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Jacob não tinha ido para a escola na terça. Ele tinha me mandado uma mensagem dizendo que não se sentia bem, mas creio que seja mentira, pois hoje é o lançamento de um jogo que ele estava muito animado para jogar.

No intervalo foi apenas eu, você e Aaron. Eu e Aaron conversávamos, mas você ficou quieta no seu canto o tempo todo, tanto que mal tocou no seu almoço. Segurei sua mão por debaixo da mesa, mas você apenas deu um sorriso fraco.

Você disse que precisava conversar comigo, então depois da aula fomos para um café.

Eu pedi um café expresso e você um frapuccino. O café não estava cheio, tinha apenas um casal e um homem lendo jornal além de nós. Sentamos um do lado do outro em uma mesa com os bancos embutidos na parede e você ficou alguns minutos mexendo no canudo do seu copo antes de começar a falar.

"Meu avô está internado em estado grave. Ele estava voltando para casa sozinho de noite, então viu dois homens roubando uma moça. Um dos homens atirou nele."

"Quando foi isso?" perguntei.

"Foi no sábado a noite" ela abaixou a cabeça "Os médicos disseram que as chances de sobreviver não são altas. Uma cirurgia para tirar a bala alojada no peito será feita, mas é complicada."

"Você vai voltar pro Japão?"

"Essa é a minha dúvida." ela levantou a cabeça, seus olhos já estavam marejados "Se eu for pro Japão, muito provavelmente irei ficar por lá, sem nenhuma previsão de volta para o Canadá. Talvez eu até fique definitivo no Japão. E eu não quero isso, eu... Quero ficar com você."

Algumas lágrimas começaram a deslizar pelas suas bochechas, então eu a abracei. Você chorava no meu ombro enquanto eu acariciava suas costas, dizendo que tudo ia ficar bem.

"Calma, não chore. Seu avô vai ficar bem, e talvez você nem tenha que ir" falei e dei um beijo em sua testa "Tudo vai se resolver. Seu avô fará a cirurgia e talvez você nem tenha que ir. As coisas vão ficar bem. Eu prometo."

"Obrigada, Shawn" você sorriu, limpando as lágrimas "Me desculpa se a pergunta que eu fizer parecer um pouco egoísta, mas... Se eu fosse, você esqueceria de mim?"

"Ei, é claro que não. Eu nunca faria isso" falei lhe tranquilizando.

"Desculpe, eu só não sei dizer como estou me sentindo neste momento" esfregou lentamente os olhos com a manga comprida da sua blusa "Não gosto de pensar que há alguém que amo deitado em uma maca de hospital. Eu só queria que isso não estivesse acontecendo."

Envolvi meu braço em volta do seu pescoço e apoiei sua cabeça no meu ombro. Eu não sabia o que dizer para fazer você se sentir melhor, pois nesses momentos eu nunca sei o que devo dizer, nem como agir corretamente, então apenas fiquei em silêncio.

"Eu... Preciso lhe contar o real motivo da minha vinda para o Canadá" você ajeitou sua postura e pigarriou "Foi quase no fim do ano escolar, eu tinha conhecido um aluno do segundo ano da minha escola. Nós conversávamos bastante e saíamos juntos, mas eu sempre levava um ou dois amigos comigo. Então no último dia de aula, ele me chamou para ir no cinema. Como minhas amigas já tinham ido embora, fomos apenas nós dois. Eu não sabia onde era o tal cinema, então apenas o segui. Foi quando eu percebi que estávamos um pouco longe do centro, era uma área que eu não conhecia muito. Entramos em um beco, onde ele me segurou e me beijou a força. Eu tentei afasta-lo, mas foi em vão. Eu me debatia, ele então rasgou um pouco a minha saia e..."

"Filho da puta!" interrompi Lisbeth, batendo minha mão na mesa.

"Shawn, calma, por favor" você pediu e eu fiz sinal para que proseguisse "Eu consegui gritar, foi quando dois policiais que estavam de patrulha apareceram. Ele foi levado e ligaram para os meus pais. Depois desse dia evitei sair e conversar com outros garotos, foi quando minha mãe disse para virmos para o Canadá, para esquecer o que aconteceu em Tóquio."

Eu não sentia nada além de ódio. Eu queria encontrar o filho da puta que machucou a Lis e socá-lo. É horrível a sensação de saber que alguém que gostamos sofreu no passado e não pudemos fazer nada.

"Espera. Então, eu fui o primeiro em quem você confiou, depois de tudo isso?" perguntei.

"Sim, Shawn" você balançou a cabeça "No começo, fiquei receosa de você ser como ele, mas então eu fui te conhecendo, e vi que você era o contrário. Por isso não quero voltar. Eu não quero te deixar. Ainda mais agora que eu sinto que finalmente confiar de novo."  

Toda a minha raiva foi embora, e um sorriso cresceu em meus lábios. Acariciei sua bochecha e em seguida segurei seu queixo, e então eu encostei meus lábios contra os seus.

"Eu também não quero que você me deixe."

N/A: eu amo um drama

heey, me desculpem pelas att estarem demorando tanto :( vou tentar ser mais rápida, apesar de que a fanfic já está em reta final. porém, creio eu que a próxima atualização será a última (os últimos 3 ou 4 capítulos)

nosso shawnzinho ganhou 3 de 4 categorias no EMA, estou tão orgulhosa do sucesso do meu nenê que me dá vontade de chorar (sou muito emotiva desculpem kkkshs)

eh isto não tenho muito o que falar tchau

innocence // sprm Where stories live. Discover now