetáculo da natureza. Pelo menos ela planeja deixar a gente sair de casa antes de traumatizar por completo os filhos. Não parece mais tem um pouco de juízo escondido em baixo dos apliques da cabeça de dona Amélia, como Belly costuma chamá-la.

Meus olhos vagam pra minha irmã que está lindíssima e redonda - da gravidez e de cuscuz com ovo como seu marido sempre diz. E então tento ver meu futuro marido no altar. Mas ele parece ainda está coberto pela névoa. Me pergunto o que ele estaria pensando agora. Tipo porquê essa louca não sorrir? Ou por que ela tá com essa cara de pânico?

Olho para meu noivo que agora está mais nítido e sinto uma pontada Será que ele sabe que qualquer mulher adoraria ser esposa dele? Mas eu não posso. Não quero me casar, nem sei porque estou aqui e assim que decido não casar e ali sob o olhar de tanta gente familiar, eu sabia que morreria.

Sim, porque minha mãe vai me matar... Um dia e só se ela conseguir me achar, óbvio. Porque eu vou pras ilhas Maldivas, pra Suíça, pra Turquia, pra dentro de uma carapaça de tartaruga mas pra casa não volto. Não sem escolta policial e de preferência da federal, tem uns policiais gatos isso com certeza seria uma distração pra minha mãe, quem vai ligar pra matar a filha cercada de policiais gatos?

Operação: não Caso - (DEGUSTAÇÃO) Livro 2🎈🎉Onde as histórias ganham vida. Descobre agora