Capítulo 15

19 2 0
                                    

Precisei ir ao Café para acertar alguns detalhes da tarde de autógrafos e Lúcia foi comigo

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Precisei ir ao Café para acertar alguns detalhes da tarde de autógrafos e Lúcia foi comigo. Ela não tocou mais no assunto "aquele carinha é seu irmão", porém notei um sorrisinho ardiloso ao canto dos seus lábios. Maldita Lúcia! Era óbvio que eu e Fabien não tínhamos nada a ver um com o outro. Eu era nativa, caiçara, praiana, enquanto ele era um francesinho construtor de iates, cujo pai tinha incríveis alhos azuis penetrantes. Aliás, o próprio Fabien tinha olhos lindíssimos. Já eu... eu tinha olhos castanhos, como a maioria da população brasileira.

Ainda assim, quando ligaram da gráfica e disseram que o office-boy estava a caminho para entregar o banner que encomendamos, tratei logo de incumbir Lúcia de recebê-lo e me apressei em ir à sala de Benjamin. Bati na porta rapidamente e girei a maçaneta. Para minha surpresa, ela não estava trancada.

— Olá, meninos. — Coloquei apenas a ponta da cabeça para dentro.

— Entre, gata — Fabien disse e sorriu de modo cordial, porém Benjamin arregalou os olhos, como se eu os tivesse flagrado.

— Atrapalho? — Entrei, mas me mantive parada ao lado da porta, que ainda estava entreaberta.

— Não... — Ben respondeu, seus olhos ainda arregalados.

— Claro que não! — Fabien deu um salto do divã e veio até mim, tocou em minha cintura e fez um sinal com a cabeça, do tipo, "vai lá". Depois me empurrou à frente, pelos ombros, e fechou a porta. Eu avancei em direção a Benjamin e fiquei na ponta dos pés para beijar seus lábios.

— Que bom que você está aqui — ele disse, respirou fundo e, enfim, sorriu.

— Também achei ótimo você ter vindo, Amel. — Fabien caminhou até perto de nós e colocou uma das mãos em meu ombro e a outra no ombro de Benjamin. — Conta pra ela, Ben...

Olhei para Benjamin. Ele havia fitado os olhos em Fabien. Em sua face, uma estranha expressão de negativa.

— Conta! — Fabien insistiu.

— Agora não...

— Oi? — Balancei as mãos diante deles. — Eu estou bem aqui, entre vocês dois. O que Benjamin deve me contar, Fabien? E por que agora não, Ben?

Os dois se entreolharam. Enquanto Benjamin parecia engolir em seco, Fabien ria.

— Não é nada de mais — Ben respondeu.

Não acreditei. Se fosse algo simples, para que todo aquele suspense?

— É o seguinte, Amel...

— Despedida de solteiro — Fabien interrompeu a fala de Ben. — É isso.

Olhei para Benjamin. Estranhamente ele parecia tão chocado com a resposta de Fabien quanto eu.

— Eu propus ao Ben que te incentivasse a arrastar Julienne para Salvador no próximo fim de semana, pra que vocês duas pudessem fazer coisinhas de mulher lá no flat, enquanto eu, ele e Rafael fazemos uma festa. — Voltou a rir e começou a fazer a mesma dança maluca que fizera no meio do Fly do iate Ariadne no dia em que nos conhecemos. — Mas não se preocupe, ele só vai tomar algumas cervejas, um pouco de vinho, talvez algumas doses de caipirinha... Não vamos deixar que ele toque nas meninas.

Asas de Vidro - Quimera - Livro 2Where stories live. Discover now