25 - O primeiro desafio: 1°B x 3°A, a abertura do campeonato!

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Acordei todo dolorido.

Quem me acordou? Billy. Minha bochecha esquerda ficou parecendo um pano encharcado.

Quando eu já estava tomando café, sozinho, meu tio apareceu na cozinha, bocejando.

- Esse cachorro é atormentado? – reclamou, irritado. – Sete horas da manhã e já está latindo!

- É o meu novo despertador – brinquei, rindo da cara dele; Billy apenas latiu, enquanto comia ração no chão, ao meu lado.

Já na escola, encontrei os mesmos garotos. Na sala, sem Sophia.

Estranhei. Mais um dia sem ela. E eu temia ser por causa do meu pedido de namoro – o que soaria bem bizarro.

Quando todos já estavam em seus lugares, Shin entrou na sala. A primeira pessoa que ele encarou foi eu. Shin me olhava estranho com aqueles irritantes olhos puxados, como se estivesse me provocando. E eu fazia o máximo para ignorar. Tinha problemas demais para pensar. Quer dizer, não 'demais' em quantidade, apenas em importância. Sophia era o problema.


Depois que acabou a primeira aula, todos descemos para o campo atrás da escola, pois enfrentaríamos o 3°A na abertura do campeonato. Chegando lá, o time adversário já estava uniformizado e todos se aquecendo. Fomos ao vestiário do ginásio para nos trocar.

- Bom, eu já montei a escalação – informou o treinador Rubens Almeida, sentando-se em um dos bancos.

Todos nos aproximamos.

- Lucas no gol – ele começou, olhando para o goleiro, que apenas assentiu –, Joe e Nícolas na defesa juntamente dos laterais Anderson e Thiago. – Eu fiquei feliz pelo Nícolas, uma vez que ele pensava ser um lateral esquerdo; depois daquele treino coletivo, no entanto, eu meio que encontrei uma posição com a qual ele se dava melhor, e agora ele era um dos titulares. – Jake como volante, os dois alas serão Otávio e Carlos, e Marcelo será o meia. - Este não se mostrava surpreso. Carlos, por outro lado, pareceu não acreditar, mais um que passava de reserva para titular. Afinal, ele havia sido fundamental no coletivo. – Os atacantes serão Riku e Natsuno – terminou o treinador.

Fiquei até um pouco decepcionado por não fazer parte do time principal, uma vez que eu estava louco para jogar. No coletivo, joguei como goleiro, o que era meio chato, digamos assim, e por isso eu não consegui demonstrar que posso ser útil – e percebi que teria que lutar bastante para conseguir alguma vaga, uma vez que Marcelo era muito bom jogador, sem falar no Carlos, no Otávio e até nos dois atacantes: Riku e Natsuno.

- Espera um pouco – Shin protestou, encarando o treinador. – Eu tenho que ser titular! Sou um goleador! – O treinador Almeida apenas fuzilou o coreano do moicano com os seus olhos faiscantes; Shin continuou: - Não acredito que sou reserva do Kogori e do Medeiros!

- Quem é o responsável por montar o time sou eu – Rubens advertiu. – Fique quieto, se não quiser sair fora daqui! – Shin fez o máximo para conter a sua raiva. Por um momento, pensei que ele sacaria sua espada e atacaria o treinador. Porém nada fez, enquanto os outros garotos lançavam-lhe olhares zombeteiros, claramente se divertindo com a bronca do treinador, inclusive eu.

Dirigimo-nos ao campo.

Enquanto caminhávamos rumo ao banco de reservas mais próximo, dei uma leve olhava em volta nas arquibancadas.

Poucas pessoas.

Se tivesse cem alunos ali era muito – mais da metade era a torcida das duas salas que se enfrentariam e outros eram apenas curiosos, amantes do futebol. O mais legal era que todos estavam misturados, como se fosse uma torcida só, torcendo para um time só.

Caçador Herdeiro (1) - Vento Sufocante | COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora