Capítulo 13

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Saímos do quarto de Julienne e demos de cara com Fabien. Ele parecia totalmente sóbrio, algo raro, o que presenciei pouquíssimas vezes. Em seu braço, um lagarto enorme e horroroso.

— Era o lagarto dentro da caixa que carreguei em meu colo? — perguntei quando cruzamos a cancela do sítio de Benjamin. Ele sorriu em confirmação. — Você não poderia ter me avisado?

— E provocar a terceira guerra mundial?

Terceira guerra mundial... A frase reverberou em meu pensamento e eu senti algo estranho, muito parecido com aquela velha sensação de coração tamborilando duplicadamente, associado a uma espécie de memória sensorial nostálgica. Respirei fundo, sentindo um enjoo repentino, então meneei a cabeça e fiquei arrepiada.

— O que houve?

— Não, nada — disfarcei. Estávamos chegando ao chalé. — A propósito, eu vi o jeito como você olhou para Enne, através do reflexo na janela. Foi tão repreensivo.

— Julienne-Marie é linguaruda demais — disse em tom de reclamação, enquanto estacionava o carro. — Ela não tinha que ter falado sobre o que se passa na intimidade dela com Rafael.

— Até que ponto da conversa você escutou? — Descemos do carro, Benjamin carregando minha valise e a própria mochila. — Não era apenas sobre ela e Rafael.

— Fale baixo — resmungou, indicando a mansão de Elaine.

Entendi. Rafael era filho do caseiro com a governanta da mãe dele.

— Tudo bem — retomei a fala. — Mas a conversa não foi apenas sobre eles. Era sobre Carolina e doutor Erick Linhares também. — Benjamin ficou branco como cera. — Especulo se você está comigo porque se apaixonou ou...

— Cale a boca, Amel! Que se explodam Erick e Carolina! — Entregou-me a valise com certa rispidez e seguiu até a casa de Elaine, a fim de providenciar o nosso jantar.

Refleti rapidamente. Talvez ele estivesse comigo por amor, e não por vingança. Não reclamei. Em vez disso, segui até o chalé e fui direto ao banheiro. Tomei um banho longo, arquitetando em pensamento o possível retorno de Benjamin ao assunto "Amélia delirando por Vincent". Quando saí, o vi sentado num dos pufes, à minha espera, com a valise aberta em mãos.

— O que significa isso? — Ergueu um bolo de lingeries provocantes. Fiquei meio distraída ao vê-lo de roupas trocadas e cabelos recém-lavados.

— Isso é obra das nossas mães — consegui responder com o atraso de alguns segundos. Ele havia arrumado o jantar sobre uma toalha de piquenique, no chão, algo simples: peixe assado com legumes, arroz e salada de verduras. — Confesso que levei um susto quando abri a valise. Pensei que você chegaria a qualquer momento. Só que não. Então usei as suas camisas durante o tempo em que estive no flat, ou melhor, fui engolida por elas.

Asas de Vidro - Quimera - Livro 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora